Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina
de Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Mácio Alves de Medeiros
Manoel Freire
Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio
Matias Ribeiro
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Valeska
Rocha da Silva
Massimo Pinna
Mona Lisa Bezerra
Teixeira
Peterson Martins
Peterson Martins
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Thayane de Araújo
Morais
Terezinha Marta de
Paula Peres
Valeska Limeira
Azevedo Gomes
Afonso Henrique
Fávero
Andrey Pereira de
Oliveira
Antônio Fernandes
de Medeiros Jr
Arandi Robson
Martins Câmara
Bethânia Lima
Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva
Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da
Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira [18-5-2013]
Edição:
Martins, 1971:
da
p. 299: “ Em Monte Alterne, um grande número de
sermões se suspendem”
[...]
até
a p. 302: [final do capítulo][...] “
graças ao qual se reputava mestre, profeta e
guia mental da jovem pátria.”
Dando
continuidade às discussões sobre Frei Francisco de Monte Alverne, o que se pode
dizer a respeito é que ele se destacou pelo fato de ter influenciado a primeira
geração romântica, com um tipo de discurso que influiria a expressão e o ritmo
romântico, além de ter sido um orador que introduziu um sentimento religioso
para além da religiosidade tradicional. Segundo as observações de Antonio Candido,
nos sermões desse franciscano observa-se que a ênfase recai sobre o “eu”, ou
seja, sobre o próprio orador, ponto totalmente diferente da oratória
tradicional, um gênero em que prevalecia o foco na religiosidade e o orador
ficava à margem. O crítico afirma que Chateaubriand influenciou muito o estilo
de escrita de Monte Alverne, sendo presença constante no espírito dos sermões, nos
temas e na forma. Candido também indica que ele se aproxima bastante do estilo de
discurso de São Francisco de São Carlos.
Ainda com
relação ao estilo de oratória desse grande franciscano, diz que em Monte
Alverne um grande número de sermões fica suspenso no vácuo, sendo sustentados
por palavras lançadas sem seguir uma lógica, e a multiplicidade de imagens e
conceitos acaba tornando seus sermões bastante prolixos, transformando-os por consequência
em grandes perífrases. A técnica utilizada por Alverne é ampliadora e lactante,
tendo como aliada a embriaguez verbal, comparável a um Chateubriand irregular e
palavroso.
Para justificar
o sucesso desse frei, Antonio Candido mostra a importância da junção de três
pontos que foram decisivos para romantismo nascente, sendo eles: o exemplo do
verbo literário a serviço da pátria, da religião e do eu. Esses pontos serviram
de exemplos para gerações formadas depois da independência. A imagem que apresenta
de Monte Alverne é a de um homem querido pelo povo brasileiro, efeito do seu
tipo de oratória, que associava a imagem a uma grande quantidade de conceitos,
além de inserir nos sermões temas históricos.
Por fim,
Candido informa que em 1836, o frei, já cego, recolheu-se ao convento, voltando
a pregar somente em 1854, ano que produziu o seu famoso sermão, o "2º
panegírico de São Pedro de Alcântara", reconhecido pelos contemporâneos e
pósteros como sua obra-prima. Com relação a essa obra-prima, Antonio Candido afirma
que o compositor escolheu nas obras anteriores o que para ele parecia
pertinente e criou um novo discurso. Esse novo discurso tinha um efeito de minucioso
compêndio dos seus temas, imagens, palavras e recursos, além de retomar o
início do "2º sermão do Santíssimo Sacramento". Foi assim que o
orador ressuscitou sua própria esperança na vida, voltando a ter os aplausos de
que há muito tempo sentia falta, consagrado na condição que sempre aspirou ter: a de figura
dominante na literatura.
Um comentário:
Terezinha Marta de Paula Peres comentou em 6-6-2013 a leitura de Jackeline:
Antonio Candido observa em Monte Alverne forte influência para a primeira geração romântica pela “expressão e o ritmo romântico” que permeiam seu discurso. Mas é possível observar também certo tom de vaidade da parte do orador ao colocar em evidência sua importância como patriota: “O país tem altamente declarado que eu fui uma dessas glórias de que ele ainda hoje se ufana (...) (e) sabe quais foram os meus sucessos neste combate desigual: ele apreciou os meus esforços e designou o lugar a que eu tenho direito entre os meus contemporâneos; pertence à posteridade sancionar este juízo”.
Pode-se pensar que Monte Alverne soube conciliar sua oratória à carência espiritual do povo que ora o ouvia como a “um enviado do Céu, ora o “venerava como a um apóstolo”.
O juízo que o orador faz de si mesmo não ofusca sua performance como “um grande artista do discurso” nem diminui o papel que exerceu como “exemplo literário e guia patriótico”, conforme destaca Antonio Candido, ainda que o uso exagerado de imagens e conceitos transformem os sermões em “vastas perífrases”.
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