sábado, 4 de junho de 2016





Paulo Caldas Neto




Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna










Paulo Caldas Neto [04-06-2016]



CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. 6.ed. Belo Horizonte, Editora Itatiaia: 2000, VOL.2:
da p. 119:      [PDF +-p. 435]    [2. Os primeiros sinais] “ ‘O romance é d’origem moderna; veio substituir as novelas e as”[...]
até a p. 121:  [PDF +-p. 437]   [...] “chegar aqui o exemplo francês. Talvez os três fatores devam ser combinados”.


Vem o romance com uma missão bem mais complexa que a novela. Por sua densidade de gênero, acaba recepcionando a moralidade, tão fundamental, à época, para um público ainda em formação. Seria o referido texto em prosa, já conhecido na Europa, que chegaria ao Brasil para debater questões metafísicas, que ainda eram incompreensivas para os leitores da fase imperial. Ao mesmo tempo, o grau de instrução do respectivo gênero traria aos jovens burgueses curiosidade em seu trato, porque, a princípio, o romance não se preocupou com regras estéticas específicas, sendo abordado o enredo de forma livre, criativa, transgressora. Daí, ganhou impulso, o que garantiu ao escritor estímulo à sua criatividade.


Talvez, por isso, Candido já comece a enxergar traços de modernidade em tal gênero em prosa ainda naquele tempo, século XIX, o apogeu do Romantismo Brasileiro. Mesmo assim, os “homens de responsabilidade”, aos quais o ensaísta se refere na sua análise desse período histórico-literário, só lhes atribuíram relevo com a adoção de alguns princípios morais de composição do enredo, para que não houvesse desvirtuamentos nas moças daquele momento.


Os fatores que levaram à boa aceitação do romance no Brasil foram: uma forma de expressão que trouxe uma visão diferente do homem e da sociedade; a influência estrangeira, posto que muitos dos ilustres romancistas idolatrados (Walter Scott, Alexandre Dumas, Goethe etc.) já eram festejados em vários países europeus, onde o Romantismo primeiro germinou suas sementes estéticas; a ausência de um saber teórico para a sua abrangência e a fantasia produzida por ele, o que demonstrava claramente a necessidade de um público-leitor por textos desse naipe; a opinião pública que precisava racionalizar o projeto para que houvesse um consenso de ideologias. A imprensa da época tenta cultivá-lo, embora tente também manter vivos gêneros como a Epopeia, a tragédia e a lírica.


Houve uma certa receptividade no país, e muitas traduções de romances estrangeiros se deram, além da produção de folhetins por meio dos meios de comunicação, que afloraram durante o Império. A combinação entre as primeiras manifestações românticas, no Brasil, o advento da imprensa nacional e o modelo francês propulsionaram a sedimentação do gênero entre nós – é o que discute Candido.


Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Peterson Martins comentou em 18-06-2016 a leitura de Paulo Caldas em 04-06-2016:

O texto do Paulo Caldas sintetiza com muita propriedade os pontos principais de Os primeiros sinais, a introdução, nos romances, da temática metafísica (talvez pela própria religiosidade e misticismo que envolve o dínamo dos sentimentos e das emoções exploradas na estética romântica) e da grande importância da imprensa na popularização do gênero do romance (através das doses folhetinescas). No entanto, acredito que, no trecho que dou prosseguimento, Antonio Candido problematiza através da relativização da influência dos grandes autores do romance francês, inglês, alemão etc. Talvez, muitos autores brasileiros do período tenham se deixado influenciar por autores de romances medíocres com fórmulas e estruturas mais explícitas (aos moldes dos best-sellers contemporâneos), tal como exemplifica através de Joaquim Manuel de Macedo.