sexta-feira, 2 de outubro de 2015




Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva





Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães







Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva [26-09-2015]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 92: [PDF -+-p. 411] “O verso referente ao bogari permanece, mas o seu significado poético”[...]
até a p. 94 : [PDF -+-p. 413]  [...] “confuso, prolixo, inferior ao Caramuru e o Uraguai!”



[título da participante:] GONÇALVES DIAS EM TRÊS MOMENTOS

Filiado à tradição medieval das cantigas de amigo, o poema Leito de Folhas Verdes permanece no foco analítico de Candido. Dessa vez, o crítico destacará dois momentos muito bem demarcados nas estrofes 3 e 8. O elemento da natureza em comum é uma flor que brota do tamarindo, bogari, com significados poéticos diferentes: inicialmente, ela está associada ao anoitecer; depois, ao amanhecer.


Nesse intervalo de tempo, Candido mostra como a tessitura do poema colabora para mostrar o sentimento de fuga: a) as escolhas dos verbos que indicam movimento imprimem no texto a informação de que as horas correm cronologicamente e não há como mudar esse tempo transcorrido; b) as aliterações que cumprem o papel de recurso expressivo demarcam um tempo que tarda para aquele que experimenta o sofrimento/angústia da espera.


Contrastando com o poema Leito de Folhas Verdes, lexicalmente lapidado, a seguir, somos apresentados a um outro lado poético de Gonçalves Dias. Candido mostrará dois exemplos de prosa rimada, trabalhados com simplicidade, em contraponto com o que fora discutido: a peça Amor Delírio – Engano, dos Primeiros Cantos – segundo ele, sem a expressividade vista nas estrofes já comentadas; a peça Desejo, que apresenta trechos poetizados, em virtude dos arranjos lexicais.


Mais adiante, é citada a obra Os timbiras, epopeia brasileira em quatro cantos, que narra a migração dos timbiras para a Amazônia, após serem derrotados pelos gamelas no século XVII. Sobre essa obra, Candido é mais incisivo, destacando um narrador sem um rumo específico, em vista de problemas na estruturação da narrativa que, para ele, nos três primeiros cantos, se mostra dispersiva e que, no quarto e último canto – a chance de dar unidade ao enredo – não há uma resolução narrativa convincente para a tensão instalada no terceiro canto que apresenta a cena da guerra.


A justificativa para essa aparente falta de estrutura acontece quando o crítico revela que Gonçalves Dias pretendia escrever 16 cantos. Assim, entende-se que Caramuru e O Uruguai são superiores à obra Os timbiras por uma razão: o leitor está diante de uma obra inacabada, uma vez que o poeta naufragou em 1864, levando consigo as ideias embrionárias que poderiam ter contribuído para a sagração de sua obra.



Nenhum comentário: