quinta-feira, 14 de junho de 2018




Thayane de Araújo Morais






Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres








Thayane de Araújo Morais [19-05-2018]



Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.  203: [visor p. PDF: p. 511]  “Os outros poetas apresentam” [...]
até a p. 205:   [visor p. PDF: p. 513]    [...]“no mesmo molde de “Spleen e Charutos”. ”


Em continuidade ao subtópico “safra mediana”, Antonio Candido faz uma breve análise do estilo dos poetas, ao afirmar que estes dão seguimento às características avistadas na construção dos destacados poetas de primeiro plano. Somadas as marcas correntes nesse tempo, o crítico aponta a monotonia na leitura poética que confere a essa poesia o “abandono à facilidade”. Primeiro, pode-se assinalar a tendência, muitas vezes sem propósito, ao uso de anapesto e anfíbraco. Segundo, em relação às temáticas, não há vestígios de inovação, “todos cultivam a musa patriótica, alguns a indianista”, a exceção de Bittencourt Sampaio, Bruno Seabra, Sousa Andrade e Trajano Galvão que, de forma inédita, “cantam o negro” no terceiro momento da poesia romântica.


Ao seguir com a crítica em tom categórico, Candido demonstra a inclinação peculiar a cada poeta, a começar pelas peças líricas de Bittencourt Sampaio, nas quais chama atenção à desarticulação dos versos na estrofe que, embora agradável, marca a superficialidade das suas construções. Logo depois, em Teixeira de Melo, o autor afirma que nos “secundários” se nota de maneira taxativa as inscrições de uma escola. Essa afirmação ressalta a característica negativa de “imobilizados”, e também indica claramente as limitações criativas que Antonio Candido aponta nos “medianos”.


Em relação a Franklin Dória, “poeta fácil e bem mais primário”, é a delicadeza de seus versos que se destaca ao explorar cenas diárias do Recôncavo baiano. Sua visão de “amador compreensivo da natureza” completa a análise da sua poesia em vista do poema “Vulto”, que canta a beleza avistada na hora mais escura do dia:

Puro, limpo e risonho o firmamento;
O oceano coalhado, sonolento;
Silencioso o vale, calmo o vento,
E em tudo, como esmalte, este luar!
Não cansa a vista de mirar tal cena:
A alma estremece nesta hora amena
E arde sequiosa por gozar.

Antonio Candido, desde o início do trecho, articula comentários incisivos sobre os poetas citados acima, demonstrando o caráter insosso que enxerga no referido período da literatura brasileira. Ainda assim, não falha em visualizar pontos relevantes que ganham os primeiros contornos com esses poetas. É o caso da questão social que tem início em figuras como Sousa Andrade e termina no “lirismo social de Castro Alves”, quarta linha da poesia romântica; e a “peça democrática” de Dória, “O povo”, que antecipa o influxo político que ganha expressividade em dias futuros da produção literária.