segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

 

 
Edlena da Silva Pinheiro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
 
 
 
 
 
 
Edlena da Silva Pinheiro [19-12-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 653  :     “Como vemos” [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 655  :  [...] " contrastes que a animam."
 
 
Para Álvares de Azevedo as imagens são sempre relacionadas a situações concretas descritas no texto, ou seja, o poeta estabelece dois aspectos necessários à integridade do conceito – uma realidade mais subjetiva e, outra, uma realidade exterior.  Assim, numa concepção flutuante, o belo se alterna e depende da natureza das imagens ou das emoções experimentadas. É uma experiência de ânsia de beleza total que supera limites e conveniências, porque uma obra pode ser moral ou imoral, mas o importante é que seja bela, pois a finalidade da poesia é a beleza.
 
 
Candido analisa o estudo crítico de Álvares de Azevedo sobre “Jacques Rolla” , de Musset, em que Azevedo é o único brasileiro claramente unido à teoria dos contrastes, pois todo o estudo se desenvolve nesse plano, devassidão e pureza do personagem, fé e descrença, tradição e mudança a partir da metáfora inicial das duas faces da medalha.  Nesse estudo aparecem as qualidades e os defeitos de Álvares de Azevedo como crítico, uma vez que sua análise é descritiva, com longas transcrições. O seu método é o da comparação, apostos, antíteses, aproximações e digressões. Candido vê qualidade no texto de Azevedo, embora observe que tudo vá meio jogado de cambulhada.
 
 
Assim, o ensaio é a definição de poesia romântica, como estudo do poeta romântico psicologicamente dividido e moralmente contraditório. O texto  tem de tudo um pouco, partindo do  tema central à análise do poema, e isso resulta num ensaio rico, capaz de evidenciar a capacidade crítica de Azevedo e confirmar o seu pensamento essencialmente romântico. Situando o conceito da beleza na fusão dos diferentes aspectos da realidade, exprime as contradições do mundo, onde cabe ao artista, de acordo com a sua complexidade interior, relacionar os contrastes que motivam a sua obra.

 


sábado, 5 de dezembro de 2020

 
 
Bethânia Lima Silva
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
 
 
 
 
 
 
Bethânia Lima Silva  [05-12-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 651  : [título] "5. A crítica viva”[...]
até  a p.  pdf do visor: p. 653  :  [...] " ‘nós a mais bela’ (pág.423)."
 
 
O capítulo 5, com o título “A crítica viva”, tem início com o destaque para o nome de Macedo Soares, crítico que realizou uma análise literária mais exigente, mas que logo desviou seu olhar apurado para o Direito. Mesmo apaixonado pelo nacionalismo literário, ele soube avaliar os rumos poéticos da produção nacional, algo que conseguiu ser observado nos estudos em que dedicou a Bernardo Guimarães e Junqueira Freire.  
 
 
Outra referência foi Dutra e Melo, mesmo com apenas dois trabalhos. Ele demonstrou simpatia ao romance histórico, lamentando não o ver produzido aqui, mas rendeu elogios ao “ameno realismo de Macedo”.Entre seus trabalhos está o ensaio “A Moreninha, de Macedo”. Esta obra serviu a Sílvio Romero como uma importante referência para o seu História da Literatura. Para Dutra e Melo, A Moreninha era um começo, uma “linha central da nossa ficção romântica”. Segundo Candido, “poucas vezes se veria em nossa literatura compreensão tão imediata, no plano crítico, do significado de uma obra para o desenvolvimento do gênero a que pertence”.  
 
 
Um outro crítico citado no capítulo foi o Junqueira Freire, que, no prefácio a Inspirações do Claustro, soube apresentar com discernimento um problema da estética romântica, a poesia sustentada nos valores da palavra, para uma outra que tenta explorar aos limites as potencialidades musicais. Era considerado um crítico em potencial e possuía trabalhos secundários, como: Eloquência Nacional.   
 
 
Álvares de Azevedo também é lembrado por seus ensaios “Jacques Rolla” e “Literatura e civilização em Portugal”. O poeta ainda escreveu “Lucano”, “Carta sobre a atualidade do teatro entre nós”, entre outros, expressando, assim, seu pensamento crítico e trabalhando bastante a concepção e o conceito do belo – com foco nas características da natureza, da beleza poética e de sua intensidade. O belo é tido como algo distinto entre uma beleza mais doce e meiga e uma beleza mais sublime. É, segundo pondera, a intensidade das emoções que ajuda a construir e diferenciar essa ideia para o “belo”. Conforme Candido, “num plano recessivo e inexpressivo da consciência crítica de Álvares de Azevedo, sentimos que a classificação depende por vezes do nível de apreensão: sensação (belo material); emoção (belo sentimental); representação (belo ideal)”. 

