sábado, 24 de março de 2012

Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira




Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros












Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira [24-3-2012]



Edição: Martins, 1971:

da p. 246: “A 48ª (fundamental para compreender a posição dos nossos ilustrados”[...]

até a p. 248:
[...] “miscelânea onde, no mesmo número, há matemática, química, técnica agrícola, história, poesia. “



Em meio à oratória religiosa e “vagamente acadêmica”, as cartas de Sousa Caldas ganham destaque nas produções do século XIX. Das cartas publicadas, 47ª e 48ª, a primeira se destaca por conter ideias que fazem apologia à liberdade de expressão, preconizadas a partir dos ideais da Revolução Francesa (o que rendeu a Caldas nos tempos de estudante uma condenação pela inquisição); e a carta 48ª, que “aborda a divisão das esferas civil e religiosa, contestando que a intolerância contra as ideias consiga abafar o erro”, reforçando, sobretudo, a defesa às publicações sem censura e reafirmando a necessidade de igreja e estado caminharem cada um na sua direção. Para Candido, o texto de Caldas é construído com “linguagem elegante e desataviada, reforçando a impressão de que Sousa Caldas foi poeta por circunstancia da moda, prosador por inclinação profunda”. Desta feita, Candido especula qual seria o tema das cartas perdidas, de Sousa Caldas, e postula que pudessem “constituir um dos pontos altos do ensaio brasileiro”.



O Patriota


Periódico publicado no Brasil no século XIX, O Patriota, tinha por finalidade expor o que estava sendo produzido, com a intenção de divulgar o conhecimento e colaborar para o progresso do Brasil. Segundo Antonio Candido este tipo de revista, no formato d’O Patriota, ainda existe [FLB, 1959], é uma espécie de periódico com “pouca densidade cultural, pequena divisão do trabalho intelectual”, “uma espécie de miscelânea”, sem dizer efetivamente a que veio.

3 comentários:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos comenta em 24-3-2012 a leitura de Maria Aparecida:

Esse Antonio Pereira de Sousa Caldas [ver nota biográfica FLB, Martins, 1971, p.324-325] é realmente da pá virada: grande figura: misto de "santo e jacobino" pode-se ver nele um precursor do clero autêntico da Teologia da Libertação, um Leonardo Boff dos primórdios do século XIX. Como diz Mestre Açu-AC, o jovem autor ousado do rousseauísta "Ode ao bom selvagem" e do ilustrado e patriota "As aves" deve ter sido poeta por circunstâncias da moda, pois o pouco que sobrou de sua obra sugere sua inclinação profunda à prosa. As cartas apresentam a proposição interessante de vincular a missão do cristianismo à militância ilustrada, admoestando em tom bondoso e benfazejo que castigar, constranger e dominar é preguiça de quem não sabe [ou não pode] persuadir, denunciando a união da Igreja e do Estado para reprimir o livre pensamento e a liberdade de imprensa em Portugal e no Brasil, o que deixava metrópole e colônia na retaguarda da civilização.

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Socorro comentou em 26-3-2012 a leitura de Maria Aparecida:

Apesar de se penitenciar perante o Santo Ofício por ter abraçado as ideias de Rousseau, e posteriormente ordenar-se padre, o "santo e jacobino" Sousa Caldas (assim apresentado por Marcos Falleiros, de acordo com a nota biográfica de AC), insistiu em suas Cartas na defesa da liberdade de expressão (fato bem ressaltado por Maria Aparecida), revelando espírito liberal por meio de uma linguagem discreta e concisa, conforme expõe Candido, merecendo o aplauso de críticos como o maranhense Francisco Sotero dos Reis.

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Jackeline Rebouças comentou em 16-8-2012 a leitura de Maria Aparecida:

Sousa Caudas, padre, poeta, prosador e principalmente um homem convicto de seus ideais, que soube conciliar as convicções liberais com sua fé religiosa, escreveu várias cartas. Dentre elas, inclui a carta 47 e 48, onde defende a liberdade de opinião da imprensa e fala sobre a divisão da esfera civil e religiosa, como ressaltou a nossa colega Aparecida. No âmbito da liberdade de expressão, o qual consta na carta 47, Candido afirma que Sousa Caudas defendia a liberdade de pesquisa no campo das ciências. No entanto, quando o assunto partia para esferas moral, política e religiosa, o prosador achava que devia fazer restrições a alguns pontos: existência de Deus, providência divina e imortalidade da alma. Já na carta 48, podemos ver com clareza a divisão da esfera civil e religiosa, pois nessa carta, Sousa deixa claro que a intolerância religiosa não conseguia abafar nem um erro, sendo, portanto, a favor da liberdade de expressão. Para ele, cabia aos cristãos levar seus ensinamentos por meios das palavras (pregações), e não pela violência, pois a culpa cabia ao clero e ao governo e não ao pensamento livre.