Terezinha
Marta de Paula Peres
Thayane
de Araújo Morais
Adriana
Vieira de Sena
Afonso
Henrique Fávero
Antônio
Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia
Lima Silva
Edlena
da Silva Pinheiro
Eldio
Pinto da Silva
Francisco
Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio
de Marchis
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline
Rebouças Oliveira
Joana
Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana
Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina
Naro Guimarães
Kalina
Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís
Rocha de Lima
Mácio
Alves de Medeiros
Manoel
Freire Rodrigues
Marcela
Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos
Falchero Falleiros
Marcus
Vinicius Mazzari
Maria
Aparecida da Costa
Socorro
Guterres de Souza
Massimo
Pinna
Peterson
Martins
Rosiane
Mariano
Terezinha
Marta de Paula Peres [31-08-2019]
Edição:
Martins, 1971, VOL.2:
da
p. 265 – no visor da obra em pdf: p. 568: “Além do lirismo
bucólico, Varela" [...]
até
a p. 267– no visor da obra em pdf: p. 570 : [...]“o drama que
pretendeu traçar”. [final do capítulo]
Beber,
poetar, vaguear e desvairar-se. Teria Fagundes Varela confirmado a “impressão”
mencionada por Antonio Candido no início do capítulo “Transição de Fagundes
Varela”? Mereceria Varela ser menosprezado pelo modo como buscou inspiração
para compor sua obra?
Seu
valor artístico revela-se pela influência recebida de nomes como Casimiro de
Abreu, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, entre outros, porém, carregado de
uma característica literária única que lhe confere uma voz que o difere de seus
predecessores e dos demais, desde seu surgimento, por volta de 1860, até os
dias atuais.
Obras
como Noturnos (1861), Vozes da América (1864), Contos e fantasias (1865), entre
outras, marcam sua vocação poética que atingira o ápice no verso branco do Cântico
do Calvário (1863), considerado por Antonio Candido como “uma das mais puras
emoções da nossa literatura”, por irradiar o “milagre poético”, ao demonstrar a
superação de Varela na evocação da dor humana em versos que unem pai e poeta
pela morte, dando a esta a inexplicável leveza da poesia, como se a literatura
acolhesse as dores do homem e a estas concedesse “a leveza como reação ao peso
de viver” – (observação que antecipa as de Italo Calvino em Seis propostas para
o próximo milênio, de 1988).
O
surgimento do “idílio campestre” traz a natureza como aquela que acolhe o poeta
que, em versos, mostra sua difícil relação com a norma social “encarnada nas
relações da vida urbana”. Terra e poeta se encantam, se mesclam e, da união
homem natureza, acontece o reencontro com a poesia religiosa, como um reflexo
do retorno a si mesmo.
Retornar
a si mesmo implica olhar-se e reconhecer-se frágil, de espírito abatido,
acompanhado a um sentimento de falência e, como se jogado ao acaso, sem
horizonte, buscasse apoio na poesia, como forma de reencontrar-se. Daí o
surgimento de O evangelho nas selvas “como longo esforço para preservar-se,
afirmando a própria dignidade”.
O
novo trabalho não traz o “milagre poético” de Cântico do Calvário. Antonio
Candido o descreve como “um poema monótono e sem interesse, desprovido de fibra
criadora”, seguido da obra derradeira, O diário de Lázaro, ambas sem a
impressão da “alta poesia”. Aquela, marcada por “uma
linda descrição da natureza”, esta, pelo “verso prosaico” mesclado a uma
ausência de “variedade psicológica” que sinaliza o “drama que pretendeu
traçar”.