domingo, 10 de abril de 2016



Maria Aparecida da Costa




Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Adriana Vieira de Sena
Afonso Henrique Fávero
Alynne Ketllyn da Silva Morais
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro Saraiva
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari









Maria Aparecida da Costa [09-04-2016]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 111 :      [PDF p. 427 [p. 98]]   “O lastro do real/ O eixo do romance  oitocentista é
                                                           pois o respeito inicial pela ”[...]
até a p. 113 :  [PDF p. 433 [p. 100]] 1º§ de Visão do país/[...] “desenvolvimento da
                                                           análise e o confronto do indivíduo com a sociedade .”


O LASTRO DO REAL

Antonio Candido, ao falar sobre o eixo central do romance oitocentista, destaca como ponto fulcral desse momento literário o respeito do gênero pela aproximação da realidade social, formulado, principalmente, na “verossimilhança que [o escritor] procura imprimir na narrativa” (p. 111), mostrando de certa forma sua intenção ideológica, científica ou até jornalística.


Segundo o crítico, o que norteou o romance romântico no Brasil, por exemplo, foi a visão afetiva e ideológica dos escritores que tentaram, com sucesso ou não, registrar em seus textos a cor local com o intuito de criar um “nacionalismo literário” (p. 112). O romance funcionou, pois, na maioria das produções, como material de pesquisa e descoberta do Brasil. Intencionado em marcar o “ideal romântico-nacionalista de criar a expressão nova de um país novo, encontra no romance a linguagem mais eficiente” (p. 112). Destarte, as tentativas literárias oitocentistas no Brasil serviram mais como apresentadoras da geografia do Brasil do que como material de qualidade estética, salvo alguns escritores.


Visão do país


Com o espírito de nacionalidade, iniciado no Romantismo, percebe-se, no Brasil, as primeiras tentativas dos escritores brasileiros de se desvencilhar das influências portuguesas, com investidas literárias de cunho mais particular, mais autêntico.


Até o começo do século XIX o Brasil apresentava uma sociedade escravocrata e rural. Com o advento da burguesia criou-se uma classe social mais crítica, que permitiu um confronto do “indivíduo com a sociedade”, mudando assim o formato constituído até então na sociedade brasileira em formação. O romantismo vem colaborar com isso quando amplia “largamente a visão da terra e do homem brasileiro” (p. 112), fornecendo subsídio intelectual para a discussão sobre a formação da identidade social e literária no país em formação.



Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Jackeline Rebouças Oliveira comentou em 12-04-2016 a leitura de Aparecida de 09-04-2016:

A leitura de Aparecida contempla as ideias desse tópico de forma precisa. Considerando o conceito de Antonio Candido sobre o eixo do romance oitocentista, Aparecida destaca que uma das características desse gênero é a aproximação com a realidade social formulada pela verossimilhança. Isso se dá porque os gêneros literários não são normas fixas, eles procuram retratar uma determinada temática de uma época ou de uma dada cultura, e o romance por ter um caráter peculiar e ser o mais universal dos gêneros literários faz isso de forma eficiente. No caso dos romances oitocentistas, os escritores do século XIX buscavam no meio social os elementos necessários para construção de suas obras. O próprio Antonio Candido afirma: “o autor opera sobre a realidade, selecionando e agrupando os seus vários aspectos segundo uma diretriz.” Pelas palavras do crítico, podemos ver que as obras eram organizadas da forma como os escritores viam o mundo, com base na ideologia da época. Seguindo esse viés, Aparecida nos mostra com clareza, que no Brasil os escritores tentaram registrar a cor local com o intuito de criar um nacionalismo literário. De fato, os escritores desse período tinham como foco registrar os acontecimentos da época, não só como forma de exaltar o nacionalismo mas também para preservar a identidade cultural.