sexta-feira, 1 de maio de 2020





Laís Rocha de Lima




Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva







Laís Rocha de Lima   [02-05-2020]

Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 608:  "Taunay sentia muito" [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 610:  [...]  "Ni vous sans moi, ni moi sans vous".

Consciente do impacto de sua formação no ofício, Taunay manteve “este culto sempre vivo de si mesmo”. Crescido sob a forte influência das artes plásticas – herança cultural ligada à sua família, ele também fortaleceu um senso de aprimoramento sobre as próprias obras, reconhecendo quais delas lhes proporcionariam vida eterna: “nutro a ambição de que hão de chegar à posteridade duas obras minhas, A Retirada da Laguna e Inocência”, apostou o escritor.

A formação do nacionalismo estético lhe estimulava a crer que Inocência seria referência nesta área, pois o nível de descrições às quais se dispôs a fazer para nutrir tal obra lhe pareciam “perfeitamente verdadeiras”, tendo em vista que ele se resguardava em suas impressões e lembranças para a construção das narrativas literárias. Buscando não desmerecer José de Alencar, Taunay tece uma comparação, evidenciando que seu colega não tinha apuração para apreciar a natureza brasileira como ele e consequentemente não haveria como desenvolver suas obras de maneira autêntica – “não lhe sentia a possança e a verdade”.

Taunay estipula que o “valor da obra dependia da autenticidade dos modelos”. Sendo assim, a busca constante destes personagens pautados em figuras reais e a apreciação/ exercício da descrição fotográfica dos cenários evidencia o compromisso do autor com a constituição da verossimilhança.

Entre o cenário reproduzido/ contexto criado pelo autor e as personagens estilizadas a partir de personalidades, engrandece Taunay um terceiro nível de consciência: a experiência em explorar suas impressões e memórias para a recomposição do “antigo drama da paixão contrariada, em toda a sua cega e, no caso, singela fatalidade”.