domingo, 19 de agosto de 2018





Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro







Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva










Marcos Falchero Falleiros [18-08-2018]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 217 – no visor p. PDF: p. 526:       “ Com efeito, a felicidade é ” [...]
até a p. 219  – no visor p. PDF: p. 528    [...] “máscula da ficção romântica.”



O interessante desse capítulo sobre Memórias de um sargento de milícias é que ele pode ser visto como um embrião do que viria a ser o grande ensaio de Antonio Candido sobre o romance: “Dialética da malandragem”, de 1970.


Aqui, de maneira sumária, na condição própria aos objetivos de Formação da literatura brasileira, o romance, apesar de ganhar um capítulo específico, não deixa de figurar como uma passagem do grande mapeamento em que está inserido.


Assim, ao invés da elaboração crítica de termos que consagrariam a obra posteriormente, tais como “dialética da ordem e da desordem”, “mundo sem culpa”, andamento do enredo em allegre vivace, aparecem qualificações em que se percebe a posteriori seu potencial crítico, mas ainda em situação superficial inerente à profundidade do contexto maior em que se dilui, além de outras que perderiam importância como a da planificação dos tipos, dentro da conceituação de flat characters, de E. M. Forster.


Manuel Antônio de Almeida é qualificado por Antonio Candido como um “romancista de costumes”, voltado para a “visão direta da sociedade” – uma caracterização oposta à do ensaio. Entretanto, o crítico já destaca a capacidade do romancista de “estrangular a retórica embriagadora, a distorção psicológica, o culto do sensacional”.


Muito do ensaio de 1970 já aparece nesse capítulo, como esta passagem: “a surpreendente imparcialidade com que trata os personagens, rompendo a tensão romântica entre o Bem e o Mal por meio de um nivelamento divertido dos atos e caracteres”. O “moto contínuo” do título evoluiria conceitualmente para a “dialética da ordem e da desordem”, tanto quanto a “sarabanda” para o allegre vivace do “Tutto nel mondo è burla” – para lembrar ainda outra expressão com que Antonio Candido posteriormente caracterizou o romance em “Dialética da malandragem”.