sábado, 4 de outubro de 2008

Arandi Robson Martins Câmara (04-10-08)

CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. 6 ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000.

Da p. 24 [último parágrafo da página]: “Se desejarmos focalizar os momentos...”

A p. 28 [último parágrafo da página]: “... é permitido ressaltar este ou aquele aspecto”.


Os fragmentos de texto das páginas 24 a 28 correspondem respectivamente ao final do tópico 1- Literatura como Sistema, e o tópico 2 – Uma Literatura Empenhada. Ambos encontram-se na Introdução da obra.

Nos dois últimos parágrafos do primeiro tópico – LITERATURA COMO SISTEMA, Antonio Candido focaliza os momentos em que discerne a formação de um sistema. Trata-se de observar de quando e como se definiu uma continuidade de obras e autores, cientes de integrarem um processo de formação literária. Este fato acontece durante os séculos XVIII e XIX. Destaque para Rocha Pita e Itaparica e certos intelectuais que surgem com vontade de fazer literatura brasileira. Antonio Candido toma como ponto de partida as Academias dos Seletos e dos Renascidos e os primeiros trabalhos de Cláudio Manuel da Costa.

O autor destaca a fase árcade como o início de nossa verdadeira literatura. Neste sentido, o tema do indianismo prevalece na produção oitocentista. Candido diz que os críticos conceberam a literatura do Brasil como expressão da realidade local e, ao mesmo tempo, elemento positivo na construção nacional. Além disso, afirma que a formação da literatura brasileira é uma “história dos brasileiros no seu desejo de ter uma literatura”.

No segundo tópico – UMA LITERATURA EMPENHADA, Antonio Candido ressalta a importância de Durão, Basílio ou Caldas Barbosa como sendo os mais voltados à temática brasileira, apesar da distância, por terem residido em Portugal. Depois da Independência a tendência pelo nacionalismo se acentuou, levando a considerar a atividade literária como esforço de construção de um país livre. Esta disposição de espírito nacional, muitas vezes causou nos escritores prejuízo e desnorteio, sob o aspecto estético. O nacionalismo artístico não pode ser condenado ou louvado em abstrato, pois é fruto de condições históricas - quase imposição nos momentos em que o estado se forma e adquire fisionomia nos povos antes desprovidos de autonomia ou unidade.

Antonio Candido afirma que, neste livro, tentará mostrar o jogo dessas forças, universal e nacional, técnica e emocional, que a plasmaram como permanente mistura da tradição européia e das descobertas do Brasil. O autor cita a crítica tradicional desde Ferdinand Denis a Almeida Garrett por enfocar a idéia de que a literatura brasileira deve ser interessada, a partir dos quais tomou-se a brasilidade, isto é, a presença de elementos descritivos locais, como traço diferencial e critério de valor.

No presente livro, a atenção se volta para o início de uma literatura propriamente dita, como fenômeno da civilização, não algo necessariamente diverso da portuguesa. Elas se unem. Candido utiliza a expressão “literatura comum” (brasileira e portuguesa). Tudo depende do papel dos escritores na formação do sistema. Por fim, o livro tenta estudar nas obras não apenas o aspecto empenhado. Elas só podem ser compreendidas e explicadas na sua integridade artística, em função da qual é permitido ressaltar este ou aquele aspecto.

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