Giorgio de Marchis
Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais
Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti
Giorgio de Marchis [30-05-2015]
Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 81: [PDF-+-p. 402] [ 5. Gonçalves Dias
consolida o romantismo] “Gonçalves Dias se destaca no medíocre panorama da
primeira fase”[...]
até a p. 83: [PDF-+-p. 403] [...] “–
falou desse volume com expressões bem lisonjeiras – e esse artigo causou muita
impressão em Portugal e Brasil.”
As primeiras páginas do capítulo da Formação da Literatura Brasileira dedicado
a Gonçalves Dias como consolidador do Romantismo no Brasil, para serem
devidamente apreciadas, não podem ser desvinculadas da leitura das páginas que
o precedem porque foi, claramente, por contraste, que Antonio Candido destacou
a figura deste poeta.
De facto, em relação aos émulos de Gonçalves
de Magalhães, como bem salientou Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti,
Antonio Candido não poupou adjetivos desqualificadores, mostrando como nas
obras de Teixeira e Sousa, Dutra e Melo e Joaquim Norberto não faltavam
“atavismos arcádicos”, “falta de inspiração”, “banalidade de rima e do
conceito”, evidentes na expressão duma “religiosidade afetada”, na “exaltação
poética pela pátria” e na “ostentação do sofrimento”. Enfim, tratar-se-ia duma
chusma de versificadores que produziu um monturo de versos incapazes de
resistir ao tempo.
Agora, apesar da cesura que separa os dois
capítulos, é precisamente em oposição a estes poetas menores que a figura de
Gonçalves Dias surge inquestionavelmente ocupando o lugar central do cânon da
literatura brasileira oitocentista.
A organização da Formação da Literatura Brasileira é, portanto, muito eficaz na
apresentação de Gonçalves Dias; a sua superioridade em relação Teixeira e Sousa
& Companhia é manifesta, eu diria, por imediata oposição. Assim sendo,
Candido destaca como a temática nacional apenas no poeta d’Os Timbiras se exprima através duma “harmonia neoclássica” e uma
“necessidade de medida” ausentes nos outros autores.
As qualidades superiores de inspiração de
Gonçalves Dias, patentes no “medíocre panorama da primeira fase romântica”, e o
seu lugar de primazia nas letras brasileiras como “verdadeiro criador da
literatura nacional” tornam-se assim evidentes e indiscutíveis. E o que hoje
aparece claro ao leitor do século XXI da Formação
da Literatura Brasileira, graças ao hábil recurso que Candido faz de sutis
meios retóricos (no sentido mais admiravelmente positivo do termo), encontra
mais uma justificação na opinião dos poetas e jornalistas contemporâneos do
autor dos Primeiros Cantos, que não
duvidaram um momento em reconhecer neste “soberbo cantor” o detentor do
“segredo da harmonia” regeneradora da “rica poesia nacional”.
Um comentário:
Jackeline comentou em 31-05-2015 a leitura de Giorgio:
Como destacou Giorgio, Gonçalves Dias consolidou o Romantismo com sua forma peculiar de escrever e serviu de exemplo para gerações seguintes que viriam a aprender o romantismo com ele. Foi o primeiro poeta no Romantismo brasileiro a retratar no âmbito artístico as tradições indígenas e lendas, trouxe para suas poesias o medievalismo. Suas poesias são de uma riqueza temática incomparável, pois expressam diversos assuntos e isso fez dele um poeta extraordinário e admirado por outros poetas. No que se refere à poesia nacional, os seus sucessores apesar de terem dado um grande destaque ao índio, jamais conseguiram dar a mesma dimensão poética em relação ao tema como ele deu. A esse respeito, Antonio Candido afirma que o indianismo em Gonçalves Dias vai muito além do modo de ver a natureza em profundidade.
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