Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero [12-10-2019]
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da p.
pdf do visor: p. 575: [subtítulo] "A força da
inspiração"[...]
até a p. pdf do visor: p.
578 : [...]“traíam do sangue
longínqua fusão”.
Na
sequência, o crítico volta aos pontos altos de Castro Alves, “quiçá o maior do
Romantismo” para buscar compreender seus “voos tão belos e descaídas tão
frequentes”. E o faz com a habitual agudeza. Não obstante ter demonstrado os
elementos negativos a marcarem a obra do poeta nas páginas anteriores, passa
agora a enxergar na mesma eloquência um fator de potência poética quando tal
eloquência volta-se para uma arte compromissada com a realidade objetiva do
mundo.
As
reflexões mais importantes no trecho em questão – assim me parece – surgem ao
tratar-se da presença do negro na literatura do período. Atendo-me às páginas
determinadas, pois a temática avança pelas seguintes, chamo a atenção para o
paralelo comparativo que Candido estabelece em relação à presença em nossa
literatura das figuras do índio e do negro. O primeiro estava praticamente
desaparecido da vida social, e essa distância favorecia uma idealização ávida
de orgulho nacionalista e desejosa por compensar a diminuta história pátria. Já
a escravidão tornava evidente a posição de inferioridade do negro dentro de uma
sociedade de castas. Como dimensioná-lo enquanto herói num mundo organizado
para seu massacre? O sentimento e a generosidade humanitários de escritores
como Castro Alves e outros mais lançam “sobre ele o manto redentor da poesia”,
mas não conseguem elidir a resistência preconceituosa dos que sempre ocuparam
as posições de mando.