Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas [29-08-2015]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 87: [PDF-+-p. 407] “Outros temas. Esta
dualidade é o próprio símbolo de toda a sua obra – na ”[...]
até a p. 90: [PDF-+-p. 409] [...] “ quando a
queremos como correlativo e sinal da vida interior.”
Refutando as ideias anteriores, percebemos que apesar
de o indianismo gonçalvino ter sido muito criticado pela imagem do índio
mesclada ao ideal de herói europeu, constatamos por meio das palavras de
Antonio Candido que este foi um grande passo para a produção de uma literatura
nacional.
A dualidade presente na obra de Gonçalves Dias se
apresenta justamente por englobar um aspecto universal e ao mesmo tempo um
caráter individual, próprio, peculiar. Os versos gonçalvinos apresentam uma
aptidão para o dinamismo, uma articulação poética essencialmente evidente e
forte.
Agora, qual sempre usava
Divagava
Em seu pensar embebido;
Tinha no seio uma rosa
Melindrosa,
De verde musgo vestida.
A percepção plástica é evidente no poema “Rosa no
mar” (trecho supracitado), mesclam-se a aspectos da natureza e à imagem criada
pelo eu poético da donzela descrita, revelando esse caráter romântico que
mistura diversas características harmônicas, nas quais são latentes o
sentimentalismo, o bucolismo, a figura feminina idealizada, a ingenuidade, que
resultam nessa poesia tipicamente romântica brasileira e não limitada apenas a
mero reflexo de Portugal, como acreditam alguns.
Antonio Candido deixa claro em sua explanação que em
Gonçalves Dias “O que há de neoclássico é fruto de uma impregnação”, ou seja,
uma herança cultural enraizada nos poetas brasileiros através das influências
naturais portuguesas, mas estas influências não impediram o traço peculiar de
apelo nacional por parte dos autores brasileiros, neste caso específico: na
poesia de Gonçalves Dias.
Por fim, pensando sobre este aspecto dualístico entre
o pessoal e o coletivo, constatamos que Gonçalves Dias mantém as duas
vertentes, tratando de uma maneira pessoal questões que são comuns a todos, tal
qual o sentimento de solidão que é frequente em seus versos, frequente também
de modo geral no período romântico.
Encerramos esta breve explanação com a voz do poeta:
Cantor da solidão, vim assentar-me
Junto ao verde céspede do vale,
2 comentários:
Kalina Naro comentou em 14-09-2015 a leitura de Juliana:
Como ressaltou Juliana em sua leitura, a obra de Gonçalves Dias, na ótica de Antonio Candido, conservou uma dualidade fundamental: a fusão entre a musicalidade, o particularismo e o individualismo psicológico, arraigados numa sensibilidade propriamente romântica, com o gosto pela norma clássica, universalizante. Tais traços não correspondem a momentos distintos na obra gonçalvina, pois sua poética soube se impregnar duplamente, guardando “o harmonioso balanceio que o distingue dos sucessores”. Mais uma vez, Candido mostrou-se certeiro na maneira de compreender a obra de Gonçalves Dias, este que é um poeta fundamental não apenas do romantismo – enquadramento importante para situá-lo num tempo estético e histórico específico –, mas de toda a poesia brasileira.
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