quarta-feira, 11 de novembro de 2015


Marcela Ribeiro





Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo






Marcela Ribeiro  [07-11-2015]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 99 : [PDF +- p. 418]  “Ei-la vai: – generoso sacrifício
                                            Mísera Doida a consumar se apressa”[...]
até a p. 101 : [PDF +- p. 420 ]     [...] “– a noite do sonho literário, onde as estrelas são
                                                       as imagens dos poetas.”



Dando continuidade à exposição acerca dos menores do movimento romântico, Antonio Candido apresenta-nos A Nebulosa, de Joaquim Manuel de Macedo, obra poética que ele qualifica como o melhor poema-romance do Romantismo.



No plano geral, o texto materializa-se na representação do amor impossível, tema caro ao Romantismo; nesse caso, tem-se o amor que não se realiza por uma das partes não o desejar, acarretando o suicídio da outra parte: o Trovador ama a Peregrina sem nunca ter sido correspondido e sem receber nem um fio de esperança de um dia o ser. Assim, ao optar pela morte como caminho, topa com a Doida, com quem morre abraçado, num fim poeticamente trágico.



A Doida, mulher-fada, tem raízes no folclore germânico, como também nos parece ter todo o texto, enredo, personagens e espaços em que se desdobra, um ar europeu que descarta a cor local como mote. Como bem pontua Candido, bafeja a fantasmagoria do mundo romântico poucas vezes alcançado pela pena dos poetas brasileiros.



Ao classificar o texto como poema-romance, Candido pontua outro caráter do movimento romântico: o hibridismo de gênero, modernização do poema feita por Byron, criador de versos que rebrilhavam caracteres de romance. Há influência de vários outros representantes do Romantismo europeu no poema de Macedo, como Leopardi, citado por Candido.



Abundam figuras de linguagem antitéticas que dão conta de marcar as oposições entre claro e escuro, céu e mar, fogo e água, que prefiguram a mágica do poema e a fantasia romântica. No entanto, foi legado a esse poema-romance apenas o esquecimento: obteve sucesso à época, porém teve apenas duas edições, a primeira de 1857 e a segunda de 1870. Seu autor ficou principalmente conhecido pelo seu primeiro romance, A Moreninha, que pouco tem em comum com A Nebulosa, mas é mister notar a presença de heroínas que protagonizam as duas obras.


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