domingo, 19 de junho de 2016



Peterson Martins



Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Manoel Freire Rodrigues
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto







Peterson Martins Alves Araújo [18-06-2016]

Edição: Martins, 1971, VOL.2:
P.121: [PDF + p.437] “Em segundo lugar, a intensidade dos folhetins traduzidos diminui” [...]
Até a p.123: [PDF + p.439] “[...]moderna literatura, a fórmula mais estimada pelo público da atualidade?”


Ainda dentro de Os primeiros sinais do romance no contexto brasileiro, se por um lado temos, de 1830 a 1854, um grande número de romances estrangeiros traduzidos e veiculados, principalmente, em folhetins, por outro, temos, depois desse período, um certo número de escritores brasileiros que respondem melhor à demanda do público leitor e à afeição deste pela estética romântica. A imprensa, por sua vez, começa a preferir os folhetins nacionais (idem romances) em detrimento dos traduzidos.

No entanto, Antonio Candido aponta que, desde esse período, os romances estrangeiros traduzidos (sem o devido pagamento dos Direitos Autorais) foram concorrentes dos nacionais (para isso, transcreve trecho de discurso em que o crítico e historiador literário da época – José Veríssimo – fala dessa relação de concorrência desleal entre os romance traduzidos e os nacionais).

Refletindo ainda mais sobre esse processo da tradução, Candido percebe que houve vários livros que foram traduzidos também; e destaca o alto nível das traduções feitas, sobretudo, por Caetano Lopes de Moura, Justiniano José da Rocha e Paula Brito (este também livreiro e editor). Além disso, acrescenta que, na época, dentre as obras de escritores renomados (George Sand, Balzac, Goethe etc.) houve também a tradução de obras de escritores medíocres (Gonzalés, Rabou, Chevalier etc.) que constituíram a dita “literatura de carregação”; e sugere, de maneira sutil, que é provável que esses romances podem ter influenciado os escritores nacionais.

Sustentando essa tese, o ensaísta analisa a obra de Joaquim Manuel de Macedo a partir do enquadramento social em três vertentes (apropriadas e, em alguns casos, superadas na obra de Macedo): a histórica, a trágica e a sentimental. Para isso correlaciona os autores e as obras, respectivamente, mais representativos em cada uma dessas vertentes: Pereira da Silva (Jerônimo Corte Real), Joaquim Norberto (Maria) e Gonçalves de Magalhães (Amância).

Essa perspectiva, de certa maneira, vai ao encontro do que Marisa Lajolo fala em “Como e por que ler o romance brasileiro” apontando que a fórmula do romance romântico brasileiro tinha também um caráter de educação sentimental e objetivos moralizantes tal como se revela na autora portuguesa Tereza Margarida da Silva e Orta que, em 1777, explicitou no prefácio de sua obra As Aventuras de Diófanes esse propósito que viria a ser um dos pontos da composição do best-seller romanesco brasileiro do séc. XIX:

[...]procuro infundir nos ânimos [...] o amor da honra, o horror da culpa, a inclinação às ciências, o perdoar a inimigos, a compaixão da pobreza, e a constância nos trabalhos, porque foi só este o fim, que me obrigou a desprezar as vozes, com que receio me advertira a própria incapacidade; [...]

 A reflexão que podemos fazer é sobre o papel inegável da imprensa na propagação não só da estética romântica e do gosto romanesco (através dos folhetins), mas, também, da circulação de textos que, quando rompiam a pieguice burguesa, provocavam também reflexão, polêmica e informação.


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