Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Valeska Limeira Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Aldinida Medeiros Souza
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Carmela Carolina Alves de Carvalho
Cássia de Fátima Matos dos Santos
Edlena da Silva Pinheiro
Edônio Alves Nascimento
Eldio Pinto da Silva
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Kalina Naro Guimarães
Ligia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Renan Marques Liparotti
Rochele Kalini
Grupo de Estudo da obra de Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira, vinculado à Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira, da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte._________________ FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA - DE BAIXO PARA CIMA DESDE 2008
terça-feira, 21 de abril de 2009
Rosanne Bezerra de Araújo [18-4-2009]
Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1993
de p. 85: "Na pedra, quase tanto quanto nos troncos, obrigatórios na convenção
pastoral...”
até p. 88: ..."Cultismo, chega ao neoclássico por uma recuperação do Quinhentismo
português "
Como mostra o título desse capítulo, “no limiar do novo estilo: Cláudio Manuel da Costa”, estamos diante de um poeta de transição, entre o Cultismo e o Arcadismo. Trata-se de um poeta que busca o equilíbrio da colonização em sua poesia, valorizando o brilho de sua natureza local, aliando-o aos traços estéticos europeus.
Seguindo a convenção pastoral, os versos de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) trazem a força do sentimento do Eu lírico ligado à resistência da pedra, do penhasco.
Que inflexível se mostra, que constante
Se vê esse penhasco!
Tais palavras denotam a constância dos seus sentimentos, bem como o seu apego à natureza.
Ao citar alguns versos, Antonio Candido ressalta a importância que o escritor dá a sua terra. Ao contrário de poetas que apresentam cenários com prados e ribeiras, Cláudio Manuel da Costa retrata sua terra fielmente, com montanhas e montes, trazendo os elementos da paisagem mineira para a sua poesia.
Mesmo tendo frequentado a vida social e intelectual da Metrópole, o escritor não perdeu o vínculo com suas raízes interioranas. Tinha consciência de que sua obra, sem ceder aos temas líricos europeus, podia expressar um grande talento quando fosse comparada ao modelo da Metrópole. A consciência de sua origem rústica e brasileira despertou-o para o desenvolvimento de um talento que exprimisse o lado afetivo do Eu lírico, ligado a sua terra natal, à estética da Metrópole. Sua poesia, dividida entre Portugal e Brasil, entre a Metrópole e a Colônia, expõe um Eu fixado à terra, em meio aos problemas da sociedade.
Se o Brasil enquanto Colônia sofria a ação da influência de idéias externas sobre a cultura e a sociedade, naturalmente, o mesmo ocorria com a arte. Ciente disso, ainda que influenciado pelo modelo da Metrópole, onde havia estudado, Cláudio Manuel buscava uma identidade literária, unindo o saber intelectual adquirido ao instinto de rusticidade.
Sabemos que a cultura/literatura no Brasil foi-nos imposta, constituindo um produto da colonização. No entanto, não somos fadados a representar um galho secundário da literatura da Metrópole. Há, sim, momentos decisivos na história da literatura brasileira, como mostra Antonio Candido ao destacar o novo estilo de Cláudio Manuel da Costa. Mesmo formado em solo europeu, o poeta procurou salvar a literatura brasileira do rótulo de subliteratura, subproduto, repleta de lugares-comuns. Ele buscou trabalhar sua visão para melhor apreender sua terra: Minas Gerais.
Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1993
de p. 85: "Na pedra, quase tanto quanto nos troncos, obrigatórios na convenção
pastoral...”
até p. 88: ..."Cultismo, chega ao neoclássico por uma recuperação do Quinhentismo
português "
Como mostra o título desse capítulo, “no limiar do novo estilo: Cláudio Manuel da Costa”, estamos diante de um poeta de transição, entre o Cultismo e o Arcadismo. Trata-se de um poeta que busca o equilíbrio da colonização em sua poesia, valorizando o brilho de sua natureza local, aliando-o aos traços estéticos europeus.
Seguindo a convenção pastoral, os versos de Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) trazem a força do sentimento do Eu lírico ligado à resistência da pedra, do penhasco.
Que inflexível se mostra, que constante
Se vê esse penhasco!
Tais palavras denotam a constância dos seus sentimentos, bem como o seu apego à natureza.
Ao citar alguns versos, Antonio Candido ressalta a importância que o escritor dá a sua terra. Ao contrário de poetas que apresentam cenários com prados e ribeiras, Cláudio Manuel da Costa retrata sua terra fielmente, com montanhas e montes, trazendo os elementos da paisagem mineira para a sua poesia.
Mesmo tendo frequentado a vida social e intelectual da Metrópole, o escritor não perdeu o vínculo com suas raízes interioranas. Tinha consciência de que sua obra, sem ceder aos temas líricos europeus, podia expressar um grande talento quando fosse comparada ao modelo da Metrópole. A consciência de sua origem rústica e brasileira despertou-o para o desenvolvimento de um talento que exprimisse o lado afetivo do Eu lírico, ligado a sua terra natal, à estética da Metrópole. Sua poesia, dividida entre Portugal e Brasil, entre a Metrópole e a Colônia, expõe um Eu fixado à terra, em meio aos problemas da sociedade.
Se o Brasil enquanto Colônia sofria a ação da influência de idéias externas sobre a cultura e a sociedade, naturalmente, o mesmo ocorria com a arte. Ciente disso, ainda que influenciado pelo modelo da Metrópole, onde havia estudado, Cláudio Manuel buscava uma identidade literária, unindo o saber intelectual adquirido ao instinto de rusticidade.
Sabemos que a cultura/literatura no Brasil foi-nos imposta, constituindo um produto da colonização. No entanto, não somos fadados a representar um galho secundário da literatura da Metrópole. Há, sim, momentos decisivos na história da literatura brasileira, como mostra Antonio Candido ao destacar o novo estilo de Cláudio Manuel da Costa. Mesmo formado em solo europeu, o poeta procurou salvar a literatura brasileira do rótulo de subliteratura, subproduto, repleta de lugares-comuns. Ele buscou trabalhar sua visão para melhor apreender sua terra: Minas Gerais.
Assinar:
Postagens (Atom)