sábado, 8 de dezembro de 2018








Kalina Naro Guimarães





Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas






Kalina Naro Guimarães  [08-12-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da      p. 236    – no visor p. PDF: p. 543  “[título] 4. Um contador de casos: Bernardo Guimarães"[...]
até  a p. 237   – no visor p. PDF: p. 544   [...] "carrasco da escrava Isaura."




Antonio Candido inicia o capítulo intitulado “Um contador  de casos: Bernardo Guimarães” recobrando a história sobre quando Couto de Magalhães, passando em Catalão, planejou hospedar-se na casa do juiz municipal, mas desistira ao perceber a desorganização doméstica do magistrado. O autor acrescenta que, se estivesse buscando por boemia e não por um lugar bem ordenado para descansar, o futuro presidente de Goiás certamente estaria bem instalado.  


Esse dado biográfico de Bernardo Guimarães, o então juiz de Catalão da cidade de Goiás, é inserido por Candido para realçar o caráter de “prosa de roça” que imprime, nos seus romances, um ritmo ditado ao sabor da experiência e da inspiração do lugar, apesar do tom bacharelesco que, em algumas passagens, tende a florear a narrativa.


Em seguida, Candido observa que o romancista Bernardo Guimarães se consolidou, ao passo que sua produção, como poeta, decaiu, inclusive em termos de qualidade estética: a partir de 1870, ele escreve praticamente todos os romances, à medida que não mais apresenta nenhum verso com valor literário considerável.


Ainda que situe algumas de suas narrativas em outros lugares do Brasil, a predileção do romancista recai no oeste de Minas e no sul de Goiás, onde se passam O ermitão do Muquém, O seminarista, O garimpeiro, entre outras obras.


Voltando, mais uma vez, ao plano biográfico, Candido lembra que, como juiz, Bernardo, certa vez, tirou da prisão alguns pobres presos, depois de um julgamento simulado. A crença de que, no fundo, os homens são bons reverbera no plano ficcional, pois alguns de seus vilões (Gonçalo, Bueno de Morais, Roberto, etc.) se redimem de algum modo ou morrem dignamente. A exceção é Leôncio, conhecido vilão do romance A escrava Isaura, cuja perversão e crueldade definem a personagem, de maneira absoluta do início ao fim da narrativa.

domingo, 2 de dezembro de 2018






Juliana Fernandes Ribeiro Dantas





Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira






Juliana Fernandes Ribeiro Dantas [24-11-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da      p. 234  – no visor p. PDF: p. 541:  “A poesia e a verdade  "[...]
até a p. 235   – no visor p. PDF: p. 542    [...] "n’O Guarani ." [final do capítulo]


A narrativa romântica de José de Alencar prima pelos detalhes que compõem o alicerce das cenas. Assim, por exemplo, desde o princípio da obra Senhora, no primeiro capítulo (“O preço”), em que o narrador diz: “Há anos raiou no céu uma nova estrela (...) Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro (...)”. A linguagem metafórica, com extremada magnitude, causa ao leitor todo aquele aspecto imagético de cenas repletas de doçuras, brilhantismos e, por vezes,  exageros.

O fato é que os detalhes acabam por compor a narrativa, às vezes mais do que o próprio enredo, mais do que os diálogos entre as personagens. E tudo isso corrobora para que, além dos aspectos físicos, de ambiente, de espaço, de cenário, acima de tudo, essa capacidade descritiva forme a expressividade psicológica, exiba a densidade da história.

José de Alencar expressa aspectos da personalidade feminina através, inclusive, da moda da época: a altivez de Aurélia está ligada a sua vestimenta. E não apenas nas suas roupas, mas a moda da decoração dos ambientes reflete também na personagem, como na cena: “A luz coada pelas verdes empanadas debuxa com a suavidade do nimbo  o gracioso busto de Aurélia sobre o aveludado escarlate do papel (...)”  – imagem  e personagem se fundem para expandir beleza na composição exuberante e bela de Aurélia Camargo.

O que há de relevante também na obra de José de Alencar é que o autor criou personagens femininas que, de certa forma, estão à frente do seu tempo, não são apenas moças frágeis e delicadas, inocentes e românticas, são mulheres que, por mais que o contexto de época não permita certas independências, conseguem fazer valer suas vontades e muitas vezes manipular os homens por meio de sua capacidade articulatória e sapiência.

Por todos esses aspectos revelados, podemos sim dizer que a narrativa de José de Alencar é consciente, arquitetada, pensada e elaborada em seus ares mais tênues e detalhistas e traz consigo aspectos críticos em relação à sociedade brasileira do século XIX.


sábado, 10 de novembro de 2018







Joana Leopoldina de Melo Oliveira






Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira






Joana Leopoldina de Melo Oliveira [10-11-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da     p. 232   – no visor p. PDF: p. 540:  “No romantismo, é o grande"[...]
até a p. 234   – no visor p. PDF: p. 541    [...] "formas divinas (Lucíola)."



