sábado, 12 de abril de 2014








Maria Valeska Rocha da Silva




Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins 
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres 
Thayane de Araújo Morais 
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Arandi Robson Martins Câmara 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa 
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza






Maria Valeska Rocha da Silva  [12-04-2014]


Edição: Ouro sobre Azul, 2012, v. único [parte II]:
da p. 349: “É que o poeta romântico procura, como ficou dito, refazer a expressão”[...] até a p. 350: ”E sorlovano insiem la via mortale Primi conforti d’ogni saggio core.”


O relativismo romântico repele o valor cunhado pela tradição para a Natureza e para sua expressão literária. Quando o verbo literário perde a categoria quase sagrada que lhe conferia a tradição clássica, surge a necessidade de “refazer a expressão a cada experiência”, e a autoridade perdida pela tradição transporta-se unicamente para o gênio do artista. Surge o “poeta mediúnico”, cuja criação é “um processo mágico”, em que ele se vê tomado pelas forças do Universo.


No desaparecimento da equivalência entre natural e real no horizonte dos românticos, Candido reconhece a origem de “uma nova marca da natureza na sensibilidade romântica: o sentimento de mistério”. O poeta volta-se, então, para seus aspectos mais desordenados, como “tempestade, furacão, raio, treva, crime, desnaturalidade, desarmonia, contraste”.


Candido relembra a pergunta do Fausto  (“Por onde prender-te, Natureza infinita?”) . É sobre a impossibilidade de uma resposta racional que se estabelece a sedução de Mefistófeles (“Despreza razão e ciência, força suprema do homem: deixa-te firmar pelo Espírito da mentira nas obras de ilusão e de magia...”) e o oferecimento da “vertigem” como único caminho para apreender “uma Natureza que se fecha ante as nossa perguntas”. 


Para Candido, a “desconfiança da palavra em face do objeto que lhe toca exprimir” é uma condição estética do “mal do século”, com seu desejo de fuga, a invocação da morte e sua associação ao amor. Certos pós-românticos, como Baudelaire e Antero de Quental, encontrarão um “veio opulento” nesse “filete de tonalidade sádica e masoquista”.