Maria Aparecida da Costa
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Thayane de Araújo Morais
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa [15-03-2014]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 26: “Esta exigência de realismo, que assinala
a maior parte da novelística moderna” [...]
até a p. 28: [...]”condicionado pela nova
situação do artista em relação à palavra com que se exprime.”
A missão do
poeta
Após o momento em que a criação
estética aceita aspectos do cotidiano em sua composição isso se torna quase uma
exigência nos movimentos literários que se seguiram. Na tentativa de superar
movimentos anteriores, é lugar comum quando surge uma movimentação nova, no
âmbito da literatura, acontecer uma espécie de degradação do movimento
anterior. Assim foi com o romance realista que aparece em contraposição ao
individualismo romântico, refletindo, por sua vez, o mundo cotidiano comum e
servindo de inspiração para “quase tudo o que literariamente temos realizado
até agora”.
No entanto, antes da consolidação do
Realismo, quando a pauta ainda eram os românticos, mais necessariamente, os
poetas românticos, estes se comportavam aquém dos acontecimentos cotidianos
reais, se sentindo, por vezes, como enviados divinos. Com isso, o
individualismo egocêntrico desses poetas é justificado como se fosse algo
necessário para uma espécie de transcendência do poeta em seu momento de
criação artística, para eles era necessário sair da convivência com os terrenos
para o plano do divino. Dessa forma, o poeta se vê como um enviado para uma
missão espiritual ou social.
Conforme Antonio Candido, exemplo
dessa sensação de ser quase um enviado divino é o poeta religioso Gonçalves de
Magalhães e sua dedicação a Deus como o maior de todos,
De mágico poder
depositário,
Qual um Gênio entre
os homens te apresentas,
Ante ti não há rei,
nem há vassalo.
Tu nos homens só vês
virtude, ou vício.
Para o poeta, cuja história da
literatura considera o fundador do romantismo no Brasil, o egocentrismo, o
isolamento e o egoísmo fazem parte de uma espécie de sacrifício que vai salvar
o povo e elevar o vate a seu posto de enviado divino. Assim, o poeta se afasta
do que Candido chama de equilíbrio neoclássico na busca de um novo
desequilíbrio, “condicionado pela nova situação do artista em relação à palavra
com que se exprime”.
Um comentário:
Socorro Guterres comentou em 20-03-2014 a leitura de Maria Aparecida da Costa em 14-03-2014:
Aparecida ressalta em sua leitura que os poetas românticos se viam como enviados divinos, cujo individualismo egocêntrico é justificado como forma de transcendência no momento da criação artística, como exemplificam os versos do religioso Gonçalves de Magalhães, nos Suspiros Poéticos, em que, segundo Candido, o poeta “deixa de lado prados e blandícias para atirar-se aos grandes valores: a Infância, a Religião, a Poesia, e sobretudo Deus, a cuja esfera tenta ascender, pois a solidão na terra deve ser compensada”. Enfatiza ainda as palavras de Candido que atestam um afastamento do equilíbrio neoclássico na busca de um desequilíbrio novo, pois, conforme lembra adequadamente Aparecida, “é lugar comum quando surge uma movimentação nova, no âmbito da literatura, acontecer uma espécie de degradação do movimento anterior”.
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