sábado, 3 de junho de 2017







Joana Leopoldina de Melo Oliveira




Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira







Joana Leopoldina de Melo Oliveira [03-06-2017]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.  164:      [visor p. PDF: +-p. 474]    “ Muitas vezes a ocorrência é puramente ocasional: ”[...]
até a p. 167:   [visor p. PDF: +-p. 477]    [...] “Róseas flores d’alvorada.
                                                                     Teus perfumes causam dor.


Antonio Candido continua o tópico “Obsessão floral” mostrando as várias formas sob as quais as flores aparecem na obra de Laurindo Rabelo. O crítico observa que, muitas  vezes, a ocorrência é puramente ocasional. E, em outras, a intenção é simbólica ou comparativa. Nesses casos, a flor é virtude, saudade, tristeza, prazer, amor:


Se de um lado a razão seu facho acende
De outro os lírios seus planta a saudade.
                                             (“Dois impossíveis”)


No mais famoso dos seus poemas, a saudade é flor, fazendo do próprio nome, “saudades”,  símbolo do próprio sentimento que nomeia, em referência à irmã morta:
  
         
Quem sabe...(Oh! meu Deus, não seja,
Não seja esta ideia vã!)
Se em ti não foi transformada
A alma de minha irmã?!
[...]


E a melhor realização se encontra nas “Flores murchas”, composta por seis poesias, “quase um poemeto frouxamente composto em torno da metáfora floral”:


Ai! flores da minh’alma! Quem matou-vos...


O estudioso afirma que assim as flores vão perdendo a identidade; passam da botânica à psicologia, confundem-se com os sentimentos que lhes dão nome e se tornam realmente saudade, amor-perfeito, martírio. E o poeta acaba operando realmente a transfusão das duas realidades, invadindo a flora material com emoções que florescem segundo as leis de uma botânica subjetiva, alcançando a imaginação popular de cantigas como “Craveiro, dá-me um cravo/Roseira, dá-me um botão”:


Na terra que cobrir-me as frias cinzas
Plantarás um suspiro, uma saudade.