Thayane
de Araújo Morais
Adriana
Vieira de Sena
Afonso
Henrique Fávero
Antônio
Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia
Lima Silva
Edlena
da Silva Pinheiro
Eldio
Pinto da Silva
Francisco
Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio
de Marchis
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline
Rebouças Oliveira
Joana
Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana
Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina
Naro Guimarães
Kalina
Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís
Rocha de Lima
Mácio
Alves de Medeiros
Manoel
Freire Rodrigues
Marcela
Ribeiro
Marcel
Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos
Falchero Falleiros
Marcus
Vinicius Mazzari
Maria
Aparecida da Costa
Socorro
Guterres de Souza
Massimo
Pinna
Peterson
Martins
Rosiane
Mariano
Terezinha
Marta de Paula Peres
Thayane
de Araújo Morais [14-09-2019]
Edição:
Itatiaia, 2000, VOL.2:
da
p. no visor da obra em pdf: p. 571: [título do
capítulo] "3. Poesia e
oratória em
Castro
Alves "[...]
até
a p. no visor da obra em pdf: p. 573 : [...]“apenas nas
combinações sonoras”.
Um poeta que sente com intensidade a
obscuridade ao redor de si. Neste início de seção, forma-se a imagem de Castro
Alves, rodeado pelas dialéticas formadoras da poesia romântica. A construção
temática que explora as dores causadas pelas injustiças, como a escravidão,
faz-se tão forte que Antonio Candido fundamenta a estética do poeta na
contraposição entre a realidade cotidiana desalumiada e a potencialidade retórica
dessa construção. Como diz o autor, “esta luminosidade o
envolve num halo perene” que reflete em seus poemas.
De tais características surgem as comparações.
Castro Alves, por sua qualidade estética, uniu-se a Gonçalves Dias nas pontas
da “curva poética desse tempo”. Candido relega ao vale do gráfico os poetas com
“fisionomia mais ou menos convencional” que alcançaram expressividade, caso de
Fagundes Varela na parte anterior, mas se mantém em uma dinâmica constante,
quase sem alterações. Nesse ponto, é reforçada a definição de “poeta
humanitário” que cantou os oprimidos, referindo-se principalmente ao povo
negro, com um senso de justiça mais aguçado que o de Varela, por exemplo.
A luminosidade de Castro Alves se
deve não só ao fervor da “movimentada elocução”, que Antonio Candido enxerga em
diversos nomes da época, mas evidencia em Alves seu apogeu, o que dá um “poder
excepcional de comunicabilidade” à poesia desse expoente do Romantismo. Deve-se
a ele também a mudança na maneira de enxergar o “eu” que impulsiona a poética.
Castro Alves supera “o drama da segunda geração romântica”, fundamentada na projeção
dos desajustes internos como responsáveis pelos problemas da sociedade. Em
Alves, as contradições existentes no humano nada mais são do que consequência
das turbulências sociais, e não causadoras delas. A dialética romântica continua
em vigor, mas é apresentada em uma nova maneira de “sentir o conflito”. A
realidade presente na lida cotidiana aflige porque faz parte de um “drama mais
amplo e abstrato”: a fatalidade da condição humana que corre sem boias no rio
descomedido da história.
Por esse teor, Castro Alves “encarna
as tendências messiânicas do Romantismo” com apuro. Sobre isso, Candido aponta
o “complexo de Ahasverus”. O “Judeu errante” simboliza a busca contínua por redenção
e justiça e daí, segundo o autor, vem a particularidade da poesia de Castro Alves,
que acrescenta àquela simbolização a noção de “gênio”: “se o poeta pode e deve
exprimir este processo, é porque também a sua vida e espírito são um permanente
agitar-se, um conflito de forças e contradições”.