Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva [26-09-2015]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 92: [PDF -+-p. 411] “O verso referente ao
bogari permanece, mas o seu significado poético”[...]
até a p. 94 : [PDF -+-p. 413] [...] “confuso,
prolixo, inferior ao Caramuru e o Uraguai!”
[título da participante:] GONÇALVES DIAS EM TRÊS MOMENTOS
Filiado à tradição medieval das
cantigas de amigo, o poema Leito de
Folhas Verdes permanece no foco analítico de Candido. Dessa vez, o crítico
destacará dois momentos muito bem demarcados nas estrofes 3 e 8. O elemento da
natureza em comum é uma flor que brota do tamarindo, bogari, com significados
poéticos diferentes: inicialmente, ela está associada ao anoitecer; depois, ao
amanhecer.
Nesse intervalo de tempo, Candido
mostra como a tessitura do poema colabora para mostrar o sentimento de fuga: a)
as escolhas dos verbos que indicam movimento imprimem no texto a informação de
que as horas correm cronologicamente e não há como mudar esse tempo
transcorrido; b) as aliterações que cumprem o papel de recurso expressivo
demarcam um tempo que tarda para aquele que experimenta o sofrimento/angústia
da espera.
Contrastando com o poema Leito de Folhas Verdes, lexicalmente
lapidado, a seguir, somos apresentados a um outro lado poético de Gonçalves
Dias. Candido mostrará dois exemplos de prosa rimada, trabalhados com
simplicidade, em contraponto com o que fora discutido: a peça Amor Delírio – Engano, dos Primeiros Cantos – segundo ele, sem a
expressividade vista nas estrofes já comentadas; a peça Desejo, que apresenta trechos poetizados, em virtude dos arranjos
lexicais.
Mais adiante, é citada a obra Os timbiras, epopeia brasileira em
quatro cantos, que narra a migração dos timbiras para a Amazônia, após serem
derrotados pelos gamelas no século XVII. Sobre essa obra, Candido é mais
incisivo, destacando um narrador sem um rumo específico, em vista de problemas
na estruturação da narrativa que, para ele, nos três primeiros cantos, se
mostra dispersiva e que, no quarto e último canto – a chance de dar unidade ao
enredo – não há uma resolução narrativa convincente para a tensão instalada no
terceiro canto que apresenta a cena da guerra.
A justificativa para essa aparente
falta de estrutura acontece quando o crítico revela que Gonçalves Dias
pretendia escrever 16 cantos. Assim, entende-se que Caramuru e O Uruguai são
superiores à obra Os timbiras por uma
razão: o leitor está diante de uma obra inacabada, uma vez que o poeta
naufragou em 1864, levando consigo as ideias embrionárias que poderiam ter
contribuído para a sagração de sua obra.
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