 


sábado, 21 de novembro de 2020

 
 
 
 
 
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
 
 
 
 
 
 
Antônio Fernandes de Medeiros Jr   [21-11-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 648   : [subtítulo] " A história literária  " [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 650  :  [...] " lhe tem sido dado." [final do capítulo]
 
 
 
A sequência final, ‘A história literária’, desdobra a atividade crítica, mantém o rigor avaliativo da obra como um todo, específico neste capítulo ‘Formação do cânon literário’. Para tanto, enumera e qualifica dois predecessores de Sílvio Romero, anteriormente destacado por “esforço de meio século que tornou possível a sua ‘História da Literatura Brasileira’, no decênio de 1880”.
 
 
O primeiro deles, Fernando Pinheiro, autor de “O curso elementar de literatura nacional” (1862) e de “Resumo de história literária (prefácio datado de 1872)”. Em relação ao texto de 1862, Antonio Candido destaca a percepção de Wilson Martins para quem é livro pioneiro “(...) a primeira obra de brasileiro sobre o conjunto de nossa história literária”.
 
 
De maneira ampla, Antonio Candido considera o conjunto destas obras, o de 1862 e de 1872, “livros didáticos muito banais”, especialmente, “com pouco senso histórico”, embora identifique mérito de ser “o louvável esforço de sistematizar uma realidade contemporânea”, no Brasil, “(única reputada independente da de Portugal)”.
 
 
O segundo predecessor de Sílvio Romero – “o mais considerável empreendimento no gênero, antes de Sílvio Romero “ – é o trabalho de Sotero dos Reis, autor de o ‘Curso de literatura brasileira e portuguesa (1866-1873)”, agrupamento formado por cinco volumes, os três primeiros dedicados à literatura portuguesa e os demais à brasileira.
 
 
Antonio Candido avalia como significativo o fato de Sotero dos Reis se associar à visão moderna de Bonald, para quem “a literatura é a expressão de sociedade”, compressão distendida “a chave teórica do livro” de Sotero dos Reis: literatura “é a expressão do belo por meio da palavra escrita”.
 
 
O método de trabalho adotado parte do geral em demanda do particular:  “uma apreciação geral, apoiada na indicação do momento histórico, passa à exposição da vida, para chegar finalmente às obras, classificadas por gêneros e largamente exemplificadas” etapas que antecedem “entremeadas ou seguidas da análise, que se reduz as mais das vezes a chamar a atenção para a beleza, justeza, habilidade”.
 
 
Por fim, Antonio Candido pondera a respeito “do tom convencional, pouca originalidade e mediania que vai de página a página” do livro, entretanto, que é obra importante entre nós, “o primeiro livro coerente e pensado de história literária” e seu autor digno de maior valor “do que lhe tem sido dado”.
 
 
 

 

sábado, 7 de novembro de 2020

 

Afonso Henrique Fávero
 
 
 
 
 
 
 
 
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Adriana Vieira de Sena
 
 
 
 
 
 
Afonso Henrique Fávero  [07-11-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 646   :   " Só estes dois  " [...]                                                                               
até  a p.  pdf do visor: p. 648  :  [...] " Joaquim Manuel de Macedo."
 
 
 
Os dois beneméritos a que Candido se refere são Varnhagen e Joaquim Norberto, que impulsionaram com suas obras a construção de nosso cânon (Norberto, inclusive, é visto como precursor de Sílvio Romero). O primeiro com mais erudição, o segundo com mais verve crítica, levaram eles os estudos literários a novo patamar pela capacidade em superar “a fase da antologia-texto”, divulgando em escala bem maior o conjunto de obras de figuras literárias importantes, constituindo assim “um corpus pela publicação de textos”.
 
