Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro [13-06-2020]
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da
p. pdf do visor: p. 619 : [subtítulo] " Ferninand Denis" [...]
até a
p. pdf do visor: p. 621 :
[...] " em Sotero dos Reis
".
Neste subtítulo, Candido põe em destaque a obra
do francês Ferdinand Denis, cuja inspiração crítica fundante condensa matizes
dos pensamentos de Bernardin de Saint-Pierre, Chateaubriand, Madame de Staël e
Schlegel.
Entusiasta do exótico existente fora da Europa,
Denis produziu textos nos quais Candido aponta particularidades e seus
influenciadores, como a influência na sua visão do trópico (Humboldt), o interesse
pelo índio como fonte de poesia (Chateaubriand), o fervor pela natureza
(Saint-Pierre), o problema da literatura nacional, levando em consideração o
vínculo das artes e letras com o estado da sociedade (Madame de Staël) e a literatura
adequada ao gênio de seu povo (Schlegel).
Deste modo, as ideias de Denis apontam que as
letras brasileiras devem se desligar do ideal clássico e alçar o indígena a
tema literário e fonte de inspiração, assim idealizando uma Literatura que
possuísse nacionalismo, indianismo e cristianismo como elementos dominantes.
Indo além, Candido classifica-o como pré-romântico e aponta como necessária sua
presença em nosso país pela função de nos guiar para longe do Classicismo,
mesmo que baseado em teorias europeias.
Candido também aponta Denis como criador do
indianismo romântico, com base no conto sobre os Machacalis (1824), e o
posiciona como fundador da nossa teoria literária, quando em 1826 concebe a
junção das obras Resumo da História
Literária do Brasil e Resumo da
História Literária de Portugal.
Inserindo o francês como uma das vozes
proclamantes da independência literária brasileira, parafraseando Jamil
Almansur Haddad, Candido lista alguns temas condutores do Romantismo abordados
por Denis: estabelecimento de uma genealogia literária, análise da capacidade
criadora das raças autóctones, aspectos locais como estímulos da inspiração.
Arrematando esse subtítulo, Candido aponta dois
fatores muito presentes na obra de Ferdinand Denis, responsável por sua
introdução na crítica literária brasileira, quais sejam: o fator geográfico (bebendo
da fonte Madame de Staël) e o fator social (bebendo da fonte Schlegel). Porém,
Candido indica que a relação entre literatura e instituições sociais foi
deixada em segundo plano.
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