domingo, 25 de setembro de 2011

Kalina Naro Guimarães





Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas





Kalina Naro Guimarães [24-9-2011]


Editora: Martins, 1971


da p. 229: “Bem mais discretos são os versos de José Bonifácio: a Ode belicosa de 1820 ” [...]

até a p. 231: [...] “conversada pelo sacerdote, o mosteiro, o seminário, formadores de caracteres e dispensadores de instrução” [final do subitem, antes do subitem “Livros”]




Para Candido, a onda adulatória que tanto caracterizava os versos no reinado americano de D. João VI foi suavizada com o trabalho de José Bonifácio, pois seus versos apresentam as vantagens do governo, ao mesmo tempo em que já alertam para os problemas da terra. Se por um lado, os brasileiros mais provincianos cultuavam com entusiasmo a transferência da família real para o Brasil, por outro, aqueles mais viajados tendiam a ler tal acontecimento de modo mais crítico. Assim, Candido sugere a distância como importante aliado para a apreensão da estatura própria da realidade, apontando que, em termos de cultura, a autoctonia, ao invés de levar o sujeito à posse plena de sua terra, faz com que ele, geralmente, se perca em imagens cuja invenção menos diz sobre a realidade.

Em contraponto à corrente bajulatória, Hipólito da Costa, no Correio Brasiliense, tratava de atribuir as benfeitorias da Coroa às suas necessidades de funcionamento administrativo, desmascarando a mediocridade dessas medidas por serem muito aquém das ações realmente necessárias para o desenvolvimento pleno da pátria. Todavia o fato é que a euforia advinda com o estabelecimento da corte no Brasil fermentou um clima de entusiasmo e de confiança sem o qual talvez não fosse possível o despertar de uma consciência empenhada em desenhar a identidade nacional, sendo a literatura parte fundamental desse intento.

Por fim, Candido aponta a organização do pensamento livre, fora dos conventos que até então possuíam hegemonia intelectual. No entanto, continua a haver a fiscalização das publicações, tendo o autor, muitas vezes, que cortar ou acomodar sua obra às exigências do governo, tal como ocorreu com Silvestre Pinheiro Ferreira, em 1813. O autor ainda destaca a fundação dos primeiros cursos técnicos e superiores, bem como os novos meios de divulgação do saber – a Imprensa Régia, bibliotecas públicas, livrarias – que, embora insuficientes, representavam um começo do florescimento da vida cultural brasileira.