Thayane
de Araújo Morais
Adriana
Vieira de Sena
Afonso
Henrique Fávero
Antônio
Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia
Lima Silva
Edlena
da Silva Pinheiro
Eldio
Pinto da Silva
Francisco
Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio
de Marchis
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline
Rebouças Oliveira
Joana
Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana
Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina
Naro Guimarães
Kalina
Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís
Rocha de Lima
Mácio
Alves de Medeiros
Manoel
Freire Rodrigues
Marcela
Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro
Marcos
Falchero Falleiros
Marcus
Vinicius Mazzari
Maria
Aparecida da Costa
Massimo
Pinna
Peterson
Martins
Rosiane
Mariano
Socorro
Guterres de Souza
Terezinha
Marta de Paula Peres
Thayane
de Araújo Morais [10-10-2020]
Edição:
Itatiaia, 2000, VOL.2:
da
p. pdf do visor: p. 641 : " Um espírito largo
" [...]
até
a p. pdf do visor: p. 643 : [...] [final do capítulo] "
por toda a parte.”
Em
continuação ao subtópico “Crítica retórica”, Candido ressalta as colocações de
Lafayette Rodrigues Pereira para evidenciar o que este definiu como ‘atraso
cultural’. O conselheiro afirma que a crítica em desenvolvimento não
acompanhava o “espírito do século”, uma vez que se pautava nos moldes da escola
antiga. Nas palavras de Pereira, “esta escola tacanha, árida e estéril”
firmava-se em operações objetivas que desconsideravam as implicações
contextuais nas quais se insere a obra literária. O resultado da percepção das
Letras numa espécie de vácuo, isolada, gerou uma produção de aspecto contido,
um pouco apática, como postula Candido mais à frente, criadora que foi de uma
estratégia castradora da imaginação dos jovens escritores do período.
A
ambiguidade apontada por Antonio Candido no início da seção aparece aqui nas
palavras de Pereira que, embora de instrução clássica, tinha plena visão das
inconsistências causadas pela “concepção de literatura diferente da que nutria
o programa das escolas”. As práticas exercidas pelos programas escolares da
época, segundo Candido, foram responsáveis pela dissociação entre a literatura
e os leitores, sob o signo da “resistência do ensino oficial à literatura viva”
(situação que, analisando a conjuntura brasileira atual, podemos dizer, ainda persiste).
As normas de uma crítica que remonta às “regras aristotélicas e horacianas”
promoveram uma rachadura na consciência do período, dividida entre o
temperamento livre dos românticos e a forma dos clássicos, que, sem procedência
contextual, padecia de uma rigidez irremediável, como é possível observar na
prosa de Álvares de Azevedo.
O
Romantismo, então, segue seu curso ansiando ares renovados, propriamente
brasileiros, mas sem realizações estéticas capazes de traduzir o ânimo dessa
fase. O autor explica que os críticos
estavam alinhados com o que dizia Hugh Blair em “Lições de Retórica e Belas
Letras”. Nesse ponto, pode-se perceber o teórico como o exemplo de um
equilíbrio que seria bem-vindo aos românticos: as normas “são necessárias, mas
não absolutas”. Antonio Candido afirma que os românticos tinham na leitura de
Blair os “germens do progresso”, uma chance de inaugurar algo realmente
moderno. No entanto, mergulharam no teor tradicional do teórico escocês, com
regras sem procedência no estágio literário em que nos encontrávamos.
Sobre
os livros inspirados em Blair, quatro são citados por Candido. Em resumo, ele
diz que “em todos é lamentável a inconsistência total da evolução estilística e
métrica”. Antonio Candido fecha este
subtópico com o diagnóstico de que nenhum deles conseguiu retratar as mudanças
em andamento, incapazes de discorrer sobre as preferências estéticas, mesmo
“depois de anos de orgia melódica, e o ‘I-Juca-Pirama’ cantando por toda
parte”.