Adriana Vieira de
Sena
Afonso Henrique
Fávero
Alynne Ketllyn da
Silva Morais
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Manoel Freire
Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria do Perpétuo
Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha
da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Adriana Vieira de
Sena [01-10-2016]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 136: [PDF +- p.
449] “4. O HONRADO E FACUNDO JOAQUIM MANUEL DE
MACEDO”[...]
até a p. 138: [PDF +- p. 450] [...] “Bernardo
Guimarães, que é uma espécie de Macedo caipira.”
Antonio Candido, abrindo o capítulo “O honrado e facundo Joaquim
Manuel de Macedo”, faz referência a duas maneiras de se elaborar um romance, ou
conforme uma nomenclatura que seria mais próxima de Macedo, um folhetim. Isto
significa dizer que os escritores de romance pegavam da pena a fim de revelarem
uma proposta nova para o leitor, submetendo-o a seu pensamento, ou, por outro
lado, tentavam cair no gosto do leitor, escrevendo à moda então dita atual. Assim,
Macedo escrevia para “as possibilidades médias de compreensão e as expectativas
do meio.”
Tal abordagem equaciona duas formas “principais de comunicação
literária”: uma é a de impor seu padrão literário, sua forma de dar vida à arte
literária; a outra tem como regra preponderante se encaixar no que o leitor
está desejoso de ler. As duas óticas de manipulação do romance têm seus prós e
contras, podem se manifestar nos grandes ou nos pequenos.
Apesar de tudo, o autor Joaquim Manuel de Macedo – o Macedinho, gozou de
boa reputação literária na época, que lhe deu “modesta imortalidade”. Não é à
toa que foi o autor mais lido de sua época. Ateve-se, no entender de Candido, a
fórmulas de fundo social: “as
cenas, a vida de uma sociedade em fase de estabilização, personagens e cenários
eram familiares; peripécias e sentimentos enredados e poéticos”. A obra
clássica de Macedo é A moreninha. É uma obra recheada de romances,
peripécias, os bailes da época, os chás com as amigas, as confidências às
escondidas, as estrepolias. Tem linguagem simples, clara, de trama fácil, sempre
presa aos costumes da sociedade fluminense, tudo isso sob os auspícios do amor.
Dessa forma, não é forçado dizer que a obra A
moreninha representa o mito sentimental brasileiro, como assinala Candido.
Apesar da tagarelice, o escritor romântico Joaquim Manuel A. de
Macedo se consagra como um dos pioneiros do romance brasileiro, revelando,
através de suas obras, os costumes, amores e também hipocrisias da sociedade
carioca da época. É interessante, a meu ver, que o leitor atual passe os olhos
pelos romances de Macedo não apenas por ele ser um dos primeiros romancistas
brasileiros, mas ainda por nos fazer conhecer, via arte literária, os modos e
costumes fluminenses, os embates e ligações políticas, enfim, todo um modelo
social diferente do contemporâneo, podendo, ainda que através de uma literatura
ingênua, fazer dela uma fonte da história do Brasil.