sábado, 16 de dezembro de 2017


Maria Valeska Rocha da Silva





Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza







Maria Valeska Rocha da Silva [25-11-2017]
[substituída por Marcos Falchero Falleiros]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p.  188:      [visor p. PDF: p. 497]   “O ‘misterioso bretão’ era, com efeito, influência
                                                                   perigosa [...] "                                                               
até a p. 190:   [visor p. PDF: p. 499]     [...]“na sua obra, atribuir ao amor como fuga e        
                                                                    aspiração".


Ao tratar da influência sem força de Byron sobre Álvares de Azevedo, Antonio Candido caracteriza a obra do “misterioso bretão” em dois parágrafos clínicos que nos brindam com a precisão crítica de uma lição vivaz e completa sobre o poeta britânico [ver p. 188].


Daí contrapõe suas irregularidades, postas entre a loquacidade e o romanesco barato, à imitação decorada dos estudantes de São Paulo na criação de meras paródias ao som de viola sertaneja, de que as três obras de Álvares de Azevedo, marcadas por tal influência, são exemplo risonho, entre o confuso e o pueril.


Ao Conde Lopo pode-se aplicar uma apreciação de um crítico norte-americano sobre outra obra: “é tão má, mas tão má, que quase chega a ser boa”. A noite na taverna salva-se pela intensidade emocional que consegue dissolver o ridículo da pose satanista. Macário triunfa, em seu desarranjo, pelo fascínio que causa a empiria de São Paulo e pela feliz projeção do debate interior, na binomia de si, entre Macário e Penseroso [observe-se o título do capítulo: “Ariel e Caliban”].


Assim, em Macário, suma literária do poeta, onde ele exprime suas concepções de teoria estética, função da literatura e teoria erótica, teremos em “Macário” o Álvares de Azevedo byroniano, por contraste situado em São Paulo, mas ateu, desregrado, irreverente e universal. Em “Penseroso”, na Itália, personagem que morre infeliz, puro e melancólico, projetar-se-á o Álvares de Azevedo crente, estudioso e nacionalista. Macário, sobrevivente, debruça-se com Satã para ouvir pela janela da taverna a materialização de sua vertigem interior através das narrativas dos cinco moços.


Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Vejam o artigo de Moacyr Scliar sobre Ariel e Caliban visto pelo uruguaio José Enrique Rodó (1872-1917):

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2105200011.htm


"Dificilmente um livro latino-americano alcançou tanta
repercussão quanto "Ariel", do uruguaio José Enrique Rodó
(1872-1917), classificado por Roberto Echevarría como um
"ensaio fundador"."
[...]
Começava o "século americano", o século no
qual os Estados Unidos imporiam sua hegemonia, e
começava sob o signo de vitórias militares pelas quais os
norte-americanos arrebataram à Espanha, Cuba, Porto Rico e
as Filipinas. Essa conjuntura se reflete inevitavelmente em
"Ariel".
O título é claro, uma alusão a Shakespeare que, em "A
Tempestade" (inspirada no relato de um naufrágio nas
Bermudas), descreve uma mítica ilha governada pelo sábio
Próspero, que tem a seu serviço Ariel, o gênio dos ares -um
símbolo de espiritualidade-, e o grotesco Caliban, cujo nome
é um anagrama de "canibal". Numerosas obras, aliás,
adotaram títulos parecidos: "O Espelho de Próspero - Cultura
e Idéias na América", de Richard M. Morse, é uma;
"Caliban", do cubano Roberto Fernández Retamar, é outra.
Ariel é apresentado como se fosse uma lição moral e
espiritual dada por um mestre, que fala junto a uma estátua
de Ariel e que lhe serve como "aura".
O mestre aborda vários temas. Um deles: o imenso afluxo de
emigrantes à América Latina. Aquela era a época em que os
políticos adotavam o lema proposto pelo argentino Juan
Alberdi: "Gobernar es poblar". Italianos, alemães, eslavos
chegam em massa para ocupar a imensa vastidão desértica de
que falava Domingos Faustino Sarmiento e também para
"branquear" a população. Coisa que deixa Rodó temeroso:
sim, diz ele, governar é povoar, mas há que cuidar a "torrente
humana": "A multidão, a massa anônima, não é nada por si
mesma", são "hordas de vulgaridade". E continua: "A
civilização de um povo adquire seu caráter não das
manifestações de sua prosperidade ou grandeza material, mas
de superiores maneiras de pensar e sentir". Estamos falando,
portanto, de aristocracia; aristocracia intelectual, mas
aristocracia. Ele o diz: "Racionalmente concebida, a
democracia admite sempre um imprescritível elemento
aristocrático, que consiste em estabelecer a superioridade dos
melhores".