segunda-feira, 18 de maio de 2015





Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti





Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo








Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti  [16-05-2015]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:

da p. 78: [PDF-+-p. 399] [Teixeira e Sousa]“As poesias líricas são ruins; o poema indianista, Três dias de um noivado, péssimo”[...]
até a p. 80: [PDF-+-p. 402]   “Os temas do poema  ‘arrancaram
à sua melancólica dor uma poesia sentimental’.” [final do subcapítulo]




Uma das características de açu-Acê é ser parcimonioso em adjetivos; basta procurar em seus ensaios –  todos, sem exceção, exemplos de erudição sólida e harmonia de composição – e nunca será fácil encontrar um acúmulo de qualificadores; no entanto, neste subcapítulo, a respeito dos êmulos de Gonçalves de Magalhães, há muitos termos desabonadores em relação à obra poética de Joaquim Norberto, Antônio Francisco Dutra e Melo e Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, a que se pode juntar "Sob o signo do folhetim: Teixeira e Sousa", páginas que fixam  o lugar histórico de um autor menor.



Assim, sucedem tolice pedestre, pasmosa vulgaridade, irremediável vulgaridade, decepcionantes (...) ilusões poéticas, impressão (...) de banalidade, desvaliosa como realização poética, pior que péssimos. Acê não se transforma, por isso, num adjetivador inconsequente, desprovido de senso analítico; trata-se, suponho, antes, de uma forma de expressar, por contraste, a distância entre a matéria sobre a qual Machadão vai refletir e ordenar segundo a mais exigente consciência histórico-literária e a dimensão máxima da própria obra machadiana.


  
A importância histórica do editor da revista Niterói é sublinhada repetidas vezes pelo autor da Felebê, assim como o descompasso entre o valor estético de sua obra – pequeno, em última análise – e a grande capacidade de influir nos rumos de uma literatura –  de uma cultura, por assim dizer – durante momentos decisivos, sobretudo a década compreendida entre 1836 e 1846. Gonçalves de Magalhães foi uma espécie de preceptor dos três poetas em pauta, conforme pode ser lido no último parágrafo deste subcapítulo, quem “'lhes deu a ideia de Romantismo".



A estreiteza do ambiente intelectual desse período e o patrocínio estatal à difusão da poesia moderna nos trópicos portugueses recém emancipados explicam, em parte ao menos, o descompasso indicado. Ainda que Teixeira e Sousa figure na Felebê como seguidor de Magalhães, dado que o critério desta história da Literatura Brasileira é estético e histórico, ou seja, alguns degraus acima dos meros eventos, não fez parte do séquito que se formou em torno deste - Acê usa o termo “panela” para referir o grupo dos ungidos pelo amigo do imperador. O autor de O filho do pescador participa da roda de amigos do livreiro-editor Francisco de Paula Brito, da qual faria parte, tempos depois, Machadão; noutras palavras, o autor de Quincas Borba formou-se num ambiente intelectual muito xucro, o que é mencionado em outras partes pelo autor de Literatura e sociedade com mais ênfase.