sábado, 20 de agosto de 2016



Marcos Falchero Falleiros






Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves



Marcos Falchero Falleiros  [20-08-2016]
[substituindo Rousiêne Gonçalves]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 128:      [PDF +-p. 444]     “Com o nosso bom carpinteiro, estamos no nível elementar”[...]
até a p. 130:  [PDF +-p. 446]   [...] “encontram, porém, não raro, apoio para desenvolvimentos maiores”.

Foi mencionado anteriormente que nos grandes autores é o acontecimento que revela o personagem, por exemplo nas intrigas de Stendhal (em A Cartuxa de Parma), em contraposição às peripécias folhetinescas que infantilizam o leitor pela fascinação da fábula em si. Continuando o argumento, Antonio Candido observa que o “nosso bom carpinteiro”, Teixeira e Sousa, fica no nível elementar do folhetim, no qual o que interessa é o quiproquó do acontecimento pelo acontecimento. Com “impudor tranquilo”, nele a fatalidade faz-se pretexto para não interpretar a vida humana, e o mistério, sem mistério, pois é sempre totalmente esclarecido, dá a suas narrativas um caráter fechado e mecânico.

Em A providência, Teixeira e Sousa explora o tema do incesto, caro aos românticos [que chega a Machado, em Helena]: cria uma série de linhas narrativas, fios que tece como trança, com naufrágios, duelos, raptos, confissões, reconhecimentos, num enredo impossível de resumir. Menos intrincados, mas igualmente animados e com a mesma receita, são As fatalidades de dois jovens e Maria.

Outros elementos

Outra sua característica é a digressão, uma prática que chegou a grandes autores do século XIX, herança dos romances medievais no “enxerto de histórias secundárias”. Para tanto, Teixeira e Sousa opera uma marcha de retrospectos em ritmo ziguezagueante, às vezes como preâmbulo, como em As tardes de um pintor, em que para narrar o assalto de um cigano espanhol, apresenta antes a descrição cabal de sua sociedade secreta.

Um terceiro aspecto é o da crise moral, que substitui a análise psicológica e tem como ilustre paradigma o Jean Valjean, de Os miseráveis, de Victor Hugo: são os bruscos arrependimentos ou os tormentos íntimos, quando Teixeira e Sousa consegue suspender o fluxo dos acontecimentos com os encontros dos personagens consigo mesmos – o que, na verdade, acaba por intensificar as desenvolturas das peripécias.






2 comentários:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos acrescentou um comentário a sua leitura dm 20-08-2016:

[o folhetim é muito divertido, vejam: MEYER, Marlyse. Folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996]

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Marcos acrescentou um comentário a sua leitura de 20-08-2016:


“Uma idéia clara me surgia: os romances agradáveis eram bugigangas. Em troca, exibiam-me insipidez e obscuridade. Ali é que estava a beleza, especialmente na prosa de Coelho Neto. Não me importava a beleza: queria distrair-me com aventuras, duelos, viagens, questões em que os bons triunfavam e os malvados acabavam presos ou mortos.
[...]
Feria-me às vezes, porém, uma saudade viva das personagens de folhetins: abandonava a agência, chegava-me a biblioteca de Jerônimo Barreto, regressava às leituras fáceis, revia condes e condessas, salteadores e mosqueteiros brigões, viajava com eles em diligência pelos caminhos da França.”

Graciliano Ramos, “Mário Venâncio”, Infância