Dando continuidade ao tópico “A força do romancista”, Antonio Candido segue apontando criticamente as qualidades do escritor José de Alencar ao afirmar que no Romantismo ele foi o grande artista da ficção, dotado de capacidade básica da narrativa e senso apurado de estilo. Entretanto, destaca que os seus defeitos neste setor são os do tempo, como quando abusa da descrição (no Gaúcho).


Além disso, gosta de fazer revelações surpreendentes em alguns dos seus romances (Til e A viuvinha) e espraiar-se em considerações gerais. Também, de um lado, tenta preservar a pureza e a sanidade das relações dos seus heróis e, de outro, observa fidelidade realista, mesmo brutal, quando é preciso.


 Antonio Candido ainda afirma que há nos seus livros o impudor romântico de ostentar e acentuar sentimentos óbvios, os quais, para o crítico, demonstram a força do romancista, pois ainda assim os seus leitores o estimam, apesar do açucaramento.


Continua suas observações destacando que os diálogos dos seus romances são, em sua maioria, excelentes em sua distribuição e dosagem, mas denotam igual tendência para idealizar, como as cenas mundanas e as conversas que parecem ter poucas raízes com a realidade de cada dia. Entretanto, superados esses obstáculos, confirma aos leitores o seu excelente e variado estilo, principalmente nos livros O guarani, Iracema, Lucíola, Senhora e O sertanejo.



sexta-feira, 26 de outubro de 2018





Jackeline Rebouças Oliveira





Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo






Jackeline Rebouças Oliveira  [27-10-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 230      – no visor p. PDF: p. 539:  [subtítulo] "Desarmonias"
até a p. 232   – no visor p. PDF: p. 540   [...] "nosso pequeno Balzac."
Desarmonias


Partindo da perspectiva esboçada pela colega anterior, percebe-se claramente que durante o romantismo no Brasil havia uma preocupação dos escritores em retratar a realidade nacional brasileira. Essa atitude é decorrente de o romantismo promover uma grande mudança na forma de pensar e no campo estético, ou seja, romper com a tendência anterior, criando uma literatura diferente da neoclássica. Tanto que do ponto de vista estético, destaca-se uma oposição ao estilo neoclássico, com o apego às expressões mais pessoais, naturais e subjetivas, além de valorizar o popular e o nacional. No Brasil, o Romantismo surge como uma manifestação artística que tinha uma necessidade de valorizar a pátria, exaltando os valores essenciais da cultura brasileira. José de Alencar se destaca, porque, em sua vasta produção ficcional, procurou aliar os conceitos de ordem nacional com o universalismo.  E um dos aspectos mais significativos na intriga romanesca de Alencar – e fácil de notar – , é a presença das desarmonias ou contrastes, que é o choque entre o bem e o mal.
               

Dentre muitos exemplos destacados por Antonio Candido sobre a presença de desarmonias nos romances de Alencar, podemos ver que em o Guarani  a desarmonia se dá a partir do comportamento perverso de Loredano, pois sem esse comportamento não haveria drama. O mesmo acontece nas Minas de prata, onde o drama gira em torno das atitudes do padre Gusmão. Em Lucíola, por sua vez, Antonio Candido esclarece que a luxúria do velho Couto e a prática do vício mudam o comportamento da moça. Já em Diva há uma luta interior da moça, que parte do orgulho, que estimula o sadismo e ao mesmo tempo a castiga. Sobre o romance A pata da gazela, Antonio Candido chama a atenção para o fetichismo sexual de Horácio. Na visão do crítico, esse romance é o que mais marca as desarmonias presentes nas obras de Alencar, pois a narrativa gira em torno do fetiche sexual de Horácio por um pé, ou seja, o sentimento não é mais por uma pessoa, mas apenas por parte de um corpo. Por fim, em Senhora, há a grande reviravolta dada por uma moça pobre e humilhada, que, ao tornar-se rica, compra o ex-noivo. Para o crítico, esse foi um truque habilidoso do romancista, o que faz do romance uma obra psicologicamente profunda.


