domingo, 7 de setembro de 2014

Terezinha Marta de Paula Peres



Thayane de Araújo Morais
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Arandi Robson Martins Câmara 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves








Terezinha Marta de Paula Peres  [06-09-2014]

Edição: Itatiaia, 2000, VOL.2:
da p. 45: [PDF-p. 376]“Teixeira e Sousa teve momentos de radicalismo no seu pendor liberal,”[...]
até a p. 47:[PDF-p. 378]   [...] ”também no Brasil a monarquia corre à sua perda infalivel’ ”. 


Seguindo o pensamento de Antonio Candido sobre a divisão por estratos dos escritores românticos, geração vista pelo crítico como “cheia de contrastes” e de “certa dualidade de tendência”, principalmente no setor político, vamos encontrar o radicalismo liberal de Teixeira e Sousa, o estilo “profético do Romantismo messiânico” de Gonçalves Dias, bem como a posição assumida por Torres Homem “já fora da literatura propriamente dita”, figuras que se destacam pelo sentimento forte de liberdade e interesse pela vida política, porém, com formas intensamente diferentes de assumirem suas tendências.


Em obras como o romance sobre a Inconfidência, de Teixeira e Sousa, de posição “progressista em face da Igreja e do poder real, da mesma forma simpático à República como modelo ideal de governo”, Meditação de Gonçalves Dias, o qual esboça “larga visão poética do país”, e O libelo do povo de Torres Homem, de “ponto de vista estritamente partidário”, encontram-se manifestações evidentes das tendências assumidas pelos referidos escritores em razão de um momento histórico marcado pelo diálogo entre o Brasil velho e o Brasil novo e esteticamente mesclado por características ora neoclássicas ora românticas.

 
Considerando que na literatura não havia condições, segundo Candido, para uma atitude rasgadamente liberal, Gonçalves Dias, envolto por sentimento dúbio, não se posiciona entre o velho e o novo, refugia-se no plano das visões: “E sobre essa terra mimosa, por baixo dessas árvores colossais vejo milhares de homens – de fisionomias discordes, de cor vária, e de caracteres diferentes”...


Já Torres Homem, em meio à confusão ideológica do momento, escreve as palavras mais firmes e avançadas do tempo, confirmando assim sua posição radical como partidário extremado que verbera a “política dos conservadores”: “A revolução da independência, que devolveu-nos a posse de nós mesmos, firmava como dogma fundamental da nova ordem social o grande princípio da soberania do povo...”


Não por acaso Candido os apresenta como "geração vacilante" pela forma como oscilam entre “duas literaturas, dois períodos, duas eras políticas”.



2 comentários:

Unknown disse...

Sobre a “Geração Vacilante” cabe ressaltar que, mesmo O Libelo do Povo, de Torres Homem, sendo “a crítica mais forte e bem articulada contra o nosso coronelismo imperial”, no fundo, este intento nacionalista comprova um ânimo “mais partidário que ideológico”, acomodando-se as conveniências individuais. Valia mais os planos articulados “à roda de homens e interesses” do que as “ideias e princípios” da época.

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos comentou em 21-09-2014 a leitura de Terezinha em 06-09-2014:
Como sempre, a bonomia de Antonio Candido revela o observador sábio dos meandros da história brasileira. Assim, demonstra os interesses por trás de manifestações pretensamente progressistas, como no Libelo do Povo, de Torres-Homem, aparentemente o mais revolucionário do grupo de Magalhães: “Que o rompante era, no fundo, mais partidário que ideológico, mostra-o a facilidade com que o autor se incorporou ao Marquês do Paraná, e, logo a seguir, ao Partido Conservador, acomodando-se na senatória, nos ministérios, nas comendas e no título de Visconde de Inhomirim”. Não há observação mais interessante para um período eleitoral brasileiro em 2014. Nem por isso, a bonomia de nosso mestre-açu-ac deixa de ser dialética, no sentido em que se pode conceituar “dialética” de forma popular: “há males que vêm para bem”: “bem hajam, pois, as birras que o levaram a escrever, no Libelo do Povo, a crítica mais forte e bem articulada contra o nosso coronelismo imperial, encimado pelo nosso coronel-mor de coroa e cetro.” Portanto, queridos amigos e Viscondes de Inhomirim, aproveitem bem Levy Fidelix e outros candidatos que produzem discursos penetrantemente críticos, antes da prática.