sábado, 27 de junho de 2020





Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva





Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro





Marcel Lúcio Matias Ribeiro [27-06-2020]


Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 621   : " No caso brasileiro " [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 624   :  [final do capítulo] [...]  " porém poucos  "


Seguindo a exposição sobre as origens da crítica romântica no país, Antonio Candido reafirma a ênfase dada pelo crítico Ferdinand Denis aos fatores raça e meio como elementos determinantes à produção literária brasileira. Candido assinala ainda que, a partir dessa percepção, o exotismo ganhou força na literatura local. Assim, na visão de Denis, cabia ao artista brasileiro a produção de uma “literatura tropical” com ênfase na “cor local”. Assuntos do espírito deveriam ser abordados pelos artistas europeus.


Para Denis, a “fusão de raças” que se deu no Brasil foi algo positivo, pois cada raça apresentou uma contribuição poética peculiar à elaboração do texto artístico: o índio trouxe tristeza e melancolia; o negro, a imaginação; o branco, a nostalgia da civilização; o mameluco, o sentido de aventura; o mulato, o amor e a imaginação. Desse modo, seguindo a linha de reconhecimento do nacional na literatura, Denis valorizou a cor local acentuada nas obras épicas elaboradas por Frei Santa Rita Durão (Caramuru) e Basílio da Gama (O Uraguai). Por outro lado, desvalorizou a produção mais universalista de Cláudio Manoel da Costa.


Além de Denis, outro nome relevante para a crítica brasileira em seu estágio inicial foi o português Almeida Garret. Tendo elaborado uma abordagem histórica sobre a poesia portuguesa, o Parnaso Lusitano, Garret mencionou a contribuição de artistas brasileiros à poesia em língua portuguesa. Além disso, especula-se que Garret influenciou jovens brasileiros que estudavam em Paris por meio de contato pessoal e de escritos publicados em periódicos da época.


A abordagem crítica de Garret é mais “conciliadora” e “equilibrada” do que a abordagem de Denis, pois, apesar de atribuir reconhecimento às obras românticas, não desvalorizava as obras da vertente clássica. Candido ressalta que os primeiros românticos brasileiros também tendiam a uma postura mais diplomática, aspecto que comprovaria a influência do pensamento de Garret. Além do modo de se relacionar com os textos literários, Garret também despertou nos jovens brasileiros o interesse pela produção literária romântica alemã e inglesa.