domingo, 22 de março de 2020





Joana Leopoldina de Melo Oliveira






Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira









Joana Leopoldina de Melo Oliveira [21-03-2020]


Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 598:  "Região e realidade" [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 600:  [...]  "já avultada em seus dias".


No tópico Região e realidade, Antonio Candido ressalta que a virtude maior de Franklin Távora foi a de perceber a importância literária de um levantamento regional, sentindo o benefício corretivo da fantasia, que revigora a ficção graças ao contato com a realidade demarcada por espaço e tempo. Sendo assim, a regra seria o romancista conhecer e descrever a paisagem precisamente.


Segundo Antonio Candido, Távora censurava José de Alencar por não conhecer o cenário geográfico do seus livros, ao contrário dele, que não desprezava a pequena área que tão bem conhecia, como comprovam Casamento do arrebalde, O sacrifício, O cabeleira, O matuto e Lourenço. Nessas obras, percebe-se a paixão pela cana-de-açúcar não só como planta mas também como realidade econômica. Em O matuto, por exemplo, dedica um verdadeiro hino nostálgico à história da cana-de açúcar.


Antonio Candido percebe em Távora um modesto precursor de Gilberto Freyre, José Lins do Rêgo e Graciliano Ramos por seu discernimento da psicologia e do ambiente. O escritor procura também construir uma visão ideal da realidade, baseado na obra A ciência do Belo, dotando seus personagens com qualidades acima ou abaixo da norma, de modo a lhe permitir uma folga maior da imaginação.


Além disso, de acordo com o crítico, junta-se, à geografia, a história, como outro componente importante na estética de Franklin Távora. E assim, o escritor leva adiante o programa de literatura nortista juntando o senso ecológico ao da duração temporal. Por isso, para Candido, se ele vivesse um pouco mais talvez recorresse apenas à história, como sugerem dois livros inacabados sobre as revoluções pernambucanas.


Para Candido, as lacunas estéticas de Távora provêm de inexperiência e carência estética. Entretanto, reafirma a importância do escritor graças à percepção que teve da importância de sua realidade local. Para ele a região não era apenas motivo de contemplação, orgulho ou enlevo, mas um complexo de problemas sociais, dos quais se sobressaía a perda de sua hegemonia político-econômica.