sábado, 13 de junho de 2020




Marcela Ribeiro





Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues






Marcela Ribeiro [13-06-2020]

Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:

da      p.  pdf do visor: p. 619   : [subtítulo] " Ferninand Denis" [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 621   :  [...]  " em Sotero dos Reis ".


Neste subtítulo, Candido põe em destaque a obra do francês Ferdinand Denis, cuja inspiração crítica fundante condensa matizes dos pensamentos de Bernardin de Saint-Pierre, Chateaubriand, Madame de Staël e Schlegel.


Entusiasta do exótico existente fora da Europa, Denis produziu textos nos quais Candido aponta particularidades e seus influenciadores, como a influência na sua visão do trópico (Humboldt), o interesse pelo índio como fonte de poesia (Chateaubriand), o fervor pela natureza (Saint-Pierre), o problema da literatura nacional, levando em consideração o vínculo das artes e letras com o estado da sociedade (Madame de Staël) e a literatura adequada ao gênio de seu povo (Schlegel).


Deste modo, as ideias de Denis apontam que as letras brasileiras devem se desligar do ideal clássico e alçar o indígena a tema literário e fonte de inspiração, assim idealizando uma Literatura que possuísse nacionalismo, indianismo e cristianismo como elementos dominantes. Indo além, Candido classifica-o como pré-romântico e aponta como necessária sua presença em nosso país pela função de nos guiar para longe do Classicismo, mesmo que baseado em teorias europeias.


Candido também aponta Denis como criador do indianismo romântico, com base no conto sobre os Machacalis (1824), e o posiciona como fundador da nossa teoria literária, quando em 1826 concebe a junção das obras Resumo da História Literária do Brasil e Resumo da História Literária de Portugal.


Inserindo o francês como uma das vozes proclamantes da independência literária brasileira, parafraseando Jamil Almansur Haddad, Candido lista alguns temas condutores do Romantismo abordados por Denis: estabelecimento de uma genealogia literária, análise da capacidade criadora das raças autóctones, aspectos locais como estímulos da inspiração.


Arrematando esse subtítulo, Candido aponta dois fatores muito presentes na obra de Ferdinand Denis, responsável por sua introdução na crítica literária brasileira, quais sejam: o fator geográfico (bebendo da fonte Madame de Staël) e o fator social (bebendo da fonte Schlegel). Porém, Candido indica que a relação entre literatura e instituições sociais foi deixada em segundo plano.