sexta-feira, 28 de setembro de 2018







Eldio Pinto da Silva






Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro





Eldio Pinto da Silva [29-09-2018]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 226       – no visor p. PDF: p. 535:     "Mais importante, todavia” [...]
até a p. 228   – no visor p. PDF: p. 537:     [...]  “ que é Senhora. ”


No trecho “Temas profundos”, Candido vai destacar o trabalho de José de Alencar, observando que o autor de Iracema se destaca com três de seus romances.  Como romancista, Alencar atuou como indianista, regionalista e urbanista. Como autor de romances urbanos, o crítico salienta um Alencar mais maduro, com senso artístico e humano ao escrever perfis de homem e de mulher, como em Senhora e Lucíola. Há também um amadurecimento na criação de personagens mais humanos, em Berta (Til), Gusmão de Molina (As minas de prata) e Horácio de Almeida (A pata da gazela).


Outro ponto destacado sobre Alencar é a questão das relações humanas, que faz do autor de Senhora um “sociólogo implícito”. Embora esse aspecto seja característica de quase todo romancista, Alencar ganha destaque por expor problemas de desnivelamento nas posições sociais. Daí, conclui o crítico, Alencar revela-se um escritor atento às classes sociais e a seus níveis, preocupado em retratar como as ações acontecem na cidade e na fazenda, explicitando as experiências sociais desses lugares distintos.


Alencar é grande observador da sociedade brasileira, dos problemas e das relações sociais, das angústias do ser humano. Isso é exposto em Diva, A pata da gazela, O tronco do Ipê, Til, Sonhos d’ouro. Candido destaca a questão da consciência humana em resolver os problemas econômicos e sociais em A viuvinha e Senhora.


Demonstra, com a análise do drama em Sonhos d’ouro, como o jovem da sociedade burguesa luta para ascender socialmente, ou então para se remediar com a alienação da consciência na luta pelo poder nem que tenha que vender a alma para o diabo. Já em A viuvinha, Alencar apresenta um herói rico, feliz e honesto, que se aplica ao trabalho no comércio para vencer na vida e resgatar a firma do pai.  Em Senhora, o homem resolve sua vida econômica casando-se com esposa milionária. Tem-se a diferença entre dois homens: um que busca ascender pela força do trabalho e outro que se vende aos caprichos do capital.


Candido caracteriza como tendência nos romances de Alencar, os rapazes serem todos pobres e as moças muito ricas. Em Senhora, o escritor teve a capacidade de observar essas constantes para discernir o conflito que há entre os seres humanos e suas condições sociais, revelando situações de virtude, paixão, interesses econômicos, e demonstrando grande idealismo artístico em criar conflitos e suas consequências –  traços típicos do autor que se comprovam destacadamente nesse romance.