segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Cássia de Fátima Matos


Edlena da Silva Pinheiro
Edônio Alves Nascimento
Eldio Pinto da Silva
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Kalina Naro Guimarães
Ligia Mychelle de Melo
Mácio Alves de Medeiros
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Massimo Pinna
Orlando Brandão Meza Ucella
Peterson Martins
Renan Marques Liparotti
Rochele Kalini
Rosanne Bezerra de Araujo
Rosiane Mariano
Valeska Limeira Azevedo Gomes

Afonso Henrique Fávero
Aldinida Medeiros Souza
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Arandi Robson Martins Câmara
Carmela Carolina Alves de Carvalho





Cássia de Fátima Matos [12-9-2009]




Edição: Ouro sobre Azul, 2006.


da p. 127: “A delegação poética referida anteriormente, não perturba aqui a emergência do lirismo pessoal [...]
até p.130: “[...] cada vez mais o poeta Tomás Antonio Gonzaga, lançando nos jardins da Arcádia a sua forte alma para a posteridade”.




Como essas são as últimas páginas inseridas no item “Naturalidade e individualismo de Gonzaga”, Candido segue destacando a importância desse poeta no contexto do Arcadismo, realçando que a sua obra é a única entre os árcades “que permite acompanhar um drama pessoal e as linhas de uma biografia” (p.127). Ou seja, trata-se de evidenciar o que o título aponta: é o individualismo de Gonzaga que faz a sua poesia ser melhor se comparada aos demais.


Os fatos dramáticos vividos pelo poeta (prisão, a impossibilidade de viver com Dorotéia, a sua pastora Marília) criam as tensões na vida pessoal, que Gonzaga potencializa em estilo. Esse estilo, Candido vai demonstrando ao longo do texto, passa a ser não somente a devoção a Marília, mas uma “estilização de si mesmo”. É como se diante do infortúnio, isto é, a crise afetiva e a crise política, o poeta forjasse a si mesmo.


As liras se transformaram, especialmente na prisão, a via de escape que o poeta tinha para expressar-se, e é exatamente por meio delas que ele, o poeta, realça “a sua dignidade e valia”.


Acho esse aspecto muito interessante, pois, como demonstra Candido, é a partir da tragédia pessoal que o poeta confia ainda mais em si mesmo, demonstrando a sua dignidade e usando a poesia para passar à posteridade.

Enfim, parece que Gonzaga, “mesmo pautado no decoro neoclássico”, supera, de forma individual e reveladora, os seus antecessores, especialmente por ter expressado de forma altiva o seu eu.

Assim, para Candido, Gonzaga destaca-se como um dos melhores dos nossos poetas até então, e essa qualidade resulta por sua capacidade de fundir: a aventura sentimental (o amor), a sua formação poética (com forte influência de Claudio) e uma forte convicção de si mesmo, convicção esta que a crise política, ao invés de abatê-lo, deu-lhe mais altivez.

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