Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Valeska Limeira
Azevedo Gomes
Afonso Henrique
Fávero
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Arandi Robson
Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues
de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria Valeska Rocha
da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra
Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres [06-09-2014]
Edição: Itatiaia,
2000, VOL.2:
da p. 45: [PDF-p.
376]“Teixeira e Sousa teve momentos de radicalismo no seu pendor liberal,”[...]
até a p. 47:[PDF-p.
378] [...] ”também no Brasil a monarquia corre à sua perda
infalivel’ ”.
Seguindo o
pensamento de Antonio Candido sobre a divisão por estratos dos escritores
românticos, geração vista pelo crítico como “cheia de contrastes” e de “certa
dualidade de tendência”, principalmente no setor político, vamos encontrar o
radicalismo liberal de Teixeira e Sousa, o estilo “profético do Romantismo
messiânico” de Gonçalves Dias, bem como a posição assumida por Torres Homem “já
fora da literatura propriamente dita”, figuras que se destacam pelo sentimento
forte de liberdade e interesse pela vida política, porém, com formas
intensamente diferentes de assumirem suas tendências.
Em obras como o romance
sobre a Inconfidência, de Teixeira e Sousa, de posição “progressista em face da
Igreja e do poder real, da mesma forma simpático à República como modelo ideal
de governo”, “Meditação” de Gonçalves Dias, o
qual esboça “larga visão poética do país”, e “O libelo do povo”
de Torres Homem, de “ponto de vista estritamente partidário”, encontram-se
manifestações evidentes das tendências assumidas pelos referidos escritores em
razão de um momento histórico marcado pelo diálogo entre o Brasil velho e o
Brasil novo e esteticamente mesclado por características ora neoclássicas ora
românticas.
Considerando que na
literatura não havia condições, segundo Candido, para uma atitude rasgadamente
liberal, Gonçalves Dias, envolto por sentimento dúbio, não se posiciona entre o
velho e o novo, refugia-se no plano das visões: “E sobre essa terra mimosa, por
baixo dessas árvores colossais vejo milhares de homens – de fisionomias
discordes, de cor vária, e de caracteres diferentes”...
Já Torres Homem, em
meio à confusão ideológica do momento, escreve as palavras mais firmes e
avançadas do tempo, confirmando assim sua posição radical como partidário
extremado que verbera a “política dos conservadores”: “A revolução da
independência, que devolveu-nos a posse de nós mesmos, firmava como dogma
fundamental da nova ordem social o grande princípio da soberania do povo...”
Não por acaso
Candido os apresenta como "geração vacilante" pela forma como oscilam entre “duas literaturas, dois períodos, duas eras
políticas”.
2 comentários:
Sobre a “Geração Vacilante” cabe ressaltar que, mesmo O Libelo do Povo, de Torres Homem, sendo “a crítica mais forte e bem articulada contra o nosso coronelismo imperial”, no fundo, este intento nacionalista comprova um ânimo “mais partidário que ideológico”, acomodando-se as conveniências individuais. Valia mais os planos articulados “à roda de homens e interesses” do que as “ideias e princípios” da época.
Marcos comentou em 21-09-2014 a leitura de Terezinha em 06-09-2014:
Como sempre, a bonomia de Antonio Candido revela o observador sábio dos meandros da história brasileira. Assim, demonstra os interesses por trás de manifestações pretensamente progressistas, como no Libelo do Povo, de Torres-Homem, aparentemente o mais revolucionário do grupo de Magalhães: “Que o rompante era, no fundo, mais partidário que ideológico, mostra-o a facilidade com que o autor se incorporou ao Marquês do Paraná, e, logo a seguir, ao Partido Conservador, acomodando-se na senatória, nos ministérios, nas comendas e no título de Visconde de Inhomirim”. Não há observação mais interessante para um período eleitoral brasileiro em 2014. Nem por isso, a bonomia de nosso mestre-açu-ac deixa de ser dialética, no sentido em que se pode conceituar “dialética” de forma popular: “há males que vêm para bem”: “bem hajam, pois, as birras que o levaram a escrever, no Libelo do Povo, a crítica mais forte e bem articulada contra o nosso coronelismo imperial, encimado pelo nosso coronel-mor de coroa e cetro.” Portanto, queridos amigos e Viscondes de Inhomirim, aproveitem bem Levy Fidelix e outros candidatos que produzem discursos penetrantemente críticos, antes da prática.
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