A força do romancista


Para Antonio Candido, a força de Alencar pode ser sentida sob vários aspectos, uns convencionais, outros mais raros; uns mais aparentes, outros virtuais. De acordo com o crítico, em Alencar a percepção complexa do mal, do anormal ou do recalque aparece como obstáculo à perfeição, bem como é definidora da conduta humana. Trata-se de uma dialética do bem e do mal que percorre toda a ficção romântica, inclusive a nossa. O que não é visível de modo nenhum em Manuel de Almeida, como também em Bernardo Guimarães, porque nele esse aspecto se atenua em forma de otimismo natural e sadio. Já em Teixeira e Sousa e em Macedo, aparece como uma luta convencional de contrários, para atingir, em Alencar, um refinamento que pressagia Machado de Assis. A galeria dos tipos alencarianos é vária e ampla. Antonio Candido divide-os em três categorias: os inteiriços (D.Antonio de Mariz, Peri, Loredano, Arnaldo) sempre os mesmos, no bem e no mal; os rotativos (João Fera, Diva) que passam do bem para o  mal ou do mal para o bem; e os simultâneos (Lucia e Paulo, de Lucíola; Amélia e Fernando Seixas, de Senhora) que são os mais complexos: o bem e o mal, nestes, perdem a conotação simples que aparece nos demais.


Por fim, Candido destaca que José de Alencar foi capaz de fazer uma literatura de boa qualidade tanto em relação ao esquematismo psicológico quanto ao senso de realidade humana. Pois foi da poesia ao realismo cotidiano, da visão heroica à observação da sociedade, o que fez dele o nosso pequeno Balzac. Tudo isso faz com que Alencar ocupe um lugar de destaque em todo o processo de renovação literária nacional.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018







Érika Bezerra Cruz de Macedo






Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis






Érika Bezerra Cruz de Macedo [13-10-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 228       – no visor p. PDF: p. 537: [subtítulo] “Desníveis ” [...]
até a p. 230   – no visor p. PDF: p. 539: [...]”do homem na fuga do tempo”.


Para o mestre Antonio Candido, a forma literária não é uma abstração; ela é historicizada, portanto, intimamente relacionada com o contexto sócio-político. Sob tal perspectiva, o Romantismo aporta em terras brasileiras numa realidade muito diferente daquela em que surgiu no contexto europeu de ascensão do capitalismo e da modernidade.


Na cena enunciativa pátria, o Brasil há pouco se tornara independente, e a literatura assumia uma posição de destaque como elemento expressivo das preocupações em construir o país. Era recorrente, entre os autores do período, a ideia de missão nacional que os incumbia de relevarem os elementos primordiais de nossa origem, engrandecerem a natureza e seu povo, serem fieis ao que haveria de mais autêntico em nossa cultura, descobrindo assim a identidade brasileira através da qual seria concebida também a nossa literatura própria.


Naquele contexto, um conceito importante despontava: a identidade. E como esta é relacional, só pode ser elaborada a partir de seu antônimo - a ideia de diferença. Evidencia-se nisso que a busca de muitos autores do Romantismo, dentre eles José de Alencar, pela identidade nacional brasileira e pelas características essenciais do Brasil, foi um elemento marcante e muito importante na forma como ela se desenvolveu, uma vez que era perpassada pelo olhar lançado ao diferente, ao outro, considerando-se esse outro sob aspectos sociais, políticos, econômicos, estéticos, culturais, espaciais e temporais.


Inserido num projeto artístico-cultural de afirmação nacional e construção de uma consciência literária, José de Alencar destacou-se na expressão da dialética entre o localismo e o cosmopolitismo, e esse engajamento em busca da “cor local” leva o autor a fazer das diferenças uma das molas de sua ficção.


E é exatamente o acento dado às diferenças presentes tanto nas condições sociais quanto nas relações temporais que Candido destaca nessas páginas. No referente às primeiras, os desníveis sociais atuam como “elemento dinâmico na psicologia e na própria composição literária”, sendo peculiares a toda obra alencarina, uma vez que são vistos não só nos romances urbanos e sertanistas, mas também nos indianistas, encetando assim “uma diferença de disposições e comportamentos que é a essência do seu processo narrativo”.


A esses desníveis de situação aliam-se  as diferenças entre o passado e o presente, sendo este último governado pelas coisas que já foram, as quais não só conduzem a narrativa, mas se revelam em momento propício, aliando-se tanto à interpretação da conduta das personagens quanto ao desejo romântico de “ancorar o destino do homem na fuga do tempo”.


sexta-feira, 28 de setembro de 2018







Eldio Pinto da Silva






Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro





Eldio Pinto da Silva [29-09-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 226       – no visor p. PDF: p. 535:     "Mais importante, todavia” [...]
até a p. 228   – no visor p. PDF: p. 537:     [...]  “ que é Senhora. ”


No trecho “Temas profundos”, Candido vai destacar o trabalho de José de Alencar, observando que o autor de Iracema se destaca com três de seus romances.  Como romancista, Alencar atuou como indianista, regionalista e urbanista. Como autor de romances urbanos, o crítico salienta um Alencar mais maduro, com senso artístico e humano ao escrever perfis de homem e de mulher, como em Senhora e Lucíola. Há também um amadurecimento na criação de personagens mais humanos, em Berta (Til), Gusmão de Molina (As minas de prata) e Horácio de Almeida (A pata da gazela).


