sábado, 7 de dezembro de 2013



Marcos Falchero Falleiros



Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra Teixeira
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Thayane de Araújo Morais
Terezinha Marta de Paula Peres
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Arandi Robson Martins Câmara 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro



 



Marcos Falchero Falleiros  [07-12-2013]


Edição: Martins, 1971, Vol. 2:  
da p.21: “Apesar da doutrinação da Niterói, nenhum dos seus colaboradores  ” [...]

até a p. 24 [primeiros parágrafos do 2. O Romantismo como posição do espírito e da sensibilidade] : [...]”que lhe competia exprimir e, por isso mesmo, relegada a plano secundário .”


A doutrinação da Niterói pró indianismo só apresentou frutos posteriormente, no início entre os medíocres e o “belo” [: segundo Antonio Candido, apesar do título:] “Gemido do índio”. Foi Gonçalves Dias, entretanto, quem decidiu favoravelmente seu destino. Daí por diante o Brasil foi tomado pela avalanche indianista, incluindo de passagem, Machado de Assis, em 1875, com Americanas. Mas não foi moda unânime: manifestações de resistência apontavam a distorção da realidade, como a de João Francisco Lisboa, que, lembrando as descrições da barbárie por cronistas como Gabriel Soares, chama o “O leito de folhas verdes” de “rendez-vous no mato”.

2. O Romantismo como posição do espírito e da sensibilidade

O movimento de negação do Romantismo aprofundou o do Arcadismo, num sentido revolucionário não só estético mas também humanista, ultrapassando os limites deste em sua submissão ao "perene" das tradições clássicas: dá novo papel ao artista, liquida as convenções greco-romanas, investe em sentimentos novos no “único” da inspiração local, ainda que, em substituição às convenções descartadas, busque o irregular e diferente de países estranhos e da Idade Média.

Visto de modo universal-europeu, com a devida repercussão nos países dependentes, trata-se de um novo estado de consciência, com acento no indivíduo e no senso da história, relativista, em oposição ao racionalismo geral e absoluto.

O Romantismo revira o conceito de arte na direção do desequilíbrio, retira das palavras a condição coextensiva à natureza com apontar sua insuficiência para a grandeza inexprimível do mundo, dando ao artista um sentimento de frustração simultaneamente ao de glória, já que o “eu” terá como tarefa transcender essas limitações em busca do mistério.

Para o Arcadismo, o artista era mero intermediário. Para o Romantismo, a arte é que fica de permeio, relegada, entre a natureza e o artista, a plano secundário, sempre impotente para a grandeza que lhe competia exprimir.


2 comentários:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcus Vinicius Mazzari comentou em 13-12-2013 a leitura de Marcos:

O comentário se abre ressaltando o papel desempenhado pela Niterói, Revista Brasiliense de Ciências, Letras e Artes no surgimento do movimento indianista entre nós. Publicada em 1836 e alcançando apenas dois únicos números, a cruzada pró-indianista dessa revista só iria realmente vingar anos mais tarde, quando Gonçalves Dias surge para as letras brasileiras. Da voga indianista que então se impõe participa até mesmo Machado de Assis com o volume de poemas Americanas publicado em 1875 – cerca de cinco anos antes, portanto, do maior nome de nossa literatura inaugurar a condição de twice-born narrador de que se fala na crítica.
O comentário de Marcos Falleiros aponta para uma irônica voz discordante no coro indianista: a de João Francisco Lisboa, que se referiu ferinamente ao belo e tão musical poema de G. Dias “Leito de folhas verdes” como espécie de rendez-vous no mato. Caberia aqui também uma referência a Álvares de Azevedo, que de modo surpreendente para um jovem de vinte anos faz Macário censurar, nas palavras de A. Candido, “a artificialidade do indianismo e da poesia americana, numa revolta de bom senso realista: ‘Falam nos gemidos da noite no sertão, nas tradições das raças perdidas das florestas, nas torrentes das serranias, como se lá tivessem dormido ao menos uma noite, como se acordassem procurando túmulos e perguntando como Hamleto no cemitério a cada caveira do deserto o seu passado. Mentidos! Tudo isso lhes veio à mente lendo as páginas de algum viajante que esqueceu-se talvez de contar que nos mangues e nas águas do Amazonas e do Orenoco há mais mosquitos e sezões do que inspiração: que na floresta há insetos repulsivos, répteis imundos, que a pele furta-cor do tigre não tem o perfume das flores – que tudo isto é sublime nos livros, mas é soberanamente desagradável na realidade’.”
Finalizando, o comentário se estende então às diferenças entre os “movimentos de negação” romântico, que força o conceito de arte na direção do diferente, do irregular, do desequilíbrio, e o árcade, com seus valores extraídos do que haveria de supostamente “perene” nas tradições clássicas.


Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

comentário de Marcos em 13-12-2013:
vejam também, de Marcus Vinicius Mazzari:





















Romeu e Julieta na aldeia
Gottfried Keller
Tradução de Marcus Vinicius Mazzari
Ilustrações de Karl Walser
Texto em apêndice de Robert Walser
Obra publicada com o apoio da Fundação Suíça para a Cultura Pro Helvetia




http://www.editora34.com.br/detalhe.asp?id=779