quinta-feira, 27 de julho de 2017



Laís Rocha de Lima








Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva






Laís Rocha de Lima  [29-07-2017]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.  174:      [visor p. PDF: +-p. 484    “ A saudade, quase sempre ligada ao quadro natural”[...]
até a p. 177:   [visor p. PDF: +-p. 487]    [final do capítulo][...]“Bernardo se formou – densa, carregada de inesperadas soluções.”



Como um caminho seguro para alçar sua poesia à melancolia, Bernardo Guimarães inicialmente usa a solidão e a saudade para chegar a este ponto marcante de sua lírica, que acabou lhe rendendo a avaliação de Antonio Candido como um dos “mais desordenados e pitorescos boêmios da tradição acadêmica”, já que aquele nutria suas produções de uma “melancolia vestibular (…) a encarar nela um acicate a mais para a euforia da imaginação e dos sentidos”.


A segregação física de Guimarães suporta a ideia de restaurar o equilíbrio disposto pela natureza e a saudade remete ao tempo. A dramaticidade sensacionalista, ocorrência habitual ao Romantismo, foi evitada pelo autor por esse se prevenir dos desvios que isso lhe custaria. Tanto a serenidade quanto a melancolia são vitais à sua poesia, e por seus cuidados permanecem em evidência.


O desespero evitado o encaminhou para a uma estabilidade progressiva da melancolia e da tristeza, lançando Bernardo Guimarães aos textos satíricos – sua vertente humorística aflorou de tal forma que ele foi dominado e passou das composições escritas para as orais, o que, unido às excentricidades, tornou-se parte de sua identidade.


Candido narra sua trajetória: num primeiro momento, junto a Álvares de Azevedo, desenvolveu poesias íntimas; atravessou em seguida para os temas impessoais e de intenção satírica – como “Não sei que fado mísero e mesquinho/ É este do nariz/ Que poeta nenhum em prosa ou verso/ Cantá-lo jamais quis” em “O nariz perante os poetas”; dirigiu-se ao bestialógico, consideradas pelo crítico como “peças da melhor qualidade”, recomendando por exemplificação “Disparates rimados”; avançou à poesia obscena, “outro ramo dileto da sua musa”, até completar sua trilha ao beirar o sadismo.


Na análise da última fase do poeta, Antonio Candido traça paralelos entre “A origem do mênstruo”, “Orgia dos duendes” e “Elixir do Pajé”, sendo este exposto e comentado no material. O crítico literário aponta movimentos básicos ao segundo momento da lírica do autor, apontando as diversas faces trabalhadas em uma única obra.


“Bestialógico”, “grotesco”, “macabro”, “perverso” e “profano” foram os adjetivos bem utilizados por Candido na análise. A ousadia no tom zombeteiro e em sua forma excêntrica deram a notabilidade necessária para perpetuação da obra de Bernardo Guimarães na literatura brasileira.



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