Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira [15-08-2015]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 85: [PDF-+-p. 405] “Para o leitor habituado à
tradição europeia, é no efeito poético da surpresa”[...]
até a p. 87 : [PDF-+-p. 407] [...] “
Afrouxam-se as prisões, a embira cede,
A custo, sim; mas cede: o estranho é salvo.”
Em continuidade ao segmento anterior, Antonio Candido
apresenta agora a poesia indianista de
Gonçalves Dias, I-JUCA PIRAMA. Para ele, o indianismo dos escritores
brasileiros, sempre muito criticado pela europeização da figura indígena,
“longe de ficar desmerecido pela imprecisão etnográfica, vale justamente pelo
caráter convencional; pela possibilidade de enriquecer processos literários
europeus com um temário e imagens exóticas, incorporados desse modo à nossa
sensibilidade”. Por isso, Candido considera I-JUCA PIRAMA como obra-prima da
poesia indianista brasileira – não por
ser mais autêntico do que os índios dos outros poetas, mas por ser mais
poético.
A obra de Gonçalves Dias se incorporou ao orgulho
nacional e à representação da pátria, assim como o grito do Ipiranga e as cores
verde e amarela. Há na obra um deslumbramento que, para Antonio Candido, tem
“um poder quase mágico de enfeixar, em admirável malabarismo de ritmos, aqueles
sentimentos padronizados que definem a concepção comum de heroísmo e
generosidade”. Além disso, o poeta apresenta o lamento do guerreiro, caso único
na literatura indianista e que, por ser um recurso inesperado, o crítico
considerou excelente, pois rompeu com a tensão monótona da bravura tupi.
O escritor destaca ainda a concepção, o tema e o
arcabouço bem romântico da obra, além da configuração plástica e musical que a
aproxima do bailado, com cenário, partitura e riquíssima coreografia:
Meu canto de
morte,
Guerreiros,
ouvi:
Sou filho das
selvas,
Nas selvas
cresci;
Guerreiros,
descendo
Da tribo
tupi.
Para finalizar, lembra que a importância estética da
obra está na variedade de movimentos que integram a sua estrutura.
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