Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de
Paula Peres
Thayane de Araújo
Morais
Adriana Vieira de
Sena
Afonso Henrique
Fávero
Alynne Ketllyn da
Silva Morais
Antônio Fernandes de
Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda
Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria
Álvares dos Santos
Érika
Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto
Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças
Oliveira
Joana Leopoldina de
Melo Oliveira
Juliana Fernandes
Ribeiro Dantas
Kalina Naro
Guimarães
Kalina Alessandra
Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de
Melo
Manoel Freire
Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias
Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero
Falleiros
Marcus Vinicius
Mazzari
Maria Aparecida da
Costa
Maria do Perpétuo
Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha
da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Alves Araújo [18-06-2016]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
P.121: [PDF + p.437]
“Em segundo lugar, a intensidade dos folhetins traduzidos diminui” [...]
Até a p.123: [PDF +
p.439] “[...]moderna literatura, a fórmula mais estimada pelo público da
atualidade?”
Ainda dentro de Os primeiros sinais do romance no contexto
brasileiro, se por um lado temos, de 1830 a 1854, um grande número de romances
estrangeiros traduzidos e veiculados, principalmente, em folhetins, por outro,
temos, depois desse período, um certo número de escritores brasileiros que respondem
melhor à demanda do público leitor e à afeição deste pela estética romântica. A
imprensa, por sua vez, começa a preferir os folhetins nacionais (idem romances)
em detrimento dos traduzidos.
No entanto, Antonio Candido aponta que, desde esse período,
os romances estrangeiros traduzidos (sem o devido pagamento dos Direitos
Autorais) foram concorrentes dos nacionais (para isso, transcreve trecho de
discurso em que o crítico e historiador literário da época – José Veríssimo –
fala dessa relação de concorrência desleal entre os romance traduzidos e os
nacionais).
Refletindo ainda mais sobre esse processo da tradução,
Candido percebe que houve vários livros que foram traduzidos também; e destaca
o alto nível das traduções feitas, sobretudo, por Caetano
Lopes de Moura, Justiniano José da Rocha e Paula Brito (este também livreiro e
editor). Além disso, acrescenta que, na época, dentre as obras de escritores
renomados (George Sand, Balzac, Goethe etc.) houve também a tradução de obras
de escritores medíocres (Gonzalés, Rabou, Chevalier etc.) que constituíram a
dita “literatura de carregação”; e sugere, de maneira sutil, que é provável que
esses romances podem ter influenciado os escritores nacionais.
Sustentando essa tese, o ensaísta analisa a obra de Joaquim
Manuel de Macedo a partir do enquadramento social em três vertentes
(apropriadas e, em alguns casos, superadas na obra de Macedo): a histórica, a
trágica e a sentimental. Para isso correlaciona os autores e as obras,
respectivamente, mais representativos em cada uma dessas vertentes: Pereira da
Silva (Jerônimo Corte Real), Joaquim Norberto (Maria) e Gonçalves de Magalhães
(Amância).
Essa perspectiva, de certa maneira, vai ao encontro do que
Marisa Lajolo fala em “Como e por que ler o romance brasileiro” apontando que a
fórmula do romance romântico brasileiro tinha também um caráter de educação
sentimental e objetivos moralizantes tal como se revela na autora portuguesa
Tereza Margarida da Silva e Orta que, em 1777, explicitou no prefácio de sua
obra As Aventuras de Diófanes esse propósito que viria a ser um dos pontos da
composição do best-seller romanesco brasileiro do séc. XIX:
[...]procuro infundir nos ânimos [...] o
amor da honra, o horror da culpa, a inclinação às ciências, o perdoar a
inimigos, a compaixão da pobreza, e a constância nos trabalhos, porque foi só
este o fim, que me obrigou a desprezar as vozes, com que receio me advertira a
própria incapacidade; [...]
A reflexão que podemos
fazer é sobre o papel inegável da imprensa na propagação não só da estética
romântica e do gosto romanesco (através dos folhetins), mas, também, da
circulação de textos que, quando rompiam a pieguice burguesa, provocavam também
reflexão, polêmica e informação.
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