quinta-feira, 25 de março de 2021

 

 
 
Érika Bezerra Cruz de Macedo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Socorro Guterres de Souza
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
 
Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Edlena da Silva Pinheiro
Eldio Pinto da Silva
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
 
 
 
 
 
 
 
Érika Bezerra Cruz de Macedo  [20-03-2021]
 
 
substituída por Marcos Falchero Falleiros
Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da      p.  pdf do visor: p. 657   :  “O instinto e a consciência ” [...]
até  a p.  pdf do visor: p. 659   :  [...] " e nisto é bem romântico. "




Consequentemente, como vimos acima, com o inacabado Os filhos de Tupã, fica abandonada a réplica que Alencar pretendia apresentar como correção às falhas de Confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães. Assim, o gesto confessava implicitamente sua incapacidade para a poesia épica ao mesmo tempo que afirmava com Iracema sua vocação para a prosa poética, obra em que o traço heroico é suavizado pelo encanto sentimental. Alencar alcançou mais plenamente seu objetivo em Ubirajara, que cumpriu seu projeto abandonado em 1863. Mas afinal precisou de quatro obras para preencher as lacunas que apontara em Confederação dos Tamoios.
 
 
Ganhou a parada com O guarani, quando finalmente alcançou o estilo plástico que preconizara nas Cartas. Mas, como romântico, não deixou de sentir sempre a insuficiência desbotada das palavras frente à exuberância da natureza, ainda que sua força artística não fraquejasse na disposição de luta para dar conta da beleza inexprimível da terra e da gente rude.
 
 
Entretanto, chegou a sua vez de ser cobrado. Vivendo no Rio, José Feliciano de Castilho, quando atacava o Alencar político através de seu jornal Questões do Dia, aproveitava a deixa para dar botes no literato. O jovem pernambucano Frânklin Távora auxilou-o – o que lhe franqueou as páginas daquele decoroso jornal para atacar seu mestre. Suas Cartas a Cincinato, assinadas por “Semprônio”, armaram a polêmica de várias “cartas”, a que Alencar deu trela com respostas cheias de azedume.
 
 
Sílvio Romero, entretanto, mesmo sendo amigo de Távora, denunciava a cabala financiada pelo governo contra “o maior escritor brasileiro da época”. Mas, para nosso contexto, o aspecto literário é mais importante que o ético: a atualidade de Távora está nas posições que tomou contra certo tipo de literatura, preparando, assim, como pioneiro na reivindicação da observação documentária, o fim do romantismo. Sem recusar a imaginação, mantém-se nos ideais românticos, porém acusa em O gaúcho o artificialismo e a falta de fidelidade de representações típicas do homem de gabinete que escreve sobre o que não conhece. Távora preconiza a mistura do real com o belo inventado e lamenta, na obra daquele que fora seu mestre, exageros grosseiros como a bofetada de Diva, a posta do pé defeituoso de A pata da gazela, a cretinice exacerbada de certas cenas em Til.