 
Sendo naquele período as biografias essenciais para a construção da história literária, note-se no subcapítulo “A investigação biográfica” o humor fino com que Candido comenta os exageros de estudiosos que, no anseio de elevar a vida de nossos escritores, apelam à imaginação sem pregas. Isto é feito em três passagens com a utilização das reticências (e utilizadas somente nelas, como que a sinalizar tais arroubos pitorescos). Um exemplo: Joaquim Norberto fora designado pelo Instituto Histórico a reconhecer os restos mortais de Sousa Caldas em meio a várias ossadas no Convento de Santo Antônio (RJ). E pediu auxílio a Araújo Porto Alegre, partidário da frenologia (uma pseudociência, na verdade; acreditava ser o tamanho do crânio proporcional à inteligência), que “andou medindo e comparando para localizar, pelas bossas do gênio, o crânio ilustre...”
 
 
A propósito de pesquisas como essa, é preciso considerar que vivemos numa época, digamos, mais amena. Nossa tarefa é ir somente a bibliotecas, arquivos, centros de estudos etc. para elaborarmos nossos artigos, dissertações e teses...
 
 
Por fim, com vistas à formação do cânon, temos no período obras que tratam, em forma de “galeria”, de homens ilustres do passado cultural e literário. Em ordem crescente de valor: Antônio Joaquim de Melo, com Biografias de Alguns Poetas e Homens Ilustres da Província de Pernambuco; J. M. Pereira da Silva, com Plutarco Brasileiro, depois refundido em Varões Ilustres do Brasil durante os Tempos Coloniais; e Panteon Maranhense, de Antônio Henriques Leal.  
 
 
 

 


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 
 
Adriana Vieira de Sena
 
 
 
 
 
 
 
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
 
 
 
 
 
 
Adriana Vieira de Sena  [24-10-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 644   :   "4 FORMAÇÃO DO CÂNONE  LITERÁRIO" [...]                    até  a p.  pdf do visor: p. 646  :  [...] "História da Conjuração Mineira."
 
 
 
É sabido que a história perpassa – via elemento temporal – todos os espíritos, inclusive, os literários. Na busca de se compreender a necessidade de um levantamento crítico dos autores, obras e biografias brasileiras, observa-se, literariamente, como é salutar a formação de um cânon literário.
 
O vocábulo “cânone” significa algo “uno e consensual” (MOISES, 2000, p. 340), algo que atravessou o tempo de forma quase inatacável. O romantismo, contribuindo para o não engessamento da crítica presente e futura, usa a expressão crítica experimental (vale-se dos textos como ponto de referência, trazendo à baila reflexões profundas, iluminando, assim, os escombros de uma razão superficial) em contraposição à crítica formal (crítica realizada sem o uso dos textos literários, privilegiando uma visão unilateral do objeto literário).
 
Prezar pela formação de um cânone não é apenas “elaborar uma história literária”, lembra Candido, mas também alicerçar, em termos críticos e historiográficos, uma galeria das origens da herdade literária nacional. No caso brasileiro, figuram nela, de maneira irrecusável, os escritores românticos, tais como: José de Alencar, Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias  – apenas para citar alguns.
 
A crítica literária brasileira começou incipiente, pois os escritores deixavam-se levar mais pela paixão do que por um labor sistemático (MOISES, 2001, p. 333) das obras de consciência literária. Para tanto, recorriam aos folhetins publicados no Brasil Imperial, como, por exemplo: Revista da Sociedade Fênix Literária, Niterói e Suspiros Poéticos e Saudades. Sobre aquela, é preciso afirmar que:
 
Tendo por lema a epígrafe ‘Tudo pelo Brasil e para o Brasil’, a revista caracterizava-se pelo patriotismo, de que o artigo de Magalhães (‘Ensaio sobre a História da Literatura do Brasil’), saído no primeiro número, pode ser a síntese crítica: repudiando a colonização portuguesa, dispunha-se a mostrar os traços originais da nossa literatura, a partir do tema indianista (MOISES, 2001, p. 328).
 
Muitas outras revistas foram criadas no Brasil de D. Pedro II, como a de Álvares de Azevedo – Revista Mensal do Ensaio Filosófico Paulistano (1852-1864). Mas é nos livros que a crítica e a historiografia brasileiras irão despontar eloquentemente. Alguns autores dessa época são: Adolfo de Varnhagem (Épicos Brasileiros, 1843, Florilégio da Poesia Brasileira, 3 vols., 1850-1853); Francisco Sotero dos Reis (Curso de Literatura Portuguesa e Literatura, 5 vols, 1866-1873); J.C. Fernandes Pinheiro (Curso Elementar de Literatura Nacional, 1862; Resumo de História Literária, 1872; Postilas de Retórica e Poética, 1865). Assim, com edições e reedições, o cânone literário brasileiro foi construído. 
 
