sábado, 30 de maio de 2015




Giorgio de Marchis






Jackeline Rebouças Oliveira
Joana Leopoldina de Melo Oliveira
Juliana Fernandes Ribeiro Dantas
Kalina Naro Guimarães
Kalina Alessandra Rodrigues de Paiva
Laís Rocha de Lima
Lígia Mychelle de Melo
Marcela Ribeiro
Marcel Lúcio Matias Ribeiro
Marcos Falchero Falleiros
Marcus Vinicius Mazzari
Maria Aparecida da Costa
Maria do Perpétuo Socorro Guterres de Souza
Maria Valeska Rocha da Silva
Massimo Pinna
Paulo Caldas Neto
Peterson Martins
Rochele Kalini
Rosiane Mariano
Rousiêne Gonçalves
Terezinha Marta de Paula Peres
Thayane de Araújo Morais

Afonso Henrique Fávero
Antônio Fernandes de Medeiros Jr 
Bethânia Lima Silva
Daniel de Hollanda Cavalcanti Piñeiro
Eide Justino Costa
Eldio Pinto da Silva
Elizabete Maria Álvares dos Santos
Érika Bezerra Cruz de Macedo
Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti








Giorgio de Marchis   [30-05-2015]


Edição: Martins, 1971, VOL.2:
da p. 81: [PDF-+-p. 402] [ 5. Gonçalves Dias consolida o romantismo]  “Gonçalves Dias se destaca no medíocre panorama da primeira fase”[...]
até a p. 83: [PDF-+-p. 403]  [...] “– falou desse volume com expressões bem lisonjeiras – e esse artigo causou muita impressão em Portugal e Brasil.”



As primeiras páginas do capítulo da Formação da Literatura Brasileira dedicado a Gonçalves Dias como consolidador do Romantismo no Brasil, para serem devidamente apreciadas, não podem ser desvinculadas da leitura das páginas que o precedem porque foi, claramente, por contraste, que Antonio Candido destacou a figura deste poeta.



De facto, em relação aos émulos de Gonçalves de Magalhães, como bem salientou Francisco Roberto Papaterra Limongi Mariutti, Antonio Candido não poupou adjetivos desqualificadores, mostrando como nas obras de Teixeira e Sousa, Dutra e Melo e Joaquim Norberto não faltavam “atavismos arcádicos”, “falta de inspiração”, “banalidade de rima e do conceito”, evidentes na expressão duma “religiosidade afetada”, na “exaltação poética pela pátria” e na “ostentação do sofrimento”. Enfim, tratar-se-ia duma chusma de versificadores que produziu um monturo de versos incapazes de resistir ao tempo.



Agora, apesar da cesura que separa os dois capítulos, é precisamente em oposição a estes poetas menores que a figura de Gonçalves Dias surge inquestionavelmente ocupando o lugar central do cânon da literatura brasileira oitocentista.



A organização da Formação da Literatura Brasileira é, portanto, muito eficaz na apresentação de Gonçalves Dias; a sua superioridade em relação Teixeira e Sousa & Companhia é manifesta, eu diria, por imediata oposição. Assim sendo, Candido destaca como a temática nacional apenas no poeta d’Os Timbiras se exprima através duma “harmonia neoclássica” e uma “necessidade de medida” ausentes nos outros autores.



As qualidades superiores de inspiração de Gonçalves Dias, patentes no “medíocre panorama da primeira fase romântica”, e o seu lugar de primazia nas letras brasileiras como “verdadeiro criador da literatura nacional” tornam-se assim evidentes e indiscutíveis. E o que hoje aparece claro ao leitor do século XXI da Formação da Literatura Brasileira, graças ao hábil recurso que Candido faz de sutis meios retóricos (no sentido mais admiravelmente positivo do termo), encontra mais uma justificação na opinião dos poetas e jornalistas contemporâneos do autor dos Primeiros Cantos, que não duvidaram um momento em reconhecer neste “soberbo cantor” o detentor do “segredo da harmonia” regeneradora da “rica poesia nacional”.



Um comentário:

Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira disse...

Jackeline comentou em 31-05-2015 a leitura de Giorgio:


Como destacou Giorgio, Gonçalves Dias consolidou o Romantismo com sua forma peculiar de escrever e serviu de exemplo para gerações seguintes que viriam a aprender o romantismo com ele. Foi o primeiro poeta no Romantismo brasileiro a retratar no âmbito artístico as tradições indígenas e lendas, trouxe para suas poesias o medievalismo. Suas poesias são de uma riqueza temática incomparável, pois expressam diversos assuntos e isso fez dele um poeta extraordinário e admirado por outros poetas. No que se refere à poesia nacional, os seus sucessores apesar de terem dado um grande destaque ao índio, jamais conseguiram dar a mesma dimensão poética em relação ao tema como ele deu. A esse respeito, Antonio Candido afirma que o indianismo em Gonçalves Dias vai muito além do modo de ver a natureza em profundidade.