sábado, 15 de agosto de 2015



Joana Leopoldina de Melo Oliveira






Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira











Joana Leopoldina de Melo Oliveira [15-08-2015]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 85: [PDF-+-p. 405] “Para o leitor habituado à tradição europeia, é no efeito poético da surpresa”[...]
até a p. 87 : [PDF-+-p. 407]  [...] “ Afrouxam-se as prisões, a embira cede,
                                                       A custo, sim; mas cede: o estranho é salvo.”




Em continuidade ao segmento anterior, Antonio Candido apresenta agora  a poesia indianista de Gonçalves Dias, I-JUCA PIRAMA. Para ele, o indianismo dos escritores brasileiros, sempre muito criticado pela europeização da figura indígena, “longe de ficar desmerecido pela imprecisão etnográfica, vale justamente pelo caráter convencional; pela possibilidade de enriquecer processos literários europeus com um temário e imagens exóticas, incorporados desse modo à nossa sensibilidade”. Por isso, Candido considera I-JUCA PIRAMA como obra-prima da poesia indianista brasileira –  não por ser mais autêntico do que os índios dos outros poetas, mas por ser mais poético.

A obra de Gonçalves Dias se incorporou ao orgulho nacional e à representação da pátria, assim como o grito do Ipiranga e as cores verde e amarela. Há na obra um deslumbramento que, para Antonio Candido, tem “um poder quase mágico de enfeixar, em admirável malabarismo de ritmos, aqueles sentimentos padronizados que definem a concepção comum de heroísmo e generosidade”. Além disso, o poeta apresenta o lamento do guerreiro, caso único na literatura indianista e que, por ser um recurso inesperado, o crítico considerou excelente, pois rompeu com a tensão monótona da bravura tupi.


O escritor destaca ainda a concepção, o tema e o arcabouço bem romântico da obra, além da configuração plástica e musical que a aproxima do bailado, com cenário, partitura e riquíssima coreografia:

Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.

Para finalizar, lembra que a importância estética da obra está na variedade de movimentos que integram a sua estrutura.