Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Adriana Vieira de
Sena
Afonso Henrique
Fávero
Alynne Ketllyn da
Silva Morais
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Manoel Freire Rodrigues
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria do Perpétuo
Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha
da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
[04-06-2016]
CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. 6.ed. Belo
Horizonte, Editora Itatiaia: 2000, VOL.2:
da p.
119: [PDF +-p. 435] [2. Os
primeiros sinais] “ ‘O romance é d’origem moderna; veio substituir as novelas e
as”[...]
até a p. 121:
[PDF +-p. 437] [...] “chegar aqui o exemplo francês. Talvez os três
fatores devam ser combinados”.
Vem o romance com
uma missão bem mais complexa que a novela. Por sua densidade de gênero, acaba
recepcionando a moralidade, tão fundamental, à época, para um público ainda em
formação. Seria o referido texto em prosa, já conhecido na Europa, que chegaria
ao Brasil para debater questões metafísicas, que ainda eram incompreensivas
para os leitores da fase imperial. Ao mesmo tempo, o grau de instrução do
respectivo gênero traria aos jovens burgueses curiosidade em seu trato, porque,
a princípio, o romance não se preocupou com regras estéticas específicas, sendo
abordado o enredo de forma livre, criativa, transgressora. Daí, ganhou impulso,
o que garantiu ao escritor estímulo à sua criatividade.
Talvez, por isso,
Candido já comece a enxergar traços de modernidade em tal gênero em prosa ainda
naquele tempo, século XIX, o apogeu do Romantismo Brasileiro. Mesmo assim, os
“homens de responsabilidade”, aos quais o ensaísta se refere na sua análise
desse período histórico-literário, só lhes atribuíram relevo com a adoção de
alguns princípios morais de composição do enredo, para que não houvesse
desvirtuamentos nas moças daquele momento.
Os fatores que
levaram à boa aceitação do romance no Brasil foram: uma forma de expressão que
trouxe uma visão diferente do homem e da sociedade; a influência estrangeira,
posto que muitos dos ilustres romancistas idolatrados (Walter Scott, Alexandre
Dumas, Goethe etc.) já eram festejados em vários países europeus, onde o
Romantismo primeiro germinou suas sementes estéticas; a ausência de um saber
teórico para a sua abrangência e a fantasia produzida por ele, o que
demonstrava claramente a necessidade de um público-leitor por textos desse
naipe; a opinião pública que precisava racionalizar o projeto para que houvesse
um consenso de ideologias. A imprensa da época tenta cultivá-lo, embora tente
também manter vivos gêneros como a Epopeia, a tragédia e
a lírica.
Houve uma certa receptividade no país, e muitas
traduções de romances estrangeiros se deram, além da produção de folhetins por
meio dos meios de comunicação, que afloraram durante o Império. A combinação
entre as primeiras manifestações românticas, no Brasil, o advento da imprensa
nacional e o modelo francês propulsionaram a sedimentação do gênero entre nós –
é o que discute Candido.
Um comentário:
Peterson Martins comentou em 18-06-2016 a leitura de Paulo Caldas em 04-06-2016:
O texto do Paulo Caldas sintetiza com muita propriedade os pontos principais de Os primeiros sinais, a introdução, nos romances, da temática metafísica (talvez pela própria religiosidade e misticismo que envolve o dínamo dos sentimentos e das emoções exploradas na estética romântica) e da grande importância da imprensa na popularização do gênero do romance (através das doses folhetinescas). No entanto, acredito que, no trecho que dou prosseguimento, Antonio Candido problematiza através da relativização da influência dos grandes autores do romance francês, inglês, alemão etc. Talvez, muitos autores brasileiros do período tenham se deixado influenciar por autores de romances medíocres com fórmulas e estruturas mais explícitas (aos moldes dos best-sellers contemporâneos), tal como exemplifica através de Joaquim Manuel de Macedo.
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