sábado, 30 de setembro de 2017


Marcela Ribeiro






Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues






Marcela Ribeiro [30-09-2017]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.  180:      [visor p. PDF: +- p. 489   “Ao contrário de Gonçalves Dias, mestiço  
                                                                humilhado,”[...]
até a p. 182:   [visor p. PDF: +- p. 491]  [...]  “As aves que na sombra suspiravam,
                                                                        E os sapos que cantavam no caminho.”



Na seção Dilaceramentos, Antonio Candido prossegue com a análise da lírica do poeta ultrarromântico Álvares de Azevedo. A personalidade literária do autor d’A Lira dos Vinte Anos, segundo Candido, é a mais característica do movimento romântico em terras brasileiras, o que, nas palavras do crítico, torna-se um privilégio oneroso.


Ao compará-lo com outros poetas do movimento, os quais carregavam desilusões que a vida tinha lhes causado, Candido relembra que Álvares de Azevedo em pouco ou nada havia sido ferido pela vida. Ao contrário, vinha de família importante que lhe oferecera toda sorte de recursos, apoio, admiração; porém, sua alma ultrarromântica fez com que tivesse o mais romântico dos destinos. O jovem doutorzinho tinha a alma disponível para o dramático, talvez, pelo excesso de juventude, que não lhe permitia conhecer por completo sua própria identidade, ou talvez simplesmente pela entrega ao dilaceramento.



Sua lira, além de ser inexoravelmente respaldada na adolescência, é marcada por seu individualismo dramático, a discordância e o contraste que se espraiam em suas obras. Essas marcas de aparente desajuste são também outra das características que permeiam a fase pueril em que o poeta se encontrava. Sua escrita era uma força da natureza, mas, ao pensar ele próprio sobre ela, desvela-a com uma razão bem aguçada, a qual Candido nomeia de lucidez intelectual raramente encontrada em nossa literatura. 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017



Manoel Freire Rodrigues





Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima



Manoel Freire Rodrigues [16-09-2017]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.  178:      [visor p. PDF: p. 488   [início do Capítulo 5.] “ÁLVARES DE AZEVEDO, OU     
                                                           ARIEL E CALIBAN”[...]
até a p. 180:   [visor p. PDF: p. 489]  [...]“ao mesmo tempo frágil e poderosa.”




No capítulo 5 do segundo volume do Formação da literatura brasileira, Antonio Candido define magistralmente a índole poética de Álvares de Azevedo em uma síntese que ocupa menos de duas páginas de texto. A capacidade do crítico para apreender o essencial de uma obra e/ou os traços definidores do estilo de um autor revela-se aqui de modo admirável pela sua percepção dos vários traços contraditórios que marcam a lírica do poeta brasileiro e que definem o seu estilo ou "personalidade literária", para usar os termos do próprio critico.


Para Candido, trata-se da possibilidade poética mais rica da geração romântica, porém sem a necessária correspondência no plano da realização, o que o coloca num plano inferior a outros poetas românticos brasileiro, a exemplo de Gonçalves Dias e Castro Alves, mencionados pelo crítico. Isso porque Álvares de Azevedo "escreveu em tumulto, sem desenvolver devidamente o senso crítico", que possuía em alto grau, segundo o estudioso, de modo que sua obra é profundamente marcada pelas vicissitudes exteriores, decorrentes dos conflitos do poeta com o mundo, o que lhe confere uma carga dramática singular em nosso Romantismo. Essa dramaticidade do poeta provoca e/ou exige do leitor a atitude de atração ou repulsa, de modo que "temos que nos identificar com seu espírito para aceitar o que escreveu", afirma o pensador.


Fundamental no argumento de Candido é a sempre problemática relação entre a personalidade do autor e  a solução estética alcançada por meio das operações formais do eu lírico, que, tal como o espírito tumultuoso do poeta, oscila entre extremos contraditórios (ternura x perversidade; desejo de afirmação x submissão e medo; idealização da mulher x erotismo etc.). Para o crítico, nenhum outro poeta romântico representou tão bem o espírito romântico em nossa literatura como Álvares de Azevedo, considerando o Romantismo como movimento de adolescência, isto é, "ambíguo, tumultuoso e contraditório".