domingo, 29 de novembro de 2015


Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva



Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro







Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva [21-11-2015]


da p. 101 : [PDF +- p. 420]          [subtítulo] “Otaviano, burguês sensível”[...]
até a p. 103 : [PDF +- p. 422 ]     [...] “Oh! se te amei! Toda a manhã da vida
                                                                 Gastei-a em sonhos que de ti falavam!”




Otaviano, burguês sensível


Francisco Otaviano exerceu os mais altos cargos do império – deputado, senador, conselheiro, plenipotenciário. Apesar da vida política satisfatória para os padrões burgueses da época, cultivou sua vocação para a poesia. Explorou de modo interessante na sua biografia os polos da política e da literatura, insinuando que, caso não tivesse se dedicado à política, teria sido um poeta de uma qualidade mais aprimorada.



Acredita-se que o resultado de sua produção literária não seria alterado com a dedicação exclusiva às letras. Extraiu o máximo que poderia de sua elaboração do texto poético e conseguiu bons resultados, com sensibilidade, gosto, elegância e equilíbrio.



A sua pequena obra em termos de quantidade apresenta a “inspiração do homem médio, não banal”, revelando, por meio de versos transparentes e leves, o drama das convenções sociais impostas ao homem burguês. Assim, em nome da “coerência social”, controla seus impulsos mais autênticos para permanecer inserido nas normas da sociedade do período.



Dos “poetas menores” da primeira fase romântica, é o que consegue as melhores soluções no campo da poesia: aliando senso de equilíbrio, correção da língua e sensibilidade contida a temáticas melancólicas e comparativas da vida humana à natureza. Talvez tenha sido o primeiro dos românticos brasileiros a utilizar regularmente o alexandrino, de doze e treze sílabas.


Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos comenta em 24-12-2015 a leitura de Marcel de 21-11-2015:

Marcel apanha com precisão a essência do trecho, na lição de Antonio Candido já dada pelo título, como sempre definitivo na síntese esclarecedora e comprimida do assunto [ou seja, um "craque" também em títulos]: "Otaviano, o burguês sensível". Como se vê na explanação de Marcel, Otaviano como deputado, senador, conselheiro, diplomata e jornalista,com sua famosa definição de política, "A Messalina Impura", lamentou a vida inteira que essa atividade tivesse impedido sua dedicação à poesia. Como explicam o crítico e seu leitor, talvez esse lamento fosse apenas uma justificativa para sua expressão poética menor, mas o que se vê, lembrando sua atividade política a favor da Lei do Ventre Livre, por exemplo, é que o poeta "sensível" impregnava o político "burguês", dando-lhe posições progressistas. De qualquer modo vemos um tempo em que o jornalismo não estava tão degradado quanto o de hoje com os seu vendilhões. Otaviano não seria um deles, e, quiçá, como político, sua sensibilidade e delicadeza não lhe permitiriam ser um golpista-fascista.