quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Antônio Fernandes de Medeiros Jr



Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Carmela Carolina Alves de Carvalho
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Aldinida Medeiros Souza
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira



Antônio Fernandes de Medeiros Jr [12-12-2010]:

Edição: Martins, 1971

da p. 197: “O Assunção é um fluxo de loquacidade metrificada, verdadeiro compêndio
de má poesia, “ [...]
até a p. 200: [finalizando o subcapítulo 2. Pessoas]
[...]”—são todavia suficientes para fortalecer e animar a pesada cantaria
das estrofes.”


Na seqüência final do breve subcapítulo “As pessoas”, a descrição analítica de Antonio Candido anota a repercussão da presença de [Antônio Pereira de] Sousa Caldas na literatura brasileira considerando o poeta “muito acima de todos, como personalidade literária e consciência crítica”, portanto “merecedor de maior atenção” em relação às pessoas referidas anteriormente.


Menciona dados biográficos e alude ao fato de o jovem estudante de filosofia ter sido preso em Coimbra “pelas idéias avançadas”, estas decorrentes das teorias filosóficas de Rousseau. Embora Antonio Candido aponte o aspecto do aproveitamento nostálgico do “estado natural” e a tendência servil dos versos de Sousa Caldas à manutenção do registro poético “em paráfrase fiel do mestre”, a ele atribui o mérito de o homem ter-se mantido fiel por meio “de intacta força de convicção” às idéias de Rousseau.


O vínculo do poeta – “um ilustrado sem anarquismo nem ateísmo” – às idéias filosóficas do autor do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens também se revela no pendor de escrever cartas literárias reveladoras de desencantos e inquietações acerca da vocação pessoal respingando preocupações a respeito do estado de coisas próprias da condição humana. Neste sentido, Antonio Candido menciona a “Carta aos meus amigos, consultando sobre o emprego mais próprio de meus talentos” e a “Carta dirigida a meu amigo João de Deus Pires Ferreira, em que lhe descrevo a minha viagem por mar até Gênova”, sublinhando-a como uma “das peças mais interessantes da nossa literatura e espelha a riqueza da sua personalidade”, isto porque nela é dado a saber que Sousa Caldas retornaria da viagem à Itália ordenado padre tendo tal se mantido “como poeta, orador sacro, um puro intelectual”.


Por fim, Antonio Candido revela uma faceta adicional do espírito de Sousa Caldas nomeando-a de “imaginação plástica”, justificando-a como a forma de o poeta adepto de Rousseau manifestar “seu sentimento vivo das formas naturais”. Transcreve um trecho da “bela ode sobre Pigmalião, talvez seu melhor poema” e firma seu ponto de vista avaliando o talento hesitante de Sousa Caldas “que não foi realmente um grande poeta, mas uma forte mentalidade, uma personalidade rica”. A conjunção da “imaginação plástica” e “inquietude crítica” composta na fase final e manifesta na poesia religiosa revela “a grande liberdade mental que [Sousa Caldas] conservou”. E liberdade mental é fundamento, sempre!