Outro ponto destacado sobre Alencar é a questão das relações humanas, que faz do autor de Senhora um “sociólogo implícito”. Embora esse aspecto seja característica de quase todo romancista, Alencar ganha destaque por expor problemas de desnivelamento nas posições sociais. Daí, conclui o crítico, Alencar revela-se um escritor atento às classes sociais e a seus níveis, preocupado em retratar como as ações acontecem na cidade e na fazenda, explicitando as experiências sociais desses lugares distintos.


Alencar é grande observador da sociedade brasileira, dos problemas e das relações sociais, das angústias do ser humano. Isso é exposto em Diva, A pata da gazela, O tronco do Ipê, Til, Sonhos d’ouro. Candido destaca a questão da consciência humana em resolver os problemas econômicos e sociais em A viuvinha e Senhora.


Demonstra, com a análise do drama em Sonhos d’ouro, como o jovem da sociedade burguesa luta para ascender socialmente, ou então para se remediar com a alienação da consciência na luta pelo poder nem que tenha que vender a alma para o diabo. Já em A viuvinha, Alencar apresenta um herói rico, feliz e honesto, que se aplica ao trabalho no comércio para vencer na vida e resgatar a firma do pai.  Em Senhora, o homem resolve sua vida econômica casando-se com esposa milionária. Tem-se a diferença entre dois homens: um que busca ascender pela força do trabalho e outro que se vende aos caprichos do capital.


Candido caracteriza como tendência nos romances de Alencar, os rapazes serem todos pobres e as moças muito ricas. Em Senhora, o escritor teve a capacidade de observar essas constantes para discernir o conflito que há entre os seres humanos e suas condições sociais, revelando situações de virtude, paixão, interesses econômicos, e demonstrando grande idealismo artístico em criar conflitos e suas consequências –  traços típicos do autor que se comprovam destacadamente nesse romance.



sábado, 15 de setembro de 2018









Eide Justino Costa





Eldio Pinto da Silva
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro





Marcos Falchero Falleiros [15-09-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 223       – no visor PDF: p. 533:     "Esta força de Alencar ” [...]
até a p. 226   – no visor PDF: p. 535    [...] “cenário da sua obra.”


Segundo Antonio Candido, ainda que seja de gosto suspeito o Alencar criador de mitos heroicos como o de Peri, não se deixar fascinar com isso seria sinal de imaginação ressecada e envelhecida. Como um Walter Scott em versão nacional, Alencar deu curso ao legado de Gonçalves Dias, criando o índio ideal com a “mentirada gentil” que ainda infesta os batistérios para compensar nossa condição mestiça com o orgulho de uma raça heroica.

Por exemplo: a cena de Ubirajara em que o herói lança setas vigorosas de cada um dos arcos das nações guerreiras, para firmar entre elas um pacto de amizade, comprova a imaginação adolescente oculta sob as barbas neurastênicas do Conselheiro Alencar, velho precoce.

O outro Alencar, o do bailado das mocinhas cândidas e rapazes bons, trabalha com o ritmo do obstáculo para a dança dos enredos, onde a mulher predomina como fulcro da energia narrativa. Com exceção de Tronco do ipê, é o que se vê em Cinco minutos, A viuvinha, Diva, A pata da gazela, e Sonhos d’ouro, com destaque deste último  para a  equilibrada dignidade da personagem Guida.

Mas nos romances do sertão, como  O sertanejo, O gaúcho, onde os homens são o destaque, Alencar não conduz o enredo para o desfecho da união feliz, como se assim fosse necessário para tornar mais convincente sua fibra heroica, em contraposição à refinada elegância mundana dos romances urbanos,  “de salão”.


Um terceiro Alencar pode ser chamado de um Alencar para adultos, quando, sem ênfase no aspecto heroico ou elegante, os personagens ganham um contorno aquilino. Ainda que já apareça difusa nos outros livros, tal característica mostra-se marcadamente em Senhora e Lucíola, únicos livros em que homens e mulheres defrontam-se em situação de igualdade. Densidade humana e rasgos atrevidos  aparecem em Til, com Berta e, descrito com sangue frio naturalista, com o cretino epilético Brás, como também na orgia vermelha de Lucíola. Essa terceira dimensão revela em Alencar o mesmo desejo de coisa nova e liberdade de gestos que o levou à busca de diversidade para os cenários de sua obra.