sábado, 26 de setembro de 2020

 
 
 
Peterson Martins
 
 
 
 
 
 
 
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna 
 
 
 
 
Peterson Martins [26-09-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 638:  " Contra o nacionalismo" [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 641:   [...]  " minha geração. " 
 
 

Neste último subtópico, intitulado “Contra o Nacionalismo”, inserido no tópico “Teoria da Literatura Brasileira” que compõe o Capítulo VIII , sobre a Consciência Literária Nacional, tem-se a observação de que a “Crítica Literária” só irá surgir, no contexto brasileiro, a partir do Romantismo em nossas letras.

  

Nesse subtópico, Candido explicita que, no séc. XIX, houve um embate teórico entre o escritor e crítico literário Joaquim Norberto de Sousa Silva e um misterioso escritor e leitor do Jornal do Comércio (sob o pseudônimo de Scot) que estabeleceu severos comentários ao nacionalismo ingênuo do Norberto (possivelmente, inspirado em Ferdinand Denis, um de nossos fundadores da crítica literária). Dentre esses escritores e críticos que se posicionaram de forma mais contundente foi Álvares de Azevedo que, em seu artigo “A literatura e a civilização em Portugal”, colocou que o primeiro processo de emancipação teria que ser o linguístico. Todavia, os nossos sentimentos e línguas são semelhantes (assim, não teríamos potencial, segundo esse escritor do séc. XIX, de estabelecer uma literatura singular). Nesse período, Antonio Candido aponta que Fernandes Pinheiro teria sido um dos críticos mais justos e claros, por apontar que, antes do Romantismo, não teríamos tido uma literatura brasileira, porque os “nossos autores nada exprimiam de diferente dos portugueses”.

  

O tópico seguinte deste capítulo é o da “Crítica Retórica”, que aponta a aversão inicial no romantismo brasileiro a toda retórica e padrão estético neoclássicos. No entanto, tanto na poética quanto na retórica desenvolvidas, nesse período, houve uma certa dubiedade, pois ainda se permaneceu preso aos padrões estéticos e ideológicos anteriores, embora houvesse uma preocupação nacionalista, tal como ocorreu em Gonçalves Dias, José Martiniano de Alencar e outros escritores do período.

  

É necessário que se ressalte o seguinte (principalmente no contexto atual) para neófitos na escrita candidiana que venham a utilizar esse trecho de seus escritos para estigmatizá-lo como apátrida que detesta e despreza seu país: Antonio Candido sempre se posicionou pelo reconhecimento da importância da literatura produzida aqui, vindo a questionar tão somente o nacionalismo ingênuo “patriotesco”.