Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcus Vinicius Mazzari
Marcos Falchero Falleiros [18-05-2019]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 249 – no
visor da obra em pdf: p. 553 : "Poesia participante
[subtítulo]”[...]
até a p. 250 – no visor da obra
em pdf: p. 554: [...] "documento mais alto e duradouro."
Poesia
participante
Antonio Candido inicia o subtítulo “Poesia
participante” com a riqueza usual de formulações que evidenciam e ensinam
perspicácia crítica. Assim, com “rompante
da poesia política e humanitária” e “ecúmeno
literário”, o autor situa os anos de 1860 como superação de práticas deletérias
em que a balbuciante poesia brasileira havia permanecido no período precedente.
A eclosão da poesia
participante, que chega à culminância de Castro Alves, não pode, entretanto,
ser explicada meramente pelo agitado contexto político do decênio, que viveu dramáticos
conflitos diplomáticos com o Império Britântico, guerra no Paraguai,
abolicionismo, a fundação do Partido Republicano. Pois no período anterior,
desde a Independência, um teor histórico mais denso não produziu politicamente senão
inanidades poéticas. Com isso, o crítico adverte para o equívoco de uma leitura
mecanicista entre causa histórica e efeito literário. Ou seja: entre 1820 e
1850, apesar dos densos estímulos externos da história brasileira, não havia
preparo para uma produção artística mais vigorosa, que ainda estava presa ao
neoclassicismo e, quando não, à vibração romântica da história universal ou de
nosso passado lendário.
A partir de 1860, porém, o amadurecimento
intelectual daqueles aspectos ”internos” [estéticos], também amamentado pelos
arrancos democráticos europeus, a que deram expressão obras como a de Victor
Hugo, levou a oratória de salão às sacadas, praças e ruas, num tom que
desdobrou sua presença até nossos dias, com sua evolução no jornalismo substituindo
o pasquim difamador pela veemência política da imprensa de maior porte.
Daí o caldo de cultura que unificou poesia e
oratória, poeta e tribuno, jornal e manifesto, aglomerando poetas, demagogos,
discurseiras, passeatas, numa “vibração liberal, humanitária e patriótica”, de
que Castro Alves foi a maior expressão.