Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Peterson Martins [26-09-2020]
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da p. pdf do visor: p. 638: " Contra o nacionalismo" [...]
até a p. pdf do visor: p. 641: [...] " minha geração. "
Neste
último subtópico, intitulado “Contra o
Nacionalismo”, inserido no tópico “Teoria da Literatura Brasileira” que
compõe o Capítulo VIII , sobre a Consciência Literária Nacional, tem-se a
observação de que a “Crítica Literária” só irá surgir, no contexto brasileiro,
a partir do Romantismo em nossas letras.
Nesse
subtópico, Candido explicita que, no séc. XIX, houve um embate teórico entre o
escritor e crítico literário Joaquim Norberto de Sousa Silva e um misterioso
escritor e leitor do Jornal do Comércio
(sob o pseudônimo de Scot) que
estabeleceu severos comentários ao nacionalismo ingênuo do Norberto
(possivelmente, inspirado em Ferdinand Denis, um de nossos fundadores da
crítica literária). Dentre esses escritores e críticos que se posicionaram de
forma mais contundente foi Álvares de Azevedo que, em seu artigo “A literatura
e a civilização em Portugal”, colocou que o primeiro processo de emancipação
teria que ser o linguístico. Todavia, os nossos sentimentos e línguas são
semelhantes (assim, não teríamos potencial, segundo esse escritor do séc. XIX,
de estabelecer uma literatura singular). Nesse período, Antonio Candido aponta
que Fernandes Pinheiro teria sido um dos críticos mais justos e claros, por
apontar que, antes do Romantismo, não teríamos tido uma literatura brasileira,
porque os “nossos autores nada exprimiam de diferente dos portugueses”.
O
tópico seguinte deste capítulo é o da “Crítica Retórica”, que aponta a aversão
inicial no romantismo brasileiro a toda retórica e padrão estético neoclássicos.
No entanto, tanto na poética quanto na retórica desenvolvidas, nesse período,
houve uma certa dubiedade, pois ainda se permaneceu preso aos padrões estéticos
e ideológicos anteriores, embora houvesse uma preocupação nacionalista, tal
como ocorreu em Gonçalves Dias, José Martiniano de Alencar e outros escritores
do período.
É
necessário que se ressalte o seguinte (principalmente no contexto atual) para neófitos
na escrita candidiana que venham a utilizar esse trecho de seus escritos para
estigmatizá-lo como apátrida que detesta e despreza seu país: Antonio Candido
sempre se posicionou pelo reconhecimento da importância da literatura produzida
aqui, vindo a questionar tão somente o nacionalismo
ingênuo “patriotesco”.