sábado, 7 de abril de 2012

Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza




Massimo Pinna
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Andreia Maria Braz da Silva
Andrey Pereira de Oliveira
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Bethânia Lima Silva
Cássia de Fátima Matos
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Edlena da Silva Pinheiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria Aparecida da Costa Gonçalves Ferreira







Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza [7-4-2012]




Edição: Ouro sobre Azul, 2007.

Da p. 259 [subitem “Hipólito da Costa”] “O ‘jornalismo de ensaio’ se resume praticamente no Correio Brasiliense” [...]
Até a p. 260 [...] “do Governo; e porque se alguém descobre o remédio ao mal, não lhe é permitido indicá-lo’ (I, 475).”



É com entusiasmo que Antonio Candido ressalta a prosa moderna de Hipólito da Costa, fundador e único redator do Correio Brasiliense (1808-1822). Assegura Candido ter sido Hipólito o maior jornalista que o Brasil teve, exprimindo melhor que ninguém “os temas centrais da nossa época das luzes”.


O pensamento de Hipólito, de acordo com Candido, “não mudou essencialmente entre o primeiro e o vigésimo nono volume do seu jornal”, a não ser em um só caso, já que era adepto da união do Brasil e Portugal, mas acaba por aceitar a Independência, saudando nesta o “coroamento do seu esforço publicístico”, encerrando assim as atividades do Correio Brasiliense, atitude amadurecida, conforme expõe Candido, lenta e seguramente, sob as decepções que se acumularam devido à ineficiência da administração joanina. Apenas um único ministro, o ilustrado Antônio de Araújo, que era do partido francês, obtém o apoio integral de Hipólito, apesar deste identificar-se aos pontos de vista britânicos.


Candido evidencia ainda que Hipólito irritava-se sobretudo com a “atitude de gratidão exaltada pelos benefícios régios ao Brasil”. O jornalista procurou demonstrar que tais benefícios decorriam das necessidades de instalação do governo, incentivando então as análises que apontassem, numa crítica construtiva, as insuficiências. Nesse aspecto, Hipólito denunciou o perigo da lisonja sem crítica de Silva Lisboa, ardoroso defensor dos atos do governo. As observações sobre o comércio franco do Brasil, obra do economista Silva Lisboa foi saudada por Hipólito, que aproveitou o ensejo para advertir sobre a necessidade da atividade crítica, pois acreditava, de forma perspicaz, que sem isso a nação “não prospera”.

Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Massimo Pinna comentou em 21-4-2012 a leitura de Socorro em 7-4-2012:


Retomando o que a colega Socorro já expressou muito bem e ressaltando as palavras de Antonio Candido, talvez valha a pena repropor o trecho, no qual se expressam claramente as peculiaridades intelectuais e, sobretudo, literárias de Hipólito da Costa: "prosador de raça, como o primeiro brasileiro que usou uma prosa moderna, clara, vibrante e concisa, cheia de pensamento [...] fresca e bela". Enfim, um mestre, cuja obra muitos jornalistas - e quem for interessado em literatura de forma geral - poderiam retomar, para enriquecer sua percepção e sua capacidade de escritura.
Massimo Pinna