Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo
Gomes
Afonso Henrique Fávero
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro
Marcus Vinicius Mazzari
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra
Teixeira
Peterson Martins
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de
Araujo [19-5-2012]
Edição:
Martins, 1971:
da
p. 254: “A sua verdadeira medida é revelada nas dez Cartas de Pítia a
Damião”[...]
até
a p. 256:
[...]
“absolutos do império, indomável às forças externas (...)” (9a. Carta,
395).“
[Frei
Caneca: uma lição de ética]
Frei
Caneca tornou-se um ícone da luta pela liberdade e igualdade entre os homens.
Inspirado pelos ideais da Revolução Francesa, Caneca encontrava-se em oposição
à centralização do poder – a monarquia. Através de críticas nos jornais Sentinela
da Liberdade e Tifis Pernambucano combateu contra as ideias do imperador. Tais
jornais denunciavam o autoritarismo e convocavam a população a agir.
Frei
Joaquim do Amor Divino levava a alcunha de Caneca por querer honrar a origem
humilde sua e de seu pai. Vendedor de “canecas” pelas ruas do Recife, o garoto
mal conhecia o futuro que o aguardava. A educação recebida no Seminário o
tornou um intelectual preocupado com as injustiças e a opressão de um regime
ditador, fazendo-o por em ação suas ideias liberais, defendendo seus ideais por
um mundo claro e justo.
Conhecido
como "escritor de papéis incendiários", Caneca foi condenado à forca,
mas terminou sendo fuzilado, pois os carrascos se negavam a enforcá-lo. Como
bem afirma Antonio Candido, Caneca “soube morrer com dignidade tranquila”.
A maestria
de sua escrita revela ideias claras e firmes, isentas de ambiguidade ou dúvida.
Para o frei, a “neutralidade” era considerada a pior conduta, como está dito na
Carta 299. Era preciso assumir uma posição, um caráter e uma moral diante dos
problemas e nunca silenciar diante deles. Assim, a neutralidade e a omissão são
consideradas os piores elementos da sociedade. Nas palavras do frei, “nada se
encontra mais pernicioso na sociedade do que o homem sem caráter”. É preciso
escapar da volubilidade e superficialidade e manter-se coerente nas suas
atitudes.
O
amor por Pernambuco, o amor por suas filhas e toda a sua paixão pela vida e
pela liberdade estão registrados nas Cartas que escreveu enquanto cumpria os
quatro anos de prisão na Bahia.
A
figura de Caneca permanece como um exemplo de anticonformismo, empenhado em
transformar a realidade ao seu redor. Sua extrema curiosidade em relação ao
mundo e sua abertura para o confronto mostraram que ele não era um intelectual fechado
em si, mas sim voltado para as coisas que o cercavam. Situação diversa ocorre
na nossa época atual, em que as pessoas ao invés de buscarem respostas e se
solidarizarem com a situação do outro preferem o isolamento, permanecendo
fechadas em si. Nesse sentido, a maior barbárie de nossa época é a alienação, a
recusa de se engajar nos conflitos e problemas que nos cercam.
A
lição de Frei Caneca é a de abertura para o mundo e a insatisfação com os
problemas. O frei viveu em constante busca de uma nova forma de pensar e agir
no mundo, com o desejo de melhorar a existência de cada um de nós.