Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro [27-06-2020]
Edição: Itatiaia,
2000, VOL.2:
da
p. pdf do visor: p. 621 : " No caso brasileiro
" [...]
até
a p. pdf do visor: p. 624 : [final do
capítulo] [...] " porém poucos "
Seguindo
a exposição sobre as origens da crítica romântica no país, Antonio Candido
reafirma a ênfase dada pelo crítico Ferdinand Denis aos fatores raça e meio
como elementos determinantes à produção literária brasileira. Candido assinala
ainda que, a partir dessa percepção, o exotismo ganhou força na literatura
local. Assim, na visão de Denis, cabia ao artista brasileiro a produção de uma
“literatura tropical” com ênfase na “cor local”. Assuntos do espírito deveriam
ser abordados pelos artistas europeus.
Para
Denis, a “fusão de raças” que se deu no Brasil foi algo positivo, pois cada
raça apresentou uma contribuição poética peculiar à elaboração do texto
artístico: o índio trouxe tristeza e melancolia; o negro, a imaginação; o
branco, a nostalgia da civilização; o mameluco, o sentido de aventura; o
mulato, o amor e a imaginação. Desse modo, seguindo a linha de reconhecimento
do nacional na literatura, Denis valorizou a cor local acentuada nas obras
épicas elaboradas por Frei Santa Rita Durão (Caramuru) e Basílio da Gama (O
Uraguai). Por outro lado, desvalorizou a produção mais universalista de
Cláudio Manoel da Costa.
Além
de Denis, outro nome relevante para a crítica brasileira em seu estágio inicial
foi o português Almeida Garret. Tendo elaborado uma abordagem histórica sobre a
poesia portuguesa, o Parnaso Lusitano,
Garret mencionou a contribuição de artistas brasileiros à poesia em língua
portuguesa. Além disso, especula-se que Garret influenciou jovens brasileiros
que estudavam em Paris por meio de contato pessoal e de escritos publicados em
periódicos da época.
A
abordagem crítica de Garret é mais “conciliadora” e “equilibrada” do que a
abordagem de Denis, pois, apesar de atribuir reconhecimento às obras
românticas, não desvalorizava as obras da vertente clássica. Candido ressalta
que os primeiros românticos brasileiros também tendiam a uma postura mais
diplomática, aspecto que comprovaria a influência do pensamento de Garret. Além
do modo de se relacionar com os textos literários, Garret também despertou nos
jovens brasileiros o interesse pela produção literária romântica alemã e
inglesa.