O gênero da crítica e da historiografia literárias ganhou espaço devido aos novos ares românticos que atravessaram os mares, tal como o fez a Corte Portuguesa ao vir para o Brasil Colônia em 1808. Todo esse contexto sócio-histórico-econômico faz com que, mais adiante, surja um Joaquim Norberto de Sousa e Silva, lembrado por não deixar cair em esquecimento as memórias e as obras literárias dos árcades brasileiros, como Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Silva Alvarenga Peixoto e Basílio da Gama. Contribuiu, portanto, para a consolidação de um apurado julgamento estético que levou à construção do cânone, “algo de sagrado e consagrado” (MOISÉS, 2000, p. 341), em defesa mais da palavra “responsabilidade” que da pomposidade que se vê hodiernamente.
 
 
Referências
MOISES, Leyla Perrone-. Inútil Poesia e outros ensaios breves. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. 
MOISES, Massaud.  História da Literatura Brasileira: das origens ao Romantismo. Vol. 1. São Paulo: Cultrix, 2001.
 

 


sábado, 10 de outubro de 2020

 


 
 
Thayane de Araújo Morais
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
 
 
 
 
 
Thayane de Araújo Morais [10-10-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 641   :  " Um espírito largo " [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 643  :  [...] [final do capítulo] " por toda a parte.”
 
 
Em continuação ao subtópico “Crítica retórica”, Candido ressalta as colocações de Lafayette Rodrigues Pereira para evidenciar o que este definiu como ‘atraso cultural’. O conselheiro afirma que a crítica em desenvolvimento não acompanhava o “espírito do século”, uma vez que se pautava nos moldes da escola antiga. Nas palavras de Pereira, “esta escola tacanha, árida e estéril” firmava-se em operações objetivas que desconsideravam as implicações contextuais nas quais se insere a obra literária. O resultado da percepção das Letras numa espécie de vácuo, isolada, gerou uma produção de aspecto contido, um pouco apática, como postula Candido mais à frente, criadora que foi de uma estratégia castradora da imaginação dos jovens escritores do período.
 
 
A ambiguidade apontada por Antonio Candido no início da seção aparece aqui nas palavras de Pereira que, embora de instrução clássica, tinha plena visão das inconsistências causadas pela “concepção de literatura diferente da que nutria o programa das escolas”. As práticas exercidas pelos programas escolares da época, segundo Candido, foram responsáveis pela dissociação entre a literatura e os leitores, sob o signo da “resistência do ensino oficial à literatura viva” (situação que, analisando a conjuntura brasileira atual, podemos dizer, ainda persiste). As normas de uma crítica que remonta às “regras aristotélicas e horacianas” promoveram uma rachadura na consciência do período, dividida entre o temperamento livre dos românticos e a forma dos clássicos, que, sem procedência contextual, padecia de uma rigidez irremediável, como é possível observar na prosa de Álvares de Azevedo.
 
 
O Romantismo, então, segue seu curso ansiando ares renovados, propriamente brasileiros, mas sem realizações estéticas capazes de traduzir o ânimo dessa fase.  O autor explica que os críticos estavam alinhados com o que dizia Hugh Blair em “Lições de Retórica e Belas Letras”. Nesse ponto, pode-se perceber o teórico como o exemplo de um equilíbrio que seria bem-vindo aos românticos: as normas “são necessárias, mas não absolutas”. Antonio Candido afirma que os românticos tinham na leitura de Blair os “germens do progresso”, uma chance de inaugurar algo realmente moderno. No entanto, mergulharam no teor tradicional do teórico escocês, com regras sem procedência no estágio literário em que nos encontrávamos.
 
 
Sobre os livros inspirados em Blair, quatro são citados por Candido. Em resumo, ele diz que “em todos é lamentável a inconsistência total da evolução estilística e métrica”.  Antonio Candido fecha este subtópico com o diagnóstico de que nenhum deles conseguiu retratar as mudanças em andamento, incapazes de discorrer sobre as preferências estéticas, mesmo “depois de anos de orgia melódica, e o ‘I-Juca-Pirama’ cantando por toda parte”.

