Eide
Justino Costa
Eldio
Pinto da Silva
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco
Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio
de Marchis
Jackeline
Rebouças Oliveira
Joana
Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana
Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina
Naro Guimarães
Kalina
Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís
Rocha de Lima
Manoel
Freire Rodrigues
Marcela
Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos
Falchero Falleiros
Marcus
Vinicius Mazzari
Maria
Aparecida da Costa
Maria
do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo
Pinna
Peterson
Martins
Rochele
Kalini
Rosiane
Mariano
Terezinha
Marta de Paula Peres
Adriana
Vieira de Sena
Afonso
Henrique Fávero
Antônio
Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia
Lima Silva
Edlena
da Silva Pinheiro
Marcos
Falchero Falleiros [15-09-2018]
Edição:
Martins, 1971, VOL.2:
da p. 223 –
no visor PDF: p. 533: "Esta força de Alencar ”
[...]
até a p. 226
– no visor PDF: p. 535 [...] “cenário da sua obra.”
Segundo Antonio Candido, ainda que seja
de gosto suspeito o Alencar criador de mitos heroicos como o de Peri, não se deixar
fascinar com isso seria sinal de imaginação ressecada e envelhecida. Como um Walter
Scott em versão nacional, Alencar deu curso ao legado de Gonçalves Dias,
criando o índio ideal com a “mentirada gentil” que ainda infesta os batistérios
para compensar nossa condição mestiça com o orgulho de uma raça heroica.
Por exemplo: a cena de Ubirajara em que o herói lança setas vigorosas
de cada um dos arcos das nações guerreiras, para firmar entre elas um pacto de
amizade, comprova a imaginação adolescente oculta sob as barbas neurastênicas
do Conselheiro Alencar, velho precoce.
O outro Alencar, o do bailado das
mocinhas cândidas e rapazes bons, trabalha com o ritmo do obstáculo para a
dança dos enredos, onde a mulher predomina como fulcro da energia narrativa.
Com exceção de Tronco do ipê, é o que
se vê em Cinco minutos, A viuvinha, Diva,
A pata da gazela, e Sonhos d’ouro,
com destaque deste último para a equilibrada dignidade da personagem Guida.
Mas nos romances do sertão, como O sertanejo,
O gaúcho, onde os homens são o destaque, Alencar não conduz o enredo para o
desfecho da união feliz, como se assim fosse necessário para tornar mais convincente
sua fibra heroica, em contraposição à refinada elegância mundana dos romances
urbanos, “de salão”.
Um terceiro Alencar pode ser chamado
de um Alencar para adultos, quando, sem ênfase no aspecto heroico ou elegante, os
personagens ganham um contorno aquilino. Ainda que já apareça difusa nos outros
livros, tal característica mostra-se marcadamente em Senhora e Lucíola, únicos
livros em que homens e mulheres defrontam-se em situação de igualdade. Densidade
humana e rasgos atrevidos aparecem em Til, com Berta e, descrito com sangue
frio naturalista, com o cretino epilético Brás, como também na orgia vermelha
de Lucíola. Essa terceira dimensão
revela em Alencar o mesmo desejo de coisa nova e liberdade de gestos que o
levou à busca de diversidade para os cenários de sua obra.