sábado, 25 de julho de 2020




Maria Aparecida da Costa








Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari




Maria Aparecida da Costa [25-07-2020]


Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 627   : [subtítulo] " Magalhães " [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 629   :  [...]  " pensamentos alheios".



Conforme indicado na leitura anterior, a crítica literária no período do Romantismo se mostra medíocre, mas nem por isso desnecessária para a “consciência literária” que começava a ser criada na antiga colônia. É inegável sua importância para o registro histórico do que viria a ser a Literatura Brasileira.


Em três textos críticos, Gonçalves de Magalhães vai sugerir, de um modo geral, que a formação literária de uma sociedade tangencia sua história e cultura. Desse modo, a Literatura Brasileira que estava em formação devia, sobretudo, ser a representação da sociedade brasileira de seu momento; para Magalhães, a importância da evolução histórica, da religião como elemento da sociabilidade e da cultura indígena, eram fatores preponderantes na formação da cultura no Brasil.


Magalhães apresenta, nos referidos textos, o que via como essencial para a formação da cultura do povo brasileiro: 1) que a literatura está intrinsicamente ligada à “evolução histórica e apresenta objetos dignos de inspirar os escritores”; 2) “afirma que a religião é um dos elementos básicos da sociabilidade [...]”; 3) indica a cultura dos índios como “contribuição a nossa civilização, a sua capacidade poética e, mesmo, afirmando que constituem o elemento predominante em nosso tipo racial”. Com isso, Magalhães exalta a “cor local” como elemento importante na formação da literatura de um povo, de modo a produzir uma “feição própria” daquele povo. Sugere pois, a libertação da imitação dos antigos (clássicos) e a inspiração do meio como “liberdade de espírito”.


Na mesma linha de Magalhaes, Pereira da Silva vai tratar a literatura como “expressão da sociedade”, lembrando que “um país novo, como o Brasil, deve manifestar literatura própria, o que antes de mais nada depende de se rejeitar a imitação clássica para ouvir as inspirações locais”. Pereira da Silva ainda lamenta que os poetas brasileiros deixem de cantar as belezas “do Amazonas e do Prata, as virgens florestas, as superstições e pensamentos de nossos patrícios”, para saudar deuses politeístas gregos. Portanto, o viés de sua crítica é totalmente de teor nacionalista, de acordo com a ideologia posta naquele momento histórico do Brasil.