 


sábado, 26 de setembro de 2020

 
 
 
Peterson Martins
 
 
 
 
 
 
 
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna 
 
 
 
 
Peterson Martins [26-09-2020]
 
 
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 638:  " Contra o nacionalismo" [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 641:   [...]  " minha geração. " 
 
 

Neste último subtópico, intitulado “Contra o Nacionalismo”, inserido no tópico “Teoria da Literatura Brasileira” que compõe o Capítulo VIII , sobre a Consciência Literária Nacional, tem-se a observação de que a “Crítica Literária” só irá surgir, no contexto brasileiro, a partir do Romantismo em nossas letras.

  

Nesse subtópico, Candido explicita que, no séc. XIX, houve um embate teórico entre o escritor e crítico literário Joaquim Norberto de Sousa Silva e um misterioso escritor e leitor do Jornal do Comércio (sob o pseudônimo de Scot) que estabeleceu severos comentários ao nacionalismo ingênuo do Norberto (possivelmente, inspirado em Ferdinand Denis, um de nossos fundadores da crítica literária). Dentre esses escritores e críticos que se posicionaram de forma mais contundente foi Álvares de Azevedo que, em seu artigo “A literatura e a civilização em Portugal”, colocou que o primeiro processo de emancipação teria que ser o linguístico. Todavia, os nossos sentimentos e línguas são semelhantes (assim, não teríamos potencial, segundo esse escritor do séc. XIX, de estabelecer uma literatura singular). Nesse período, Antonio Candido aponta que Fernandes Pinheiro teria sido um dos críticos mais justos e claros, por apontar que, antes do Romantismo, não teríamos tido uma literatura brasileira, porque os “nossos autores nada exprimiam de diferente dos portugueses”.

  

O tópico seguinte deste capítulo é o da “Crítica Retórica”, que aponta a aversão inicial no romantismo brasileiro a toda retórica e padrão estético neoclássicos. No entanto, tanto na poética quanto na retórica desenvolvidas, nesse período, houve uma certa dubiedade, pois ainda se permaneceu preso aos padrões estéticos e ideológicos anteriores, embora houvesse uma preocupação nacionalista, tal como ocorreu em Gonçalves Dias, José Martiniano de Alencar e outros escritores do período.

  

É necessário que se ressalte o seguinte (principalmente no contexto atual) para neófitos na escrita candidiana que venham a utilizar esse trecho de seus escritos para estigmatizá-lo como apátrida que detesta e despreza seu país: Antonio Candido sempre se posicionou pelo reconhecimento da importância da literatura produzida aqui, vindo a questionar tão somente o nacionalismo ingênuo “patriotesco”.

 


sábado, 19 de setembro de 2020

 

Terezinha Marta de Paula Peres
 
 
 
 
 
 
 
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
 
 
 
 
 

Terezinha Marta de Paula Peres [19-09-2020]

 

 

Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:

da      p.  pdf do visor: p. 635   :  " Vemos que tendia" [...]

até  a p.  pdf do visor: p. 638  :  [...]  " originalidade etc.   “ 

 

 

 

Partindo do tópico 2, “Teoria da literatura brasileira”, do capítulo VIII, Antonio Candido nos ajuda a percorrer os caminhos da crítica brasileira a partir de nomes como Gonçalves de Magalhães, Pereira da Silva, Joaquim Norberto, Santiago Nunes Ribeiro que, do ponto de vista histórico, deram sua contribuição para o nacionalismo literário que marcou, segundo Candido, o desenvolvimento romântico entre nós.

 

Foram muitas as contribuições para que tivéssemos uma literatura independente, com destaque para os índios, as raças, os costumes, a religião, a natureza, enfim, os caracteres que definissem a cor local e que marcassem a literatura brasileira como a “expressão do seu povo”.

  

Os críticos foram pertinentes quanto à importância de uma literatura própria, autêntica, original. Santiago chama a atenção para a criação de uma literatura em que o homem e os fatores de sua existência se mesclem, bem como  delimita e assimila os conceitos de clássico e de romântico. Entretanto, Joaquim Norberto, absorvendo muito Santiago Nunes, persiste na cor local como inspiração para obras literárias, apresentando pouca originalidade em seus estudos e significativas compilações, como vê Antonio Candido.

  

As contribuições críticas sobre tal contexto apresentadas por Candido comungam, com maior ou menor ênfase, da mesma percepção: a independência literária do Brasil, a partir da união entre presente e passado convergiu para a composição de uma identidade literária original e consciente.