Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza [08-08-2020]
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
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visor: p. 629 : " Note-se que aparece aí" [...]
até a p. pdf do visor: p.
633 : [...] " deformações clássicas...
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Candido observa que, “embora sob o ângulo
restritivo do Indianismo”, é neste período em estudo que aparece a primeira
indicação completa dos elementos do ‘nacionalismo’, fundado não só no pitoresco
e na religião, mas também nas crenças e costumes, dando espaço a uma literatura
popular ancorada no ‘espírito do povo’ e na descrição dos seus tipos de vida e
concepções.
Ressalta ainda que Porto-Alegre, crítico e
historiador de arte, considerava a necessidade de cautela em relação às divagações
sobre a poesia dos nossos índios, desencorajando, com isto, “os eventuais Macphersons”,
possivelmente com o objetivo de “pôr certo cobro ao Indianismo de homens como
Gavet e Boucher”.
Segundo Candido, é Pereira da Silva quem estabelece
a distinção entre poesia dos índios e poesia sobre os índios, ainda que aceite
o tema indianista: “o índio utilizado pelo homem culto como objeto de arte”. O
tema nacional “era uma espécie de dever patriótico; não cultivá-lo, gerava no
escritor um senso de traição que angustiava a consciência”. Desse modo, prossegue
Candido, “na genealogia literária com que os românticos desejavam justificar a
sua empresa e dar dignidade às nossas letras eram sempre destacados três
escritores – Santa Rita Durão, Basílio da Gama e Sousa Caldas, clássicos no espírito
e na fama, mas, em razão de seus temas, próximos dos românticos, “como irmãos
mais velhos”.
Pondera ainda que Joaquim Norberto e Santiago
Nunes Ribeiro vieram reforçar a teoria inicial do nacionalismo literário.
Joaquim Norberto “assinala a capacidade poética dos índios e chega a considerá-los
iniciadores de nossa literatura”. Ao tratar do Indianismo, Norberto “dá balanço
nos aspectos políticos da cultura tupi, reputando-a tão capaz de inspirar os
poetas quanto a medieval, em que se perdia a imaginação dos românticos”. Segundo Candido, tal teoria representava
Um povo heroico que merece ser cantado, cuja coragem, aniquilada pelos
europeus, fora pelos europeus admirada, e que talvez com ela tivesse submetido
os povos que o conquistaram, se seus antigos ódios não ostentassem a junção de
tanto milhar de tribos, que poderiam como um muro de bronze opor enérgica
resistência à escravidão europeia.
Textos como esses, de acordo com Candido,
refletem aspectos extremos do nacionalismo romântico, cujo ideal seria um
Brasil desenvolvido pela evolução própria dos povos primitivos, “sem
colonização portuguesa” – o que forneceria rico acervo de tradições e poesias
heroicas, autenticamente brasileiras, “livre das deformações